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6 de jan. de 2021

POLÍTICA: esse Lego infinito



Se formos ler, nos inteirar de tudo e tentar  interpretar todas razões de um lado e todas as manobras do outro,  possivelmente chegaremos a algum lugar da realidade. Ou a algum lugar da loucura.

Prestemos atenção aos acontecimentos, tanto aos chamativos aos banais. Cada um deles é como uma peça de Lego. Podemos linkar à vontade  cada uma delas e depois afirmar com muita certeza que descobrimos a verdade, que as peças não são aleatórias  e que tudo faz sentido. Sim, elas formam uma torre. Mas então chega mais alguém que desmancha tudo o que montamos e com as mesma peças  constrói outra coisa completamente diferente. Em seguida afirma que estávamos enganados. 

Com as peças que temos podemos montar tanto um caminhão quanto um castelinho. Ou quem sabe uma caravela. Qual a verdade?


Leis, decisões do governo, manifestações culturais, contratos firmados, venda de estatais, compra de empresas, namoros, contratação de fulano ou beltrano,  reivindicações de grupos de pressão,  manifestação do artista tal...  Tudo são peças misteriosas que precisam ser estudadas.  "Tudo faz sentido"...  Um sentido incrível, velado, misterioso às vezes. E o tal "sentido" tanto pode ser real quanto algo delirante.  

Qual a figura real? Não sei. Ninguém sabe. Acontecimentos aleatórios espalhados podem ter o formato que  nossa imaginação permitir:  revolução, golpe, contragolpe,  nova ordem, velha ordem, volta do império, redução populacional, venda do país, escravização velada, Castelo de Grayskull, comunismo, nudismo, islamismo, liberalismo... 

Depois de chegar a um resultado aparentemente razoável ainda podemos partir para o "tira-teima" e continuar  experimentando novos encaixes. Então novos mistérios serão revelados. Ou novas maluquices.  Um choro,  uma topada, um aperto de mão muito suspeito,  um contrato apressado, um encontro fotografado ,  uma viagem em meio de semana , um gesto diferente... tudo isso pode significar a ponta do chifre de um monstro malocado debaixo do nosso assoalho.   Em tudo pode haver motivação maligna. Cada som pode ser o último acorde antes da meia noite. Estamos todos salvos ou estamos todos condenados. 

Quem está usando quem? Por quê e desde quando? Insuflado por quem? E a que preço?  E depois disso, o que acontece? Qual o plano secreto? De onde exatamente vem a pressão? 

Podemos brincar disso para sempre mas nunca saberemos se o que "descobrimos" é a expressão da verdade ou da doidice, quem usa quem e para onde vamos.

Cansa.

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