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7 de dez. de 2012

Confissões de uma compradora

Vivemos dias difíceis. Antigamente o homem trazia dinheiro para dentro de casa e a mulher administrava, cuidava da família, fazia as coisas acontecerem. Era a mulher quem se abalava para comprar presentes de Natal e aniversário. Hoje, com a mulher também investida na função de provedora, as coisas simples do  dia-a-dia que no final das contas compunham  nossa felicidade, foram ficando inexequíveis.

Hoje vou falar sobre o Natal. Sinto no ar um cheiro de "não aguento mais". Todo mundo reclama do cansaço que é peregrinar pelas lojas. Os shoppings estão cada dia mais cheios. Não sei de onde surge tanta gente para se meter em shopping. E tem mais: quando queremos a cor não tem o tamanho e quando tem o tamanho não tem o modelo, quando tem o modelo a loja não aceita o nosso cartão e quando aceita o sistema está fora do ar e quando sistema funciona a fila está enorme e quando tudo dá certo e saímos do shopping  "lembramos que esquecemos" do presente do fulano. Sinto claramente que as pessoas estão  cansadas disso mas não tem coragem de ser insurgir contra. Todos padecemos do pânico de sermos julgados.

Nós nos submetemos a TUDO só para não sermos "levados à mal."

Declaro formalmente que adoro dar presentes mas que estou pensando seriamente em desobrigar-me disso. E, claro, ao mesmo tempo liberar os meus queridos de me presentearem. Sim, adoro de dar e receber, só que a maratona de compras não está mais divertindo ninguém. As pessoas não tem mais tempo. A mãe que se dedicava unicamente às coisas da casa e da família, é um pássaro extinto.

Por quê será que a gente se submete tão servilmente aos ditames do comércio? O que teríamos a perder se fizéssemos a coisa do nosso jeito? Se todos fizéssemos "greve de presente"  o Natal se tornaria, talvez, mais leve e divertido.

Minha proposta é: só as crianças recebem presente no Natal. Passou de 13 anos, tá fora. E todo o dinheiro que "sobrar" dos presentes que não dermos usaremos para fazer um tremendo jantar no qual poderemos convidar  parentes distantes, pessoas de poucas posses, gente que nunca convidamos porque uma festa muito grande é também muito cara. Por que não usar o dinheiro para congregar pessoas ao nosso redor, fazer amigos, abraçar os distantes? Com o dinheiro que você usa para dar presentes a quem não precisa, que tal comprar uma passagem para trazer para perto de você aquele parente que você nunca mais viu?

Bem, é só uma ideia. Acho que temos o poder de mudar a vida para melhor.

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