Tenho um certo enjôo de frases batidas. Quem muito as profere se torna chato. Mas quem muito as desafia se torna tolo.
Já falei sobre isso: a verdade grita pelas ruas e pelas praças. Ela é repetitiva mas não para nos chatear. Ela é como a nossa mãe: tudo o que quer é meter um pouco de bom senso em nossas cabeças.
Talvez nenhuma frase seja tão batida quanto "o coração tem razões que a própria razão desconhece." É uma verdade estrondosa. Mesmo assim poucos de nós já aprendeu a aceitá-la quando a vemos aplicada à vida real. Adoramos o mundo das idéias. O problema é quando ele tenta invadir nosso mundinho de carne e osso.
Conheço homens e mulheres absolutamente tolos por amor. "Burros", talvez. Como sofrem! Não sofrem só por amor mas pelo peso das cobranças sociais. Eles são dia e noite condenados por causa de seus perdões, sua fé, sua disposição em continuar a acreditar, em aceitar de volta. Eles deveriam nos encantar, ser uma luz para o mundo! Mas geralmente nos irritam porque nenhuma das suas explicações explicam nada. São todas furadas. Sim, a luz pode irritar.
Por quê não mandar às favas o homem infiel, vadio ou inafetivo? Por que não trocar logo a mulher ingrata e fria por outra que valha a pena? Por quê tentar de novo? Como eles se atrevem a esquecer uma afronta que ainda perdura na memória dos amigos? Todos se ofendem juntos, todos sentem afetados. A afronta atinge a todos, muda simpatias, interrompe amizades... Aí a outra parte vai lá e...perdoa! Segue em frente de braços dados sob olhares estarrecidos de todos nós, que não entendemos.
Todos aplaudem o amor em versos mas poucos aplaudem o amor em ação. Isso me leva a perguntar, aflita: de que lado nós estamos afinal?
A gente teima em querer justiça. Como somos bobos com nosso roto senso de justiça! A justiça é muito boa mas não nos abraça antes de dormir nem nos fala do Paraíso. Ela é inflexível e estéril. A justiça, às vezes, se parece com um jardim de flores secas.
Cobramos dos amigos, dos parentes, cobramos de nós mesmos! E temos ainda a ousadia de dizer que é feia, injusta e inaceitável justamente aquela atitude que nos eleva.
Deveríamos aprender a deixar o amor em paz. Ele não pode se justificar ou explicar. A própria razão lhe desconhece a lógica.
Por fim, deveríamos parar de repetir ditados nos quais não acreditamos.
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