Quando bate o desespero, seja em que área for, pipocam as campanhas. Campanhas são denúncias e termômetros. Pode reparar. Não seriam necessárias se tivéssemos um coração melhor.
Admito que nós acreditamos na beleza da bondade. É bonito e vale a pena para dar uma levantada na imagem pessoal. No mais, é só prejuízo. Não é assim que a sociedade encara?
Há algo sutil e persistente minando nossas mentes e militando em sentido contrário ao das campanhas. Parece um complô.
A verdade é que, para nossa sociedade, o bem é visto como um sacrifício incompreensível, uma verdadeira loucura. O sujeito bom é quase um louco. O bem é algo maravilhoso no qual eu não quero meter a mão. Se eu conseguir convencer umas dez pessoas a serem boas, terei feito a minha parte sem precisar precisar abrir mão de nada.
No fundo no fundo estamos convencidos de que a maldade sim é que gera dividendos e vida boa, enquanto a bondade não passa de uma excentricidade estranha da qual, no entanto, o mundo depende. Algum ingênuo tem que ser convencido a prática-la hoje. Alguém tem que acreditar na cantada dos vídeos sensíveis do Youtube. Se conseguirmos essa proeza teremos salvado o planeta.
Se a bondade gozasse de bom conceito ela não precisaria de propaganda. Estamos de fato desesperados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário