É chato ser chamada de miserável. Mas já fui porque reclamei dos flanelinhas que insistem em se auto contratar para desempenharem a "dificílima" tarefa de olhar os nossos carros.
Por muito tempo me recusei, na medida do possível, a pagar tal imposto. Hoje me rendi. Não sei o que é pior: o olhar ameaçador desses "cidadãos de bem" ou a pressão social dos "amigos" que acham que temos que nos sentir culpados por andar de carro próprio.
Antigamente as pessoas achavam que tínhamos o dever moral de fazer papel de babacas, tudo em nome da "caridade". Disfarçavam a covardia debaixo de um sorriso bonachão e trêmulo de quem não quer conflito. Se há uma coisa que me irrita é covardia disfarçada de caridade. Agora como a coisa cresceu, enraizou e tomou conta de tudo, estes mesmos já começam a reclamar. Tarde demais. Antes nos chamavam de miseráveis. Agora que o valor da "taxa" só faz crescer e já estão até exigindo pagamento antecipado, reclamam.
O brasileiro perdeu a noção dos seus direitos. Sou uma incentivadora de atos de generosidade. Não faz bem a ninguém se trancar em uma bolha de egoísmo. Mas uma coisa é DAR e outra bem diferente é ser EXTORQUIDO.
Pra extorsão não existe valor mínimo. O valor será sempre crescente.
É necessário entendermos que se hoje alguém se julga no direito de me exigir dois reais, nada o impedirá de aumentar o valor para vinte amanhã. Se continuarmos assim, em pouco tempo teremos que começar a pagar pedágio pra bandido. E não espere que o poder público nos defenda. É mais fácil o governo se associar a eles.
Há uns anos, quando estive no Rio, fui estacionar perto do Pão de Açúcar e o bandido da área queria cobrar trinta reais para eu deixar o carro em via pública. Não, eles não estão tomando conta dos carros. Eles simplesmente tomaram posse da rua e cobravam por seu uso. Nossos governantes não fazem nada. Um ladrão não se indigna contra outro ladrão. Há uma camaradagem implícita.
Nossa idiotice é tão crassa que observei por várias vezes pessoas amigas dando dinheiro a flanelinha com ar blasè, posando como se fosse um charme muito grande fazer papel de otário. Posando como quem diz "sou bem sucedido, umas moedinhas não me farão falta. Eu posso." Dar dinheiro seria então uma evidência de que você está acima da plebe.
Se cinquenta reais por mês não fazem diferença para você então porquê não o dá a quem trabalha? Por que não aumentar o salário da sua empregada? Ou dê de gorjeta mensal para o porteiro.
Ah, e tem mais essa: eles já têm até associação! "Associação dos Flanelinhas, Lavadores e Manobristas" . Que direito pode ter alguém que me subtrai direitos? Lavadores e Manobristas tudo bem mas querer remuneração por "olhar" o meu carro ? E sem meu consentimento? Eu olho centenas de carros todos os dias e nunca ganhei um tostão com isso.
Ser explorada pelo Governo é uma fatalidade para a qual eu não contribuí. Mas pagar imposto para flanelinha foi uma coisa que CADA UM DE NÓS PLANTOU por pura palermice. Você, que sempre criticou pessoas como eu, é um dos responsáveis por estarmos nas mãos deles.
E antes que você me corrija eu já vou dizendo: NÃO, isso não é caridade; é extorsão mesmo.
Pra extorsão não existe valor mínimo. O valor será sempre crescente.
É necessário entendermos que se hoje alguém se julga no direito de me exigir dois reais, nada o impedirá de aumentar o valor para vinte amanhã. Se continuarmos assim, em pouco tempo teremos que começar a pagar pedágio pra bandido. E não espere que o poder público nos defenda. É mais fácil o governo se associar a eles.
Há uns anos, quando estive no Rio, fui estacionar perto do Pão de Açúcar e o bandido da área queria cobrar trinta reais para eu deixar o carro em via pública. Não, eles não estão tomando conta dos carros. Eles simplesmente tomaram posse da rua e cobravam por seu uso. Nossos governantes não fazem nada. Um ladrão não se indigna contra outro ladrão. Há uma camaradagem implícita.
Nossa idiotice é tão crassa que observei por várias vezes pessoas amigas dando dinheiro a flanelinha com ar blasè, posando como se fosse um charme muito grande fazer papel de otário. Posando como quem diz "sou bem sucedido, umas moedinhas não me farão falta. Eu posso." Dar dinheiro seria então uma evidência de que você está acima da plebe.
Se cinquenta reais por mês não fazem diferença para você então porquê não o dá a quem trabalha? Por que não aumentar o salário da sua empregada? Ou dê de gorjeta mensal para o porteiro.
Ah, e tem mais essa: eles já têm até associação! "Associação dos Flanelinhas, Lavadores e Manobristas" . Que direito pode ter alguém que me subtrai direitos? Lavadores e Manobristas tudo bem mas querer remuneração por "olhar" o meu carro ? E sem meu consentimento? Eu olho centenas de carros todos os dias e nunca ganhei um tostão com isso.
Ser explorada pelo Governo é uma fatalidade para a qual eu não contribuí. Mas pagar imposto para flanelinha foi uma coisa que CADA UM DE NÓS PLANTOU por pura palermice. Você, que sempre criticou pessoas como eu, é um dos responsáveis por estarmos nas mãos deles.
E antes que você me corrija eu já vou dizendo: NÃO, isso não é caridade; é extorsão mesmo.
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