
Conheci pessoas que moraram no Rio de Janeiro a vida inteira sem jamais ter ido ao Pão de Açúcar ou ao Corcovado. Não o faziam porque tanto o Cristo quanto o Pão estavam lá pra sempre. Não havia pressa. "Mês que vem talvez eu vá e se não for, ainda posso adiar para o outro e mais outro." Há cariocas que morreram sem jamais ir ao Pão de Açúcar. Não foram justamente porque poderiam ir sempre. Adiaram para o "Dia de São Nunca."
Minhas costas não são o Pão de Açúcar. Não estarão sempre aqui. Não podem nem devem ser adiadas. O mundo pode acabar amanhã, você pode morrer ou uma bomba pode nos separar.
Dê-me mãos lisas e calmas e serei feliz.
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