Às vezes a gente apenas quer ver umas coisas bonitas para ter alivio. Às vezes a gente precisa apenas lembrar do quanto o mundo pode ser um lugar lindo.
Às vezes nos damos conta de que nossos olhos não estão sendo generosos para conosco. Nossos olhos nem sempre cooperam para nossa felicidade porque nem sempre repousam sobre aquelas coisas que nos fazem bem.
Agora mesmo, da minha janela, vejo que o céu esta azul-calmo com flocos de nuvens. Pequenas palmeiras ali na rua balançam animadamente. Nada há mais comum que isso e ainda assim é bonito!

Gosto do meu quarto, da minha cortina listrada, meu criado-mudo vermelho e dos prédios desbotados cheios de histórias secretas. Tento imaginar as alegrias e angústias que acontecem ali. Tomara que dentro deles as pessoas vivam em paz e que tenham olhos para as graças cotidianas.
Da minha janela também vejo bandeiras na portaria de um hotel. Bandeiras as vezes remetem a coisas tristes. Não quero ver bandeiras hoje. Basta regular a cortina e tudo o que terei é o azul, as nuvens, pássaros e palmeiras: lugares-comuns de todo mal escritor feliz.
Precisamos aprender a usar nossas cortinas.
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