.

.

30 de dez. de 2024

Meu Instagram

 Dei uma revisitada nas postagens mais antigas do meu Instagram. Recomendo que você faça o mesmo e observe a sutil mudança pela qual passou ao longo dos anos.  Pode ser melancólico, pode ser engraçado. Certamente será interessante.

Notei que em um primeiro momento, sem entender muito qual a finalidade do Instagram, eu postava algumas coisas muito bobas, dando conta do meu dia-a-dia (hoje apaguei um monte delas).  A segunda fase foi a melhor:  tirava fotos muito aleatórias de coisas que eu achava interessantes ou só bonitas. Tirava foto mais das  cores do que das coisas em si. A cor da tarde, a cor da água através do vidro da garrafa, a cor da flor, do vaso, o reflexo do sou ou da lua.  Havia uma foto que tirei de dentro do meu carro, enquanto estava no lava jato. Fotografei aquele imenso escovão azul que limpava o para-brisas. Por que fiz isso? Porque me encantou a profundidade do azul turquesa do escovão! Você precisava ver.  E as gotículas de água espirrando dele, fugindo divertidamente para todos os lados.  Parecia haver vida ali. Estava tudo animado. E eu ali,  inerte e contemplativa curtindo minha fatia de felicidade. 

Amei aquela capacidade de me encantar com coisas simples e "invisíveis". Havia várias outras fotos semelhantes e acabei me perguntando se em algum momento o meu olhar se perdeu. A gente pode "perder o olhar" assim como as cozinheiras "perdem a mão."  É um perigo isso.

A  beleza está em todo lugar. O belo de verdade aparece sem querer, sem aviso e sem ajuda. 

Postei foto da minha chaleira branca por causa das suas curvas graciosas. Gostei também de um certo urubu que plainava no céu pouco antes de a chuva cair. Ele ia muito sem pressa e conseguiu parecer majestoso naquele momento. Todos sabemos que os urubus são feios mas aquele ali conseguiu driblar o estereótipo.   Apreciei também umas rabanadas, que de tão bem fritas mereceram registro. 

Depois veio a sequência de fotos minhas  e de familiares. Tantas fotos minhas eram desnecessárias ao mundo mas faz parte. Integram nossos costumes modernos. 

Depois disso fui amargando. Foi o que me pareceu.  Comecei com denuncias das injustiças da politica e não parei mais. Tudo foi ficando desconfortável de se acompanhar. Misturei essa amargura com diversas piadas e memes. Cobri também com camadas de versículos bíblicos,  aqueles que me traziam alívio pra isso tudo. Poderiam ajudar mais alguém.  Mas mesmo assim o meu Instagram parecia aflito, meio perdido e triste. Aos poucos isso foi me afligindo. Todo dia eu recebia notícias ruins da parte do governo e do resto do mundo, de tal forma que o belo aleatório parou de me tocar. Aparecia pouco e por ser pouco não conseguia aliviar a tensão da minha página.  Quando uma foto mais doce aparecia vinha com um ar meio deslocado, desconfortável no meio daquela tristezarada toda.   Foi quando comecei a sentir necessidade de ir embora.

Sair das redes sociais é ir embora.

Estou agora em ritmo de jejum. Não sei se quero voltar a me manifestar sobre assuntos da atualidade.  Centenas de pessoas que eu via nas telas e curtiam minhas postagens, sumiram.  Ou porque se cansaram de mim ou porque se cansaram da internet. Ou quem sabe "o sistema" nos cortou uns dos outros. Ficamos todos mais sós em nossas celas, falando para as paredes.  Todos esses motivos juntos formaram um caldo de desencanto que só o jejum pode curar. Preciso parar. 

Não entendi muito bem se estou só cansada ou enojada. Mas quero trazer de volta a Cristina das formiguinha, do bule branco, da foto da pamonha, da fogueira.  

Depois que o navio afunda nada mais importa.

Por enquanto é isso.



9 de dez. de 2024

FARGO


 Acabei de assistir o primeiro episódio. É ótimo, mas também é "ótimo". 

Trata-se de uma história policial que se desenvolve em ritmo cativante e  nos prende até o fim. Você fica mesmo em suspense. Por isso é ótimo. Mas passa a ser "ótimo" entre aspas porque, no final das contas, o filme nos passa umas mensagens realmente diabólicas.  Quais mensagens?


1- Ninguém respeita o mais fraco. Imponha-se com a maior violência possível. 

2 - Ou você é temido ou você é pisado. Escolha.

3 - Se você confia na lei e no sistema, então você é um idiota. 

4 - O sistema não respeita você. Respeite-se.

5-  Violência resolve. Resolva o seu problema.

6 - Jamais perca a sua ferocidade ancestral. Isso é o que temos de mais caro.

7- A lei e a justiça não existem para te defender, mas para te conter.

8 -  Não peça permissão ao mundo. 

9 - O predador sabe se você tem medo e isso só o incentiva a continuar agindo mal. 

10 - Seja pior do que o predador. 

11 - Algumas pessoas tem que morrer mesmo. O mundo não sentirá falta delas e eliminá-las é um favor que você presta a você mesmo e à humanidade. Isso não é errado, só é contra a lei. Drible a lei.

12 - Não permita que ninguém tire a sua dignidade. 

Como vemos, nesse aspecto não temos diante de nós um bom filme, mas um filme altamente nocivo, que influencia as pessoas de uma forma péssima. A história nos envolve a fim de nos convencer o tempo todo dos intens acima enumerados.   

Note que você só passa a admirar o personagem principal a partir do momento em que ele reage e mata. Antes disso até mesmo o espectador o despreza e perde a paciência com a passividade dele.     

O personagem misterioso assume a função de "diabo" da história, tentando o outro e convencendo-o a "se fazer respeitar".  Dessa forma fica parecendo que o "diabo"  não é tão mau assim, pelo contrário: é só ele que parece se importar com o drama do fraco. E ainda se oferece para "ajudar"!     

Mas há uma lição: quando você se vir seduzido por uma proposta do mal, jamais fique em cima do muro. Só o NÃO pode significar NÃO. O silêncio significa SIM.   "Vou pensar e depois respondo" significa SIM.  "Não tenho certeza" também é SIM.       

Só há uma resposta possível para o mal: um grande e rotundo NÃO.


11 de nov. de 2024

Frasco aberto


Não estou conseguindo. Sério, não consigo mais. Há coisas que escrevi há anos e nem eu mesma acredito que fui eu que pari a criança.   Esses dias fui com o cursor do mouse até o final da poesia para ver se eu mesma havia escrito aquilo ou se constava ao final do texto os créditos do verdadeiro autor.  Mas não, não havia crédito de outro. Era eu mesma, a Cristina, quem escreveu. Nossa, que surpresa! Sério mesmo?  

Acho que esqueci o frasco do perfume aberto. Ou muito mal tampado. Senti saudade da antiga fragrância mas tudo que encontrei foi um pouco de líquido amarelo-escuro no vidro. O líquido estava  um pouco mais denso e com o cheiro drasticamente diminuído... e um pouco alterado também.  Cheiros deveriam ser sagrados.  

Deixei o frasco aberto por muitos anos. Que descuido!    

Eu mesma me sinto assim, gasta e cansada e não há erro maior do que tentar fingir que ainda sou a mesma.   Mudou tudo. Não me reconheço. Isso tem um lado bom porque é necessário uma dose bem grande de angústia e inquietação para escrever alguma coisa bonita.  Tem que doer pelo menos um pouco. Agora, por exemplo, está doendo um pouco. Só por isso estou conseguindo escrever.

A felicidade é desajeitada demais. E distraída. Não registra nada, perde as anotações, esquece a chave e sempre está com pressa.    Já a paz é menina preguiçosa, satisfeita, que não quer ser incomodada. Ok, é justo. Chega de dramas e alaridos. Chega da balbúrdia das vozes internas. A paz só admite sons externos, que não clamam nem reclamam, só sinalizam. Em suas reconfortantes repetições os sons comuns deixam bem claro que a vida continua e sem suspenses. 

Sobra o que interessa:  o som da split velha, do caminhão de lixo, do gato, da lavadora centrifugando, da construção do outro lado da rua,  da panela de pressão fazendo feijão. Sobra o comum, o que não encanta nem incomoda. Sobra a deselegância das pantufas de quem não se importa mais. O visceral sumiu - e quem sou eu para dizer que isso é ruim? 

Não estou reclamando! Eu só queria conseguir transpirar mais um último soneto. Só mais uma rimazinha gentil. Só isso.    

Pois tá aí:  esse é o meu draminha de final de tarde.  

8 de nov. de 2024

O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas

Hoje resolvi rever um filme antigo que, no passado, realmente tocou meu coração. 

Às vezes um bom filme do passado precisa ser deixado mesmo lá longe, como uma boa memória.  Revisitá-lo pode trazer grande desapontamento, afinal a gente muda. 

Dessa vez resolvi rever O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas. Ou St. Elmo's Fire, no título original.  Na época gostei demais desse filme e jamais o esqueci.  Foi uma delícia poder revê-lo e voltar a me emocionar como antes.

Meio complicado falar sobre esse filme porque a sensação inicial, logo nas primeiras cenas, é de que se trata de mais um "Seção da Tarde".   No começo vemos jovens colegas, alegres e festeiros, namorando, rindo, indo a festas etc.   Mas não, não  se trata de um filme raso.  Pelo menos não pra mim.

O título poderia ser "Friends" pois sobre um grupo de amigos. Todos estudaram juntos e  aos poucos se vêem tendo que tomar decisões e finalmente enfrentar a vida adulta. Nesse contexto cada personagem tem um desafio a vencer, uma infantilidade ou uma paixão a ser superada.  Não é mais possível empurrar tudo com a barriga e resolver os dramas com uma festa ou uma noite de sexo.  Eles são  confrontados pela vida, que exige decisões, e se vêem obrigados a crescer e deixar de bobagens.  A maneira como isso acontece para cada um é dolorosa e comovente. Esse é o cerne da história. 

Coisas, atitudes velhas precisam ser deixadas para trás.  Uma paixão alimentada por muito tempo pode ser paralisante e roubar tempo de vida. Um choque de realidade, talvez até um simples beijo pode realinhar tudo e libertar a pessoa, permitindo que ela siga em frente. 

É isso: a chegada da vida adulta.  Nada é mais doloroso e libertador do que  o processo de acordar.

Achei tocante observar a vida de cada personagem tomar forma, se definir.  Cada um vai acordando e criando coragem de tomar as decisões necessárias que vão dar forma ao "resto de suas vidas".

É gostoso a gente se flagrar "perdoando" mesmo os personagens que fazem as maiores besteiras. A gente vai entendendo os seus furacões interiores e acaba achando que "é assim mesmo, faz parte do crescimento" e "nessa idade tudo tem perdão".   Interessante também é perceber que os personagens mais centrados e certinhos são tão complexos e atormentados quanto os malucos.  São iguais e isso nos faz refletir.    Todos estão na mesma fase e nenhum deles é uma fortaleza.

O amor que julgamos ser eterno pode ser passageiro e o amor que torcemos para ser passageiro pode ser eterno.

O filme consegue nos contagiar com a mesma saudade melancólica que observamos nos personagens, que se despedem de sonhos bobos, amores equivocados e da ilusão de que "nada precisa ser tão sério".  Alguns erros definem todo o nosso futuro, sim.

Na última cena a gente se sente como um deles. Dá uma dorzinha de despedida.  Aquela emoçãozinha gostosa.   É quando percebemos que assim como os personagens crescem, aceitam as mudanças da vida e seguem em frente nós também precisamos crescer,  desligar a televisão e encarar a vida real.   De alguma forma nos sentimos como eles.

Tenho então a dizer que "re-gostei" muito do filme. Para mim não perdeu o encanto mesmo depois de uns 30 anos.

 


Vale uma menção especial para a beleza incrível de Rob Lowe, no auge da juventude, e de  Andrew McCarty,  com sua carinha apaixonada e olhões azuis lindos e  impressionantes. 

Quer ver o trailer? Tá aqui:   St. Elmo's Fire (1985) Trailer #1 | Movieclips Classic Trailers



7 de nov. de 2024

Sonho esquisito

 Essa madrugada tive um sonho esquisito. Posso classificar como "pesadelo". Foi rápido mas por algum motivo me sinto impelida a registrar a experiência. Alguns detalhes acabei esquecendo mas ... vamos lá.

No sonho, devido aos problemas da vida, eu estava decidida a buscar mais as Deus  me dedicando mais à oração. Então, no sonho, eu saía a procura de um lugar propício, onde eu poderia me ajoelhar e orar pelo tempo que minha alma desejasse. Meu marido estava comigo. Ele me seguia, vinha sempre atrás de mim embora eu não o visse. 

Eu me vi em um local que parecia ser uma espécie de "condomínio de capelas". Não havia casas, só capelas para oração, de diversas denominações cristãs.  O condomínio era um lugar calmo e limpo, um lugar agradável.  Passei por várias "igrejinhas"  dando uma olhadela em cada uma, escolhendo onde eu iria ficar. Todas eram pequenas, limpas, agradáveis e simples. Quando eu abria cada porta sempre havia algumas poucas pessoas reunidas orando em silêncio.  Depois de olhar algumas opções finalmente escolhi uma - que na verdade era bem semelhante às demais.  Só escolhi porque achei que no final das contas era tudo mesmo muito parecido, não haveria uma melhor do que a outra, além do mais eu já estava cansada de procurar e queria começar logo a orar.

Só quando entrei é que percebi que a capela que escolhi era católica. Não havia santos nem nada que indicasse isso, mas eu simplesmente sabia.   


Por fora a capela escolhida não se destacava de nenhuma outra. Era toda dentro do mesmo estilo:  Bem pintada de bege, simples ,  de aspecto bem cuidado, silenciosa e convidativa.  Mas por dentro era completamente diferente, o que me deixou surpresa e decepcionada. 

Por dentro era tudo muito velho. As paredes pareciam não terem sido pintadas há séculos.   Não era possível sequer definir a cor das paredes, do piso e dos bancos. Tudo parecia meio cinza, empoeirado, muito gasto e soturno.   O lado de dentro não se parecia em nada com o lado de fora. Por fora era uma construção de poucos anos mas por dentro parecia um compartimento esquecido e recém descoberto de alguma construção medieval.  Os pouco de bancos que havia eram antiquíssimos,  de tábua corrida e sem encosto. Gastos, desconfortáveis, mofentos, empoeirados, como se há séculos ninguém tivesse feito uso deles.  Não era possível ter certeza se eles eram mesmo de madeira ou de pedra.  O ambiente não era nada aconchegante, mas até mesmo um tanto hostil,  como se  tudo dissesse "fique se quiser, mas ninguém te chamou."  

Percebi que havia no local algumas poucas pessoas. Umas cinco ou seis, talvez.  Nenhuma delas estava ajoelhada. Nenhuma estava nos bancos da frente. Estavam todas sentadas mais atrás, próximas às paredes laterais. Todas de olhos fechados. Pareciam estar ali há muito, muito tempo. Suas roupas eram velhas como tudo ali. Pareciam camponeses antigos e cansados.    Todas dormiam. Pareciam defuntos, sentados e imóveis, indiferentes a tudo, de olhos fechados.   Eu sabia que aquelas pessoas não estavam mortas, estavam dormindo, mas o aspecto era mesmo de defuntos. Sabia que elas não me ofereciam perigo algum. Nem perigo nem companhia. Algumas tinham a cabeça pendendo para o lado como passageiros de ônibus sonolentos, cansados, voltando do trabalho.  Eu não tinha intenção de incomoda-las, sabia que elas não me incomodariam de forma alguma e que eu poderia permanecer ali pelo tempo que quisesse. 

Imagino que arqueólogos, ao entrarem pela primeira vez em uma tumba egípcia, sentiram o mesmo que eu senti ao entrar naquele lugar sombrio. 

Decidi ser prática. Deixei para lá o nojo, as más impressões e toda a contrariedade por ter caído no pior lugar mesmo depois de ter feito tanta seleção. Escolhi um lugar para ficar e ajoelhei para começar a orar. Foi quando comecei a sentir uma sensação muito ruim. O ambiente foi ficando mais pesado e eu sendo tomada por um medo crescente.  

Senti que havia ali uma "entidade", um espírito ruim no canto da parede, bem perto de mim. Eu não via, mas sentia claramente  sua presença. Fui me enchendo de pavor.   Então não aguentei ficar ali e levantei  para ir embora, Enquanto me virava para sair eu chamava baixinho pela minha mãe. Comecei baixinho mas fui aumentando o tom de voz  a medida que o medo aumentava: "Mãe! Mãe! Mããããe!"    Eu já estava completamente apavorada mas não conseguia sair rapidamente dali. Nenhuma das pessoas se importou comigo. Nenhuma acordou, nenhuma me olhou.    

Enquanto eu chamava desesperada pela minha mãe, acordei. Meu marido me sacodiu, pois eu estava gemendo na cama. Graças a Deus ele me acordou.

Credo.






 

CRISTIANISMO e a prática da CARIDADE

Você não pode se salvar através da simples prática de boas obras:

1) Usar o próximo para chegar a Deus não funciona. O ser humano não é meio de salvação. Se isso funcionasse Jesus não precisaria morrer na cruz, bastaria ter deixado um punhado de bons conselhos. Sua morte expiatória não faria sentido algum. Quer dizer: sua morte sequer seria expiatória.

2) Praticar caridade é fundamental e faz parte do evangelho. Pode ser um forte indício de que as luz entrou no seu coração. Mas isso não é tudo.
3) Achar que o evangelho se resume à convencer as pessoas a praticarem a caridade acaba fazendo do homem o caminho para Deus. Mas só Jesus é caminho para Deus. Quem precisaria de Jesus se pudesse resolver as coisas por aqui mesmo?
4) Ninguém precisa ser cristão para ser caridoso. Muitos ateus fazem isso de muita boa vontade enquanto ridicularizam a crença na divindade de Cristo. Ou seja: ser caridoso não faz de você um cristão, apenas faz de você um bom cidadão.
5) Se o evangelho se resume ajudar os pobres então Jesus é dispensável. E se você acredita que Jesus é dispensável você não conhece Jesus, jamais teve um encontro com ele, portanto não é nem nunca foi um cristão.
6) Muitas outras personalidades históricas nos inspiram a fazer o bem. Não precisaríamos de mais um personagem só para dizer de novo o que todo mundo já sabia: que fazer o bem faz bem. Jesus veio ao mundo para fazer muito mais do que isso.
7) Jesus não é "mais um".

28 de out. de 2024

O grito das pedras

 



O maior mistério da humanidade é a teimosia e a arrogância do ser humano em não querer aceitar a explicação mais plausível para certos "mistérios".
Por exemplo: milhares de povos de diversas culturas antigas deixaram registros sobre "a grande inundação" (que alguns chamam se dilúvio) ocorrida em época remota. Penso que devido a quantidade de registros antigos essa teoria deveria ser levada a sério para efeito de estudo, a fim de ser confirmada ou não. Ninguém precisa acreditar logo de cara, mas deveria pelo menos ouvir co m respeito os argumentos de quem acredita.

Nada é mais anticientífico do que fechar os ouvidos. Mas os "estudiosos" preferem acreditar que registros antigos de civilizações antigas, separadas umas das outras por milhares de quilômetros e idiomas diferentes apenas "coincidiram" entre si e que é impossível ali existir um pingo de verdade.
Quando a arqueologia esbarra no preconceito ela já não serve para os "estudiosos".
Claro que com o ocorrido (a grande inundação) o movimento das águas causou o deslocamento de imensa quantidade de terra, soterrando civilizações inteiras, como termos visto em diversos lugares. O que há de tão impossível nisso?
"Aaiinnn como será que civilizações "sumiram" do nada, sem deixar registro"?
Cara, não foi "do nada"!
Já foi dito como, mas não querem dar o braço a torcer. Há um orgulho intelectual que não os deixa aceitar o óbvio só porque o óbvio foi incorporado a algumas religiões.
É como Jesus disse certa vez: "se as pessoas se calarem as pedras vão gritar".
Dito e feito. A arqueologia é "o grito das pedras".


23 de set. de 2024

The Chosen e a Chatolândia que procura pêlo em ovo

Ô povo que gosta de criar problema onde não tem!  

The Chosen é uma série sobre Jesus e seus discípulos. Obviamente é baseada na Bíblia. Isso despertou a patrulha histérico-religiosa para procurar, na série, todo tipo de veneno, heresia e perigo oculto em cada frase, cada personagem, cada gesto.  

Estar alerta não é errado. Sabemos que o Inimigo é astuto e gosta de jogar sementes de sutilezas venenosas nas mentes. Ok, vamos analisar as coisas mas tudo tem limite! 

Percebo um exército de apavorados procurando coerência teológica em tudo que os atores dizem, como se cada um fosse obrigado a ser um cristão piedoso para poder trabalhar no filme.  Reclamam também de uma ou outra frase "que não está na Bíblia"  e implicam até com coisas que estão na Bíblia mas se tornam "perigosas" porque também estão no Livro dos Mórmons.  Vi gente reclamando que Jesus está "humano demais" e "legal demais".   Mas ele era legal e humano também! 

Há medo também de que as pessoas se satisfaçam com a série e abandonem a Bíblia,  passando a "se doutrinar" única e exclusivamente com a película suspeita. É tanto medo histérico que cansa.

Como foi dito, trata-se de um filme baseado na Bíblia.  Só isso.  Nunca houve pretensão de VIRAR BÍBLIA ou substituir a Bíblia!    Se é para colocar só o que está escrito então leia a Bíblia e abandone a série! Quem assiste quer a dramatização e sabe (ou deveria saber) que há uma licença poética e criativa para tudo aquilo. Se não, a série ia virar uma mera recitação do texto sagrado.   Mas o que temos é uma DRAMATIZAÇÃO linda que inspira as pessoas a conferirem o conteúdo e, no final das contas,  ler a Bíblia.  A série é bem cativante e tem abençoado milhões!   

"Ahh Jesus nunca disse essa frase: eu sou a lei de Moises"!   O que importa? O conceito, a ideia,  estão na Bíblia.  Então qual o problema?   Os que escreveram os Evangelhos não andavam com gravadores atrás de Jesus para depois transcrever até os seus suspiros.   Como cobrar cada frase ao pé da letra  se estamos falando de um filme?   E um filme honesto desde o início no sentido de que   NÃO SE PROPÔS  EM MOMENTO ALGUM A SER LITERAL.

Jesus  também nunca disse "ai que calor". Se o diretor põe essa frase no personagem Jesus, então ele estaria extrapolando o texto sagrado? 

 SE no filme Jesus Disse  "EU SOU A LEI DE MOISES" qual o problema? 
"Ah, tá na Bíblia dos Mormons!"  Então a afirmativa deixou de ser verdade por causa disso?  O diabo também disse que Jesus é o Filho de Deus.  E agora? Passou a ser mentira porque o diabo falou?

Ao comentar sobre a série, vi em um vídeo um pessoal que chegou ao cúmulo de discutir  os perigos das doutrinas mórmons!  O que isso tem a ver com a história?!   "Ah, mas é que os mórmons ajudaram o diretor!"  Deus usou até uma mula para atingir os seus propósitos!   Deixem os mórmons em paz!

Ateus  trabalharam na série, viciados,  católicos,  evangélicos,  budistas, gente boa, gente maluca, gente adúltera...  Tem de tudo!  A pergunta é: e daí?

O evangelho está sendo pregado. Não vi heresia na série. Isso é o que importa.  Pessoas estão voltando para Cristo.  Se o Jesus da série não se parece com o Jesus que cada um tem na própria cabeça,  paciência!  Não há como consertar isso e satisfazer todo mundo. 

Será que o Jesus da cabeça de um pastor da Assembleia de Deus é idêntico ao Jesus real? E o Jesus dos batistas? Será que confere? E o da igreja  Deus é amor? E o Jesus dos católicos?  Quem já viu Jesus, já conversou ao vivo e a cores com ele para dizer com exatidão como era o jeito dele?

Precisamos entender que Deus coloca seus tesouros em "vasos de barro".    Em todos os púlpitos, aqui ou acolá, alguma bobagem  frequentemente é dita. Somos humanos. Será que  devemos  então  jogar toda a mensagem fora porque o pregador não era perfeito?  Se falhas de interpretação, se falhas do mensageiro tem o poder de invalidar toda a obra de Deus, então Deus está realmente em apuros!

Se for assim, QUEM É APTO A PREGAR O EVANGELHO?

Acho mesmo que, as vezes, o fundamentalismo religioso atrapalha mais do que um erro doutrinário bem intencionado.  

Foi dito também que os atores pregam o sincretismo. Se isso é verdade, problema deles! O importante é que O FILME NAO PREGA SINCRETISMO.   Seria muita infantilidade  confundir os atores com os personagens e procurar neles a santidade dos apóstolos e do próprio Cristo.

Bora parar de ser tolos. Vamos examinar tudo e reter o que é bom. Essa é a orientação do Apóstolo Paulo. E eu a reitero.

10 de set. de 2024

HOMOAFETIVO X HOMOSSEXUAL

Homoafetivo é quem sente afeto por pessoas do seu mesmo sexo.  Ou seja: todos nós somos homoafetivos! Ora bolas!

Já homossexualidade tem a ver com FAZER SEXO com pessoas do mesmo gênero. 

Estamos falando em AFETO ou em SEXO?  Decida. 

O movimento gay luta pela normalização e aceitação dedeterminada conduta sexual ou está lutando pelo "direito de ter carinho e amizade por pessoas do mesmo sexo? Isso alguma vez já foi proibido ou questionado?????

Por que algumas pessoas querem maquiar seus atos debaixo da palavra "afeto" quando na verdade estamos falando de outra coisa ? 

Por que não assumir que a questão é sexual? Isso constrange? Já se perguntou por que constrange?  

Você tem preconceito contra a prática homossexual e por isso se sente mais a vontade fazendo de conta que tudo só se trata de "afeto"?  

Falam tanto em "orgulho gay" mas agora o povo vem com esse eufemismo desnecessário!

7 de set. de 2024

ROSA

A musica ROSA é uma obra de arte tão perfeita quanto a rosa  mesmo.  Uma das cancões mais lindas que conheço. Talvez a mais bela porque quando a ouço não consigo me lembrar de nenhuma que pelo menos lhe faça par.
E como me  emociono!  Sempre.

"  ... Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos hei de envolter-te até meu padecer, de todo fenescer!"

Existe forma mais delicada, pura e elegante de descrever o momento sublime de um gozo apaixonado?


https://open.spotify.com/track/55aD0VWIjv9iMDWzIxHTnl?si=3xSUUGzvThWxe1sN17MFWg




18 de mai. de 2024

Confusão emocional

BEBÊ RENA:

Finalmente terminei de assistir a minissérie Bebê Rena.  Trata-se de um tremendo DRAMA PSICOLÓGICO que acabou me levando a uma série de reflexões. 

1-  As coisas mais estranhas ou condenáveis que uma pessoa faz nem sempre são frutos de uma livre escolha.   Algumas pessoas estão tão doentes por dentro que vão agindo de forma estranha a si mesmas.   Depois  passam o resto da vida tentando entender "afinal de contas que merda foi aquela" ou "como me vi envolvido em algo que não desejei nem por um minuto? Que tipo de idiota sou eu?'  

2- "Aconteceu porque você quis"  não se aplica a tudo.  

3- Nós não temos a menor ideia do que as pessoas passaram para chegar ao ponto em que chegaram.

4- Esse filme é assim:  depois de odiarmos o personagem por vários episódios, aos poucos ele (e nós) vamos entendendo todo o seu imenso drama interior e isso munda toda a nossa visão.

5- Um boa terapia pode te livrar de fazer muita "caca' nessa vida. 

6-  Por causa de uma carência profunda você pode destruir a sua própria vida.

7- Isso é MUITO COMUM em casos de estupros, assédios  e abusos sexuais continuados.  A pessoa perde referências e não sabe mais como a situação chegou onde chegou.   

8- Desabafar? Impossível. Para desabafar é necessário explicar o que está acontecendo. Só que A PESSOA NÃO ENTENDE DIREITO O SENTIDO DE TUDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO. 

9-  Confusão emocional é uma coisa muito dolorosa e fragilizante.  E é bem fácil manipular uma pessoa que se encontre nesse estado. 

10- Quem mata sabe por que mata. Quem rouba sabe por que rouba. Mas o sujeito manipulado não consegue entender  qual foi a  sua motivação.  Tudo parece um emaranhado aleatório no qual foi se enredando sem sentir e depois não conseguiu mais sair. 

11-  Qualquer pessoa que olhasse aquele personagem iria dizer que ele era apenas muito burro ou que no fundo gostava daquela maluca. Só que não era nada disso. Nós somos seres extremamente complexos. Não há respostas simples para situações confusas.

Essa série é um tratado de psicologia.  

No fim você acaba sentindo pena do cara e da absurda fragilidade dele.  

Depois de tudo espero ter me tornado uma pessoa mais compreensiva com o próximo.

Páginas