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14 de nov. de 2011

Gente estranha, gente esquisita

Hoje eu estava conversando com uma mãe que perdera a filha. Ela me contou que, no funeral,  o corpo de sua filha não estava em condições de ser exposto em caixão aberto. Estava feio, degenerando-se rapidamente. Ela então manteve o caixão fechado, obedecendo até mesmo à manifestação de vontade da filha quando ainda estava viva. Esta senhora me disse: "Tive que fechar o caixão, mas muita gente ficou chateada; reclamou porque queria ver... mandei então abrir só um pouquinho..."

Como é que é?

O pessoal ficou chateado porque foi ao funeral mas não pôde matar a curiosidade mórbida. Sentiram-se roubados da oportunidade de fazer comentários a respeito da aparência da morta, sentiram-se subtraídos do prazer do choque.  A mãe, então, para agradar os convidados, dá uma palhinha e abre o caixão só para não contrariar, afinal de contas eles são tão solidários!

Meu Deus!

"Falta você em tudo daqui
Oh meu amor! Oh meu amor!
O que estaremos fazendo daqui a alguns anos?
O que estaremos fazendo uns aos outros?
Pelo que eu aprendi, tenho medo!
Isso eu confesso, verdade.
Antes que o tempo nos leve
Antes que o tempo já tarde..."

Guilherme Arantes.

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