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30 de jul. de 2016

Anéis flutuantes

Pareciam dois anéis girando em direções distintas.  Dois mundinhos afetuosamente interligados mas não prestando muita atenção ou dependendo um do outro. 

O núcleo eram os adultos, serenos  e sorridentes comemorando um aniversário. Visivelmente harmônicos entre si, pareciam muito cônscios do seu poder de atração sobre os demais corpos celestes. Nenhuma preocupação, nenhuma irritação ou suspense ultrapassava o cinturão invisível que circundava o núcleo. Todo movimento ao redor era de astros subjugados, incapazes de ir mais longe. 

Orbitando ao redor desse núcleo haviam três pequenos asteróides. Movimentavam-se em elipse, presos e seguros num magnetismo quase palpável. Mesmo quando iam um pouco mais longe não olhavam interrogativamente seus pais nem eram vigiados por eles. Parecia ser muito natural que o movimento fosse aquele e que o tamanho da sua liberdade já estivesse acordado e decidido.

Os adoráveis asteroidinhos também traziam presos a si outros corpos celestes, só que de gás: um era no formato de um avião, outro com as caras do Frozem e mais outro tipo Princesa Sofia.  

O asteroidinho mais velho era por demais agitado e se comprazia em perseguir e ameaçar com caretas e evoluções de luta. As meninas, fugindo da perseguição, formavam com ele um divertido trenzinho celeste onde cada vagão conhece o ritmo certo de correr sem pegar ninguém e sem se deixar pegar. Essas investidas geravam muitas cenas engraçadas. Mais de uma vez parei de comer minha pizza pra rir ou para me conter, pois queria intervir naquela pequena cena de injustiça social. Devido à impetuosidade do menino, o direito à posse das garotinhas estava sendo ameaçado! Mas tive que me conformar porque a minha galáxia era outra.  Então me limitei a rir daquele menino comicamente ameaçador que fazia as menininhas darem mil voltas em torno da mesa sem socorro algum. Ninguém se importava, só eu. 

Os adultos conversavam em paz, alheios àquelas  opressões infantis como se soubessem, desde sempre, que tudo estava controlado.  As crianças então giravam sua história para um lado enquanto eles giravam para outro, num desencontro curioso que não os separava. Estavam interligados e separados, presos e alheios.

Eu me deliciei observando a harmonia daquela desconexão,  daqueles giros e magnetismo. Guardei a visão do menino danado, da mãe desestressada, da avó serena, do pai seguro... e especialmente da menininha elegante em seu vestido fresco, limitando-se a fugir do meteoro sem correr, numa velocidade constante e estudada.    

Por fim todos se foram,  leves como os balões. Parece-me agora que não fizeram outra coisa a não ser dançar em orbita a noite toda de um jeito afinado que não se vê muito por aí.

26 de jul. de 2016

A pior perda *

Já existe  um consenso: a pior perda da velhice é a saúde.  Depois vem a beleza. Claro que estou aqui para dizer que pensei muito a respeito e por fim discordo.  

Ontem eu observava uma senhora. Mais exatamente "uma velhinha".  Todos os seus movimentos eram em câmera lenta em comparação ao resto do mundo. Ela contava suas histórias e as vezes se queixava da vida. Tossia, passava a mão na cabeça, sorria às vezes, tudo de dentro da sua impenetrável bolha slow motion.  Durante todo tempo em que eu tentava lhe prestar atenção,  lá dentro da minha cabeça bimbalhava a questão: "quanto disso tudo que ela diz é verdade?  Não tem nenhum delírio aí misturado? Será que foi assim mesmo? E suas queixas? Quais são reais e o que não passa de manha?"  

Minha mãe,  antes de nos contar algum evento notável ou antes de fazer alguma queixa gostava de se valer de um preâmbulo: "estou contando mas sei que ninguém acredita no que velho diz.  Ninguém dá bola para conversas de velhos mas vocês podem checar o que estou dizendo! "

É triste "clamar no deserto". Poucas vezes eu havia parado pra considerar o quanto poderia ser doloroso perder a CREDIBILIDADE.  Agora tenho pensado mais nisso concluo, melancólica, que essa é a perda mais dolorosa da velhice pois afeta nosso próprio sentimento próprio de honra. Essa "cabeça erguida espiritual" às vezes é todo o nosso quinhão no fim da vida. 

Pior do que ficar feio é ficar engraçado, pitoresco. É pior do que doença,  pior do que o afastamento da morte. A perda da credibilidade te afasta emocionalmente das pessoas. A conexão da amizade morre. Morre! Sobra o respeito penalizado, a compaixão. E todos nós caminhamos pela vida achando que vamos ter mais que isso das pessoas. 

Perder a credibilidade e perder a relevância social. A pessoa vai ficando invisível. É a mudez social.

Quantos velhos precisamente agora estão denunciando maus tratos sem serem levados a sério? Quantos sofrem na cara de todo mundo mas ninguém vê? Quantos testemunham crimes e traições mas ninguém lhes dá ouvidos? O que poderia ser mais angustiante?

Quando penso em fantasmas imagino esse tipo de cena: a pessoa já morta mas sem consciência disso, tentando pegar um objeto do mundo físico mas não conseguindo. Mentalmente vejo o espírito como no filme Gost, tentando desesperadamente tomar parte no que vê, mas sem condições de fazê-lo. Impossível pegar um simples como. As mãos atravessam os objetos e a pessoa se sente um nada, impotente. Ainda que se sinta viva,  o mundo não a enxerga mais. 

Essa possibilidade é triste e impressionante. Me ponho a pensar e não consigo encerrar o texto de uma forma digna. Só me resta fazer um apelo: não deixe um velho perceber que você não acredita no que ele lhe conta. Não lhe dirija olhares distantes durante suas denúncias. Pode ser tudo verdade. Não deixe ele se sentir invisível e jamais presuma que ele está mentindo. 

Acho que negar fé é pior do que negar um abraço.

22 de jul. de 2016

Idiotas *

É uma palavra forte: idiota. Xingamento que humilha. Chegamos até a achar que os idiotas não deveriam ter nascido ou que bem poderiam ser banidos, se não do mundo, pelo menos das proximidades.
Não sejamos tão duros com eles. Em primeiro lugar porque você é um idiota. Eu sou também.  Todos somos idiotas aos olhos de alguém. Não dá para escapar disso. Mesmo quem se cala, temeroso por não  querer ser xingado por forças contrárias,  esse ser nulo é mais idiota ainda do que nós.
Isto posto só nos resta dividir a categoria em duas classes: os idiotas irritantes e os idiotas divertidos.
Pensando bem... o idiota insípido formaria uma terceira categoria. Mas deixa pra lá.
Os idiotas irritantes nem precisam de apresentação. Quem tem Facebook conhece pelo menos meia dúzia. São os emocionalmente cegos, os incoerentes, os impermeáveis ao raciocínio logico,  os que recitam chavões sem pé nem cabeça e adotam frases que não resistem à menor argumentação.  São os que não podem ser questionados que se tornam agressivos, querem ganhar no grito.  Só Deus sabe por que eles existem.
Mas felizmente existem também os idiotas divertidos. Aqueles que adotam atitudes ridículas mas que ao invés de causar repulsa causam risadas. Tentam explicar as coisas com  um raciocínio tão torto e cheio de erros que nos rendem gargalhadas a ponto de salvar o nosso dia. Estão absurdamente equivocados mas pela postura inofensiva são quase fofos. Eu disse quase. Se fossem mesmo fofos não seriam idiotas - seriam crianças.  Só elas erram com graça cativante.
Como hoje resolvi divertir você,  segue o exemplo de uma idiotice do bem, do tipo que nos inspira a estudar a raça humana.  Ou a rir, simplesmente.  Descobri um curioso grupo de idiotas que defende a idéia de que a Terra não é redonda, mas plana. Incrível!  A seguir veja o link de um vídeo bem legal onde os argumentos da "terra plana" são detonados um por um de forma bem divertida.
Delicie-se:  https://youtu.be/YNROku4jjx4

18 de jul. de 2016

É show!


Vou tomar banho, me perfumar e passar creme no rosto. Amanhã de manhã vai acontecer novamente aquele evento luminoso no qual a estrela sou eu.

Não estou aqui para me gabar mas você há de concordar que não é todo mundo que provoca um ajuntamento organizado e sorridente por onde passa. Eu provoco.

Todos os dias o meu percurso pela Almirante Barroso é um a-con-te-ci-men-to. Claro que já me perguntei o motivo. Não sou má pessoa mas também ainda não fiz nada que merecesse essa reação do público. Mas vou reclamar? Claro que não. Um dia entenderei o que me faz parecer tão nobre. Enquanto não entendo, relaxo e gozo.

É tão bom ser admirada! Digo isso porque o que mais poderia explicar a emocionada saudação que recebo das árvores todas as manhãs quando passo pela avenida principal da cidade? Como explicar os aplausos, os acenos emocionados, a discreta agitação que cresce a partir do momento em que meu carro surge lá na curvinha, no início da passarela avenida?

Qualquer um que esteja por perto no momento da minha aparição verá as árvores perfilarem e me saudarem emocionadas, vestidinhas de verde, com as folhas recém escovadas e lustradas sem nenhuma poeira. Quanto carinho! Algumas vem em turma se amontoando na bira da calçada. Outras me acenam mais solitárias, deslocadas no meio de algum terreno mal cuidado. Não importa. Legal é saber que todas acordam cedo para me recepcionar. Cantam, assoviam, fazem chique-chique com os galhos à minha passagem. Só não pulam mesmo porque não dá.  Que belo momento!

Tento entender os motivos depois. Bem depois.  Na hora "hagá" não me detenho nessas questões. Por que desconfiar de gestos de amizade? Tudo o que tenho que fazer é não desapontá-las. Quando me acenam diminuo a velocdiade e retribuo com o sorriso mais simpático que consigo. É o suficiente. Amanhã estarão lá de novo, cheias de vida.

Já reparei que no terreno do  Tribunal há três dessas simpáticas árvores uniformizadas. Elas são mais contidas, claro. Não levantam os braços nem fazem barulho mas o leve aceno, sem muito alarde, já me deixa alegre. Não podem fazer mais do que isso provavelmente por estarem de serviço.

Observo também aquelas que não podem ir para perto da pista, como as outras. Sei lá como é a hierarquia vegetal mas estas de baixa patente também são tão meigas! Não deixam de comparecer por nada desse mundo. Ficam disputando espaço umas com as outras debruçadas sobre os muros da avenida se acotovelando esperando eu passar. Não há espaço nem para acenar, tadinhas. Apenas arregalam um sorriso verde e brilhoso.

Não desfazendo das árvores de serviço nem das contidas pelos muros (segundo escalão) registro aqui meu especial apreço àquelas mais expansivas que sorriem festivas, agitam bandeirinhas à minha passagem, jogam folhas e assoviam. São a alma da festa, certamente. Quando vou me aproximando elas cutucam umas às outras avisando "lá vem, lá vem ela!"

Ainda vou descobrir quem organiza essa festa. Sabe, isso me põe pra cima! Até esqueço os problemas. As árvores da Almirante Barroso são super alto astral.

Tenho que admitir: existe uns dez por cento delas que são, digamos assim, menos expansivas. São as mais altas e mais e quietas. Não há vento que as anime. Não sei se isso tem a ver com a idade. Geralmente elas se colocam perfiladas próximo à Doutor Freitas. Bonitonas. Parecem - ou querem parecer - mais nobres.

Sabe, não fico ressentida com essa falta de viço.  Não fazem auê mas baixam o olhar quando passo. Permitem-se um discretíssimo sorriso e pronto. Pra mim é o suficiente.

Todos os dias pela manhã para mim é Sete de Setembro.

Bora comigo amanhã.  Você vai ver que animação. De repente, vendo você comigo, pode até ser que elas lhe joguem umas folhinhas também.  Leve máquina.


13 de jul. de 2016

Feixe


Ele era um pequeno feixe de inquietudes. Precisava de uma dose maior de aconchego. Precisava precisando mesmo, não era onda. Era coisa lá de dentro, dessas que a gente enxerga e não duvida. Era um precisar comovente pulsando dentro daquele corpinho frágil e por mais que eu o socorresse nunca era o suficiente. Eu via que não era, mas não sabia o que fazer. Às vezes era como se ele estivesse perdido na noite. No cúmulo da sua inocência ele se expunha assim, tão sem medo de se mostrar, tão sem medo de que usassem sua fragilidade contra ele mesmo. Às vezes eu me expunha, a mim mesma também, porque às vezes eu me via nele e não queria que se sentisse sozinho.  Ele era eu mesma, só que sem disfarces. Nele encontrei a mim, desnuda e pequena.  Ele era o meu retrato mais inquietante e foi por isso, e nessa época, que passei a me vestir de preto.

Ele existia e eu o amava e não poderia deixar que ninguém lhe fizesse mal.

Ele era um pequeno feixe de nervos e amor e a vida lhe pesava embora ele não soubesse disso. Seu coração pequeno batia na caixinha de ossos.  Eu não  sabia se o abraçava apenas, se isso lhe bastaria. Eu queria tanto que bastasse!  Eu não sabia se o melhor era ralhar para força-lo a ser forte, prepará-lo para o mundo, ou se deveria deixar claro que aquilo afligia a humanidade toda e que a vida é assim mesmo.   Eu me inquietava considerando se era exigir muito de uma criança abraçá-la dizendo que aquele abraço deveria lhe bastar.

Eu não tinha respostas nem abraços que lhe bastassem e na maioria das vezes meu coração doía profunda e longamente em seus bracinhos finos que nada podiam fazer por mim. Então diante de mim eu tinha um feixe de sentimentos tremulando, inquieto e cheio de vida. O potencial de angustia que poderia me sobrevir por causa dele era incomensurável. Melhor que não soubesse disso. E eu seguia não sabendo como agir e me desesperando em querer ser  para ele a maior bênção da vida.   Eu, solícita e desajeitada.

Ele todo era feito para sentir e me lançava, sem saber, num mar de aflições pelo passado, pelo presente e pelo futuro.

9 de jul. de 2016

Tudo que há nesse mundo

Tudo o que há de bonito nesse mundo foi feito por amor. Pode reparar.  Ou foi o amor às pessoas ou amor à arte, ou amor ao belo, amor ao desafio, amor ao conhecimento.  Sem esse sentimento, que vai muito além do dinheiro, nada que presta existiria.
A tinta linda com a qual você pintou a sala não existiria sem alguém apaixonado por química. Alguém amava as cores desde criança e sabia diferenciar nuances e nuances. Foi alguém com um olhar especial que estudou, se dedicou e jogou no mercado,  vitorioso,  algo que te fez parar e sorrir.  Você está bebendo dessa fonte cada vez que chega em casa, acende a luz e se sente satisfeito com sua parede. 
Você não voaria se alguém não amasse o conhecimento,  o desafio, se não amasse entender aerodinâmica, física, pássaros. Com certeza foi uma pesquisa apaixonada,  que absorveu uma vida inteira,  que te levou para dentro de uma aeronave e possibilitou que você observasse as nuvens de cima para baixo. O nome disso é amor.
Você não existiria se alguém,  romanticamente,  não se apaixonasse pela idéia de te abraçar,  te amparar, segurar em sua mãozinha e ser relevante para pelo menos uma pessoinha nesse mundo de meu Deus.
Mesmo quem quer apenas ganhar dinheiro precisa do conhecimento de inventores, cientistas, artistas, artesãos... Precisa beber na fonte disponibilizada pelos amantes da vida, dos cheiros e sensacoes, de pessoas que simplesmente adoram o que produzem, adoram os calos que tem e não conseguem parar de fazer o que fazem e o fariam ainda que não recebessem nada em troca. 
O amor está na raiz de tudo que é bom e belo. Cada música maravilhosa foi o produto desinteressado de uma alma encharcada de amor pelos sons e ritmos.
Mesmo na pior situação sempre existirá um rastro de amor que te sustenta. Num caminho árido e cinzento você poderá, mesmo cansado, encontrar um papel de bombom jogado no chão. Um papel amassado e colorido que te lembrará de beijos, de crianças em recreios,  festas, doceira. Essas lembranças delicadas te dirão novamente o quão caro você  é à vida.  Porque tudo foi feito pra você.  É por você que os sinos dobram.

2 de jul. de 2016

Inferno

Estive pensando nessa coisa de "ir para o inferno".  Acho que Deus nem precisa ter trabalho com isso. O assassino,  por exemplo,  se condena ao inferno cada vez que elimina uma pessoa melhor do que ele.

As coisas boas do mundo são cultivadas por gente que não faz mal a ninguém.  Mas essas pessoas não matam, elas morrem. São vítimas dos maus. E cada vez que isso acontece mais fundo se torna o inferno para quem fica.

Esses dias mataram uma médica,  uma moça útil e dedicada. Menos uma pessoa para lutar por quem sofre. Agora imagine se pouco a pouco todas as pessoas generosas forem sendo eliminadas.  O que sobra? A resposta está no mini-mundo chamado "presídio". 

Visite um presídio e você verá que o inferno lá dentro são eles mesmos que fazem, não o Estado.  O Estado só lhes tira a liberdade de ir e vir. Toda a opressão a seguir é criada por eles mesmos. Por mais difícil que seja estar preso,  a situação seria muito menos dolorosa se eles mesmos não a piorassem.  Como se não  bastasse o infortúnio de estarem presos, eles ainda se empenham em piorar as coisas e tornar a própria desgraça mais desgraçada ainda.

Um exemplo: li certa vez o relato de um médico - Drauzio Varela - contando que em determinado presidio onde trabalhara nenhum preso podia chorar. Essa desumana proibição partia dos próprios presos! Aí eu penso: que força estranha fazia com que voluntariamente piorassem a vida para si mesmos?!   Negavam a si mesmos um direito humano básico.  Dráuzio relatava como era angustiante para eles não poderem desabafar nunca. Ficavam com aquele aperto opressivo no peito, motivo pelo qual vez por outra pediam permissão para se consultarem. Alegavam alguma doença ou mal estar mas quando chegavam diante do médico simplesmente desabavam. Choravam copiosamente, como crianças só porque precisavam desesperadamente disso e se o fizessem na frente dos outros, sofreriam abusos e punições. É como se os presos dissessem a si mesmos que a pena que a sociedade lhes impôs era branda demais e que mereciam uma penúria maior.  Isso é muito difícil de entender. 
Só o que me parece é que nem Deus nem o diabo precisam se empenhar em castigar ninguém quando ela mesma cava sua ruína.  Uma força maior dentro das próprias pessoas faz com que condenem e castiguem e a si mesmas. Como se tivéssemos dentro de nós um impulso estranho e incontrolável por justiça.

Somos todos muito estranhos. Mas mais estranho ainda vai ficando o mundo cada vez que inofensivos são apagados do mundo e em seu lugar ficam os cruéis, os injustos, os agressivos, os sem afetividade.  Ficará igual ao presídio.

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