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29 de jan. de 2012

Domingo, sol lindo

Domingo, sol lindo e eu gripada.
Domingo, sol lindo e namorado adoentado também.
Sol lindo e eu esperando o rapaz que vem consertar o telhado.

Fico imaginando os lugares que eu gostaria de estar agora.  Nenhum. Não sei.

Adoro Mosqueiro mas não estou a fim de arrumar sacola pra ir pra lá. Tem que levar toalha, uma muda de roupa, protetor solar, papel higiênico... Não é nenhum trabalho do outro mundo, só que guardo cada item em um canto diferente. Aí um passeio simples acaba começando com duas horas de "caça ao tesouro" dentro de casa.  Sem falar na volta: morta de preguiça e ter que guardar cinquenta itens em lugares diferentes.

Queria estar com algumas amigas rindo e falando besteira, só que é complicado.  Não gosto dessa coisa de ter que combinar com três dias de antecedência e ainda assim ficar com aquela sensação de que as pessoas deixaram de fazer outras coisas importantes só pra fazer o favor de estar com você. Sem falar nas que chegam atrasadas e nas que não chegam. Combinar evento com amigas é sempre muito sofrido pra mim. Querendo ou não - e nem sempre isso é justo - fico com a sensação de que só eu queria aquilo, que nosso encontro é antinatural porque nossos caminhos estão inexoravelmente separados. Já não convivemos, já não frequentamos os mesmos locais. É uma forçação de barra querer dobrar a vida só para que nossas pontas se encontrem. Sempre termino achando que será pela última vez, que tudo é a última vez. A vida não quer e cansa muito forçar a vida a fazer o que ela não quer mais fazer.

Gostaria de andar de bicicleta talvez. Mas para isso eu deveria ter acordado cedo. Agora o dia está horrivelmente quente. Tem um monte de bandidinhos na rua doidos para roubarem minha bicicleta mas já estou decidida a não pensar muito neles porque aí já é demais. Queria andar de bicicletas se não estivesse tão gripada e o sol não estivesse tão invocado.

Meu nariz escorre sem um pingo de vergonha. Meu nariz escorre e ninguém me acusa de ingratidão para com a vida. Se meus olhos escorressem eu teria que explicar o motivo. Lágrimas sempre ofendem parceiros.  Todo mundo fica gripado vez por outra. A gripe é normal. Chorar, não.


28 de jan. de 2012

O valioso tempo dos maduros

Li dia desses um texto do Mário de Andrade com o título acima. Achei interessante ele dizer como se sentia frente ao seu momento de vida:

"Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades..." 

Certíssimo o Mário de Andrade. Só que pensando a respeito me toquei de que também não tenho mais muitas cerejas na bacia. Mesmo assim ainda perco tempo com coisa pouca. Mas nunca é tarde para mudar (será?) então resolvi fazer aqui uma lista de mediocridades para as quais vocês não devem mais contar comigo.

Isso não é um ultimato sincero, mas uma lista de intenções, um arroubo de otimismo. E não me diga que não é um bom começo.

1-  Não contem mais comigo para fazer a cabeça de ninguém.

2- Aceitar programa de índio só para agradar os outros.

3- Endividar-me por motivo fútil.

4- Guardar dinheiro só pra guardar dinheiro.

5- Importar-me com o que os outros pensam sobre mim.

6- Deixar o orgulho me afastar das pessoas.

7- Achar que baixa auto-estima me impulsiona para cima.

8- Deixar que me machuquem.

9- Insistir em amizades que me puxam pra baixo.

10- Me importar demais com minha aparência.

11- Esconder a idade.

26 de jan. de 2012

Por favor, lembre-se de mim




"Você encontrará um amor melhor
Forte como sempre foi
Profundo como o rio corre
Quente como o sol da manhã..."

24 de jan. de 2012

Dia do Aposentado

Essas datas comemorativas são muito úteis para quem tem blog. Sempre há algo para postar a respeito - hehehe.

A aposentadoria é uma fase misteriosa para quem a vê de longe. Para mim é. O motivo é que nunca sabemos como vamos nos sentir quando chegar a nossa vez.

Tem gente que entra em pânico, não sabe se vai ou se fica. Conheço uma galerona que está assim.

Há os que decidem parar de trabalhar e entram em depressão. Há os que continuam mas sofrem por falta de motivação ou por falta de  valorização de seu trabalho. Ou sofrem porque simplesmente é duro ir para a labuta cheio de doença.

Claro, há aqueles que são alto-astral, que abrem um negócio próprio e continuam a ganhar dinheiro, só que como "senhores de si".

Alguns demoram tanto a decidir o que vão fazer que acabam ficando como donos de casa. Tudo bem. Mas gosto mesmo é dos que abraçam a vida de "peregrinos turísticos". Indiscutivelmente esse é o filé da aposentadoria.

Claro que há os que fazem turismo só ao redor do quarteirão... mas pelo menos eles mantém a saúde e batem papo com os vizinhos.

Comecei a trabalhar tarde. Estou naquela fase de ter inveja de quem está aposentando. Aquela fase em que a gente tem certeza de que vai curtir muito o dia em que não for obrigado a fazer mais nada. Quando faltar só um ano para cair fora talvez eu comece a roer as unhas, mas por enquanto vejo pessoas do meu convívio com suas Cartas de Alforria nas mãos e me dá uma invejinha!

O mundo se descortina na frente dos aposentados. O sol brilha, as flores crescem na praça e se não há mais mil possibilidades de atividades, pelo menos umas duas dezenas é possível contabilizar. E o melhor é o seguinte: se decidirem fazer tudo ou fazer nada, ninguém os molestará.

O aposentado conta com uma espécie de pré-aprovação para as suas decisões. Diferentemente dos jovens, que quando resolvem fundar uma banda de rock é um "Deus-nos-acuda". Se resolvem casar aos 18 anos, ser jogadores de futebol, padres, Hare-Krishna ou atores, nossa! A família se levanta, os amigos, os vizinhos. Aparece até torcida contra e a favor.

Aposentado não. Ele pode virar hippie, crente, padre, surfista, macumbeiro, instrutor de auto-escola, pode nunca mais querer ler num livro, pode virar síndico, velhinho de programa, deputado, jogador de dominó.  Não é Isso é o que todo jovem quer da vida? Escolher (ou postergar a escolha) seu caminho sem esquentar a cabeça e sem cobrança?

É, o passar do tempo traz algumas compensações...

Mas nem tudo são flores na caminhada do aposentado. Há três coisas que ele não pode fazer se não quiser ouvir sermões semelhantes aos que os jovens ouvem quando resolvem largar a faculdade. O Aposentado não pode nem sonhar em:

1) Desfazer-se dos seus bens (a menos que os doe aos filhos, claro);
2) Se apaixonar por uma pessoa muito mais jovem.
3) Parar de tomar os remédios.

O pior mesmo é quando se apaixona e fica bobão. Porque todo mundo vira bobo quando se apaixona, mas espera-se que o idoso não caia nessa esparrela. Geralmente não cai. Mas quando cai se esparrama - perna pra um lado, cabeça pro outro.

Quando chegar a minha vez não vou vender meus bens nem parar de tomar remédios. Quanto a essa coisa de me apaixonar, não prometo nada a vocês.  Também previno a todos que é possível me bater uma piração e eu virar "gatinha". E daí?   Aguentem o tranco em consideração aos bons tempos.

É o que sempre digo: liberdade total é mesmo uma ficção... para os outros!  Comigo o buraco é mais embaixo!

23 de jan. de 2012

Quando vamos aprender?

Há uma urucubaca impestiando as nossas lutas sociais.

As lutas são boas em si porque qualquer tipo de opressão deve ser combatida. Qualquer tipo de exclusão social deve ser eliminada. O problema é: porque não dá pra se conformar com a igualdade? Por quê na primeira chance o oprimido tente a se tornar opressor e repetir tudo de novo?

Os argumentos dos militantes costumam ser bons, mas...   Mas há uma Lei de Murph, uma cabeça-de-burro enterrada nessa coisa toda que acaba estragando. Os oprimidos passam uns 15 minutos em posição de igualdade. Só. Depois vem a revanche, a vingancinha social, o "eu me orgulho de", a inversão de posições. E a antiga "classe dominante" passa a ser refém. E o mundo não melhora em nada e tudo continua uma porcaria.

No Brasil já está se delineando a seguinte situação: se você é homem, heterossexual, branco, jovem e ainda por cima não fez nem o favor nem de ser aleijado, então você não tem vez pra nada. 

Para ser visto como digno da proteção do Estado você precisa ter alguma dificuldade de locomoção ou deformidade. Ou ser gay. Ou negro. Ou pelo menos índio! Se for desempregado ótimo. Bandido também tem lá as suas benesses porque agora ele não é mais opressor:  foi alçado à categoria de Classe Oprimida.

Classe Oprimida, no Brasil, equivale à primeira classe nas aeronaves. Quem tem um certificado de Classe Oprimida está com tudo. Vá buscar sua carteirinha agora!

Antigamente, antes das leis trabalhistas, os empregados eram pouco diferentes dos escravos. Era uma vida desgraçada. Hoje, mesmo que um patrão lhe pague todos os direitos, ainda assim ele se verá vez por outra importunado pela "Justiça do Trabalho" na posição de réu pelo simples fato de ser patrão e ter mais dinheiro.

Antigamente, nos filmes, os homens eram sempre mais articulados, protetores e provedores.  O homem era o gênio, o equilibrado, o culto. A mulher era sempre como uma criança, não importava a idade. Hoje em dia a figura masculina é quase sempre ridicularizada em quase tudo que é filme e seriado. Veja Holmer Simpson. Veja Friends. Veja Desperate Housevivers. Veja tudo o mais. Sempre a mulher é a madura, a esperta, a mente aberta, a articulada, a culta e os homens não passam de meninões imbecis.

Não entendo porquê tem que ser assim. E me pergunto: queremos igualdade MESMO? Ou esse discurso é só estratégia de quem acha que agora é a sua vez de oprimir?

Quando vamos aprender a dar as mãos e sermos apenas GENTE? 

20 de jan. de 2012

Frases-fantasmas

É mais fácil confessar um homicídio do que uma dor de inveja. Mas vou me martirizar agora confessando minha inveja de Mário Quintana.

Certa vez ele disse que jamais escrevera um texto que não fosse autobiográfico. Pois por isso ele escrevia bem! E também por isso eu escrevo mal.

É fácil escrever generalidades, falar sobre nossas tolas impressões a respeito do mundo.

Pensando bem... não, não é fácil. Viver colocando filtros em si mesma é incômodo. Agora abrir o peito ao sol e ao escrutínio alheio?  Não é pra todo mundo...

O poeta é o mais humildes dos seres. E quanto mais escrevo mais descubro o iceberg de orgulho que trago no âmago.

Meus piores textos surgem justamente quando estou mais sensível. A coisa funciona assim: quanto mais sensível estou, mais preciso escrever, mas enquanto escrevo fico aflita tentando ocultar o que quero revelar. É um lance muito contraditório. Jamais falei tudo o que sinto a respeito de nenhum assunto abordado aqui. Há sempre frases fantasmas rondando meus textos.

Sempre desejei escrever minhas memórias mas como fazer isso sem demonstrar mágoa inconveniente, admiração inconveniente, inveja, sonhos tolos, expectativas frustradas, desprezo, maus sentimentos, bons sentimentos, pensamentos proibidos, juízos contra amigos, mancadas fenomenais, sentimento de humilhação, preconceito, equívocos, manias, gosto duvidoso, preferências ridículas, rejeições imperdoáveis...   ?   Impossível.  Eu só conseguiria ser verdadeira depois que todos os personagens do livro já estivessem mortos. E eu não vou torcer por isso. Mas como eu gostaria de dizer realmente tudo o que penso a respeito de todas as pessoas que conheço! Seria libertador! O mundo não precisa disso, mas pense bem: se fôssemos conservar na vida apenas o que é fundamental, o mundo seria um lugar muito mais estranho do que já é.

Não dá pra fingir que estou desabafando nem ficar selecionando meu melhor ângulo. Ou me torno desavergonhada ou é melhor parar de uma vez.

O fato é que ainda não consigo fazer nem uma coisa nem outra. Jamais serei Mário Quintana.

19 de jan. de 2012

I Will Always Love You



Eu Irei Sempre Amar Você

Se eu ficasse...
Eu só estaria no meio do seu caminho.
Então eu irei, mas eu sei
Eu pensarei em você
Em cada passo da estrada.
E eu... sempre amarei você.
Eu sempre amarei você.
Você, meu querido

 Doces, amargas lembranças,
São tudo o que eu levo comigo.
Então adeus.
Por favor não chore.
Nós dois sabemos
Que eu não sou o que você precisa.

E eu... sempre amarei você.
Eu... sempre amarei você

Eu espero que a vida te trate bem
E eu espero que você tenha tudo
Tudo o que você sonhou para si.

E eu lhe desejo diversão
E felicidades.
Mas acima de tudo, eu desejo o seu amor.

E eu... eu sempre amarei você.
Eu sempre amarei você.
Eu sempre amarei você...

Eu sempre amarei você... Eu sempre amarei você... Eu, eu sempre amarei você... você Querido. eu amo você...

Defendendo o indefensável

Não sou um primor de boas maneiras. Tampouco sou daquelas que assumem as próprias grosserias e tentam vendê-las como "autenticidade".

Acho lindo gente fina, gente chique, gente incapaz de colocar os outros em uma "saia-justa".  A educação triunfa sobre a beleza.

Educação é simpatia aprendida, treinada e colocada em prática até fazer parte da pele. Saber que isso vem de berço me desanima um pouco, mas só um pouco. Sempre acredito que posso melhorar. Gosto de pensar em meu caráter e modos como tendo sido feitos de uma espécie peculiar de "massinha de modelar".

Isto posto...

Estou aqui para defender EM PARTE uma categoria de indelicados que eu sempre deplorei:  os sem-consideração - ou "furões".

Acho o cúmulo da falta de amizade quando uma pessoa é convidada para um evento, aceita o convite, confirma, mas não vai.  O que é que um ser ignóbil desse merece? Tá certo, a forca também já é demais, mas deve haver algum castigo intermediário.

Por quê alguém faz isso com um amigo? Por quê o prazer mórbido de atentar contra um gesto de amizade? O que é que custa dizer que não vai? "Não vou, obrigado, não vai ser possível, não vai dar, tenho outro compromisso, fica pra próxima". Custa?

Custa. O problema é justamente esse. Se só o furão fosse indelicado, eu metralharia só ele. O que acontece é que geralmente a indelicadeza começa pelo convite. 

Repito: não  fui criada pela realeza britânica mas algumas coisas eu aprendi na vida. Uma delas é: NÃO INSISTA. Insistir é indelicado.

O que acontece é que você recebe um convite. Aí agradece delicadamente e delicadamente diz que não vai comparecer. Era para morrer aí. Entre pessoas finas a conversa termina assim: "Ah, você não vai poder ir? Poxa, que pena! Lamento muito, pois seria maravilhoso contar com a sua presença. Mas tudo bem, fica para a próxima, né?"

Gente, custa fazer isso? Custa ser fino? Pô!

O que mata é a insistência: "Ah, vai! Vai! Se não for eu nunca mais falo com você! Vou ficar com ódio! Poxa, faz uma força! Mas por quê você não vai?... Ah isso não é desculpa! Vai! Vai! Vai!"  

Que mala!

O que você espera? A verdade? Veja algumas possível respostas sinceras que você não gostaria de ouvir:

1) "Não vou porque não estou a fim de ir para nenhuma festa. Quero ficar em casa de pijama. Estou cansado, estou deprê, quero ficar no meu canto pelo amor de Deus."


2) "Não vou porque estou sem dinheiro. Não estou a fim de ir de mãos abanado ao seu aniversário (ou casamento...). E não estou a fim de me endividar mais ainda só por sua causa. E não estou a fim de dizer pra todo mundo que estou falido. Minha situação financeira não é da conta de ninguém. Sei que você não se importa se eu não levar presente, mas EU ME IMPORTO."


3) "Não vou porque estou de dieta."


4) "Não vou porque estou sem roupa para ir. Não quero ir esfarrapado só pra te fazer feliz."


5) "Não vou porque não estou com cabeça para ouvir tecno-brega no último volume a noite toda. Poupe-me disso!"


6) "Não vou porque preciso dormir cedo. Amanhã tenho compromisso. Nâo vou ficar podre de sono todo o dia seguinte só porque você quer." 

7) "Não vou porque tenho outro convite e estou mais a fim de ir a outra festa. Desculpa aí!"


8) "Não vou porque estou saindo com uma pessoa e a gente vai se encontrar. Nâo quero te dizer porque não é da conta de ninguém, nem da sua."


9) "Não vou porque o seu namorado (ou o seu marido, ou seu pai ou seu irmão) fica me cantando e eu não estou a fim de encarar essa."


10) "Não vou porque seu filho (ou sobrinho ou sei-lá) é muito mal educado e eu não aguento ter que suportar a noite inteira uma criança assim. Me poupe."


11) etc, etc, etc.

O que acontece é o seguinte: o candidato a furão não quer magoar você. Ele não quer dizer o verdadeiro motivo de não ir! Não insista ou vai aconteceu das duas uma: ou você vai ouvir uma mentira ou vai ouvir uma verdade desagradável. Ficar perguntando com ar de autoridade "mas por quê você não vai?" é terrível!

"Por quê você não vai?" Por que não te interessa. Pronto.

Continuo insistindo: sinceridade é sempre a melhor opção. Só que às vezes é penoso dizer a verdade para um amigo. Mas tem amigo que não coopera!

O que acontece é que, como de um modo geral as pessoas não são finas, os convidados costumam se antecipar e dizer logo de cara que vão. "Ah tá, eu vou sim!" Dizem isso só para não  serem molestados.

De minha parte eu vou avisando logo: EU NÃO INSISTO. Motivos:

1- Insistir é insinuar que a pessoa não está sendo sincera. Se ela disse que não pode, então é porque não pode. Acredite ou finja que acredita.

2- Se ela não está sendo sincera, mais um motivo para não insistir. Se ela não quer ir na sua festa, você deveria perder a vontade de tê-la. Qual é a graça de ter um convidado trazido pela coleira?

3- Não insisto porque não gosto que insistam comigo.

4- Não insisto porque não quero forçar ninguém a mentir. Prefiro um único "não" sincero e claro do que um "sim" falso e irresponsável, pois isso me deixa muito ressentida.

Ou seja:

1- Quando eu lhe fizer um convite e você aceitar, vou ficar muito alegre e vou ACREDITAR e ESPERAR por você.

2- Quando você agradecer o convite mas disser que não pode ir, EU VOU ACREDITAR QUE NÃO PODE e acabou-se. Então vou lamentar sinceramente e deixar você em paz. Minha amizade e admiração por você continuam.

3- Se você não tiver consideração comigo uma vez, dificilmente acontecerá um segundo convite.

15 de jan. de 2012

Desejos

Sabe uma coisa que me assusta? É a idéia de que as coisas que desejo hoje possam vir a ser venenosas a curto, médio ou longo prazo.

Uma coisa má a curto prazo não prejudica tanto; a pessoa percebe logo e logo muda de rumo. Uma coisa perniciosa a médio prazo já causa prejuízos reais, mas eles podem ser remediados: a pessoa muda de rumo e tenta consertar o estrago. Mas as coisas que são nocivas a longo prazo... Essas são as piores.

São piores porque a pessoa passa muito tempo desfrutando algo sem preocupação alguma. Enquanto a vida parece bela, o mal vai se enraizando. Quando a pessoa percebe que aquele não era o melhor caminho, raízes profundas já estão enterradas em seu terreno. É como uma mangueira plantada no quintal: quando a pessoa começa a perceber que as raízes crescidas já estão comprometendo a estrutura da casa, já é tarde demais. Talvez não dê tempo de mudar de rumo. Não dá mais para arrancar a árvore com as mãos. Pode-se cortá-la apenas, e isso em um terreno pequeno é bem complicado. E depois de cortada, nada garante que a casa ainda esteja segura. A primeira rachadura na parede pode não ser uma advertência para evitar problemas futuros, mas um aviso cabal de que o fim chegou.

Ameaçador, não é? Mas a reflexão sobre o fim do mundo ou os valores fundamentais da vida não foram as coisas que me levaram a escrever esse texto. Minha motivação foi simplória. É que hoje é domingo e resolvi curtir um dia de ócio absoluto para compensar as loucuras da semana. Estou adorando isso e desejando que esse nada-fazer se estendesse por muuuuito tempo.  Se eu me empenhasse para que isso acontecesse (abrindo mão do emprego e de várias atividades) quanto tempo eu levaria até perceber que o tédio está me matando e que não posso mais voltar atrás?

É por essas e por outras que sempre achei essa coisa de "Poço dos Desejos" uma verdadeira arapuca. Se esse poço existe ele deve ter sido cavado e construído por alguém muito sacana, que fica espreitando os babacas fazerem pedidos para serem devorados por eles.  Desejar frente ao poço pode ser algo como criar corvos:  "Crie corvos e eles comerão suas carnes."

12 de jan. de 2012

A moça do taxi

Pra começar resolvi não ser humilde e revelar logo: sou sobrinha da "Moça do Taxi."  Desculpa aí.  E se você não sabe quem é a Moça do Taxi não tem problema: em uma das suas aparições ela mesma vai poder te explicar.

Brincadeira. Deixa que eu explico:

Belém tem uma lenda urbana: A MOÇA DO TAXI.   O nome dela antes de desencarnar era JOSEPHINA CONTE.  Nasceu em 19 de abril de 1915 e faleceu de tuberculose aos 16 anos, em 1931.  Dizem que ela reaparece sempre no dia do seu aniversário, pega um taxi, vai para seu antigo endereço, entra em casa e deixa o taxista esperando o pagamento na porta. Ou ela desce perto do cemitério Santa Izabel (onde está enterrada) e diz para o taxista cobrar a corrida no seu antigo endereço. O resto já dá pra desconfiar: quando ele chega no endereço a família diz que não tem nenhuma moça morando lá. Aí ele vê a foto da moça na parede e diz: "foi essa moça que pediu para eu cobrar a corrida de vocês!" E a família responde: mas ela já morreu há décadas!"   Ao lado de Severa Romana ela distribui graças em Belém do Pará.  The End.

Mas tá: JOSEPHINA CONTE era filha do meu avô NICOLAU CONTE, italiano, que veio para o Brasil depois de adulto.  Josephina faleceu de tuberculose antes de minha mãe nascer. Minha mãe, Alba Felícia Conte, nasceu em 1934.  Se você der uma olhadinha no blog que fiz em homenagem à minha mãe,  na galeria de fotos da parte de baixo da página você verá que elas guardavam semelhanças fisionômicas.   

Minha mãe que me contou sobre Josephina. Na verdade não havia muito o que contar. Era uma moça fina, educada, criada com mimo. Digo isso porque meu avô foi rico, dono da fábrica de sapatos Boa Fama. Perdeu tudo quando ficou doente. Ele veio da Itália para o Brasil para esquecer um romance desaprovado pela família. Mas não tem jeito, destino é destino. Aqui ele teve outro romance desaprovado: com minha avó Esther - que não era a mãe de Josephina. Mas isso é oooutra história.  

Fica difícil eu acrescentar ou consertar a história. Como consertar uma invenção? Como dizer que não foi bem assim, foi assado?  O que posso dizer é que ela teve morte natural e nunca apareceu para a família. Ninguém da família sabe de onde saiu essa história de aparição. Sabemos é que a crendice surgiu muitos anos depois da sua morte e causou estranheza aos parentes.  Minha mãe já era moça quando esse boato surgiu. Ela nos contava que seu pai (meu avô) de vez em quando falava em sua filha com saudade e carinho e sempre ia com a mamãe visitar o túmulo de Josephina e levar flores. Nesse tempo ela não era nem fantasma nem santa.

Meu avô era espírita e no fundo acreditava que minha mãe, talvez, fosse sua Josephina reencarnada. Minha mãe achava isso curioso mas nunca acreditou ou se impressionou, apenas achava meigo da parte dele, que era um pai muito carinhoso. Eu fui algumas poucas vezes ao cemitério com minha mãe. Em uma das vezes era dia de Finados e ela ficava abismada com a quantidade de "devotos" e admiradores da sua falecida irmã. Flores, velas, fitas... Ela dizia: "Gente, de onde surgiu isso? Não tem nada a ver! Meu pai jamais imaginaria que o povo fosse inventar uma coisa dessas! Que povo supersticioso meu Deus!"    Palavras dela, não tenho nada a ver com isso. Vá brigar com minha mãe - que também já morreu.

Minha mãe supunha que a história tenha começado por causa de um broche que Josephina usa nessa foto em sua tumba. Observe que é um carrinho. Poderia ser um ursinho, um sol, uma flor, uma jaca. Mas era um carrinho que com o tempo virou táxi na imaginação do povo. Diz a lenda que ela adorava andar de carro. Pode ter sido por isso - dizia minha mãe.  Faz sentido...  (Faz?!)

Como já disse, minha mãe Alba era irmã de Josephina apenas por parte de pai. Josephina tinha uma irmã da mesma mãe. Seu nome era Itália Conte, que nós chamávamos carinhosamente de "Tia Minutti" embora não tenhamos convivido quase nada com ela. Ela chegou a dar entrevista sobre isso ao Jornal O Liberal em 1977. Ela tinha 86 anos na época.  Minha mãe jamais foi procurada.

 O que dizer que uma moça que morreu jovem? Quase nada! Vida curta e muito semelhante a das moças da sua idade. Alba, Minutti e Josephina devem estar juntas agora rindo muito dessa história toda.

Só pra esclarecer: CONTE é meu sobrenome de solteira. Cristina Conte Corrêa. Aí casei e ficou Cristina Corrêa Faraon. Aí descasei e continuei com o Faraon, pra não ficar diferente dos meus filhos.  Até hoje me arrependo de ter tirado o Conte. Será que dá pra pegar de volta? Ah, deixa pra lá.

Acho sempre curioso observar o quanto o ser humano gosta de mitos. Se os criamos é porque eles vem ocupar um lugar vazio dentro de nós. É algum tipo de necessidade que não sabemos explicar direito. Por esse motivo às vezes penso que não deveríamos desfazer os mitos. Se o fizermos, outros virão ocupar seu espaço e, talvez, com menos glamour.

Alguns links que contam a história de Josephina Conte:

Não é bem assim - II

Vivem reclamando que a vida é curta. Não é bem assim. Como pode a vida ser curta se a velhice é longa?

Curta é a juventude. Em nossa existência vivemos mais tempo como velhos do que como jovens, e isso me parece muito injusto e assustador.  Há pessoas que conheço há decadas, desde pequena, e desde aquela época eu já as considerava velhas. Elas existem e resistem até hoje. Como aguentam?  Há uma galera que nunca vi com a cara lisa. Você não tem conhecidos que parecem já terem nascido velhos? Pois é. Depois que a juventude acaba, a droga da vida se estende, se espicha, se dilata, embroma...  e nada de acabar.
Embora meu querido Luis Fernando Veríssimo tenha dito que "A vida é curta; longa é a paixão", atrevo-me a afirmar que a vida não é curta; curta é a juventude. E a velhice que é miseravelmente longa.

10 de jan. de 2012

Não é bem assim - I

Estou achando que essa coisa de que "a esperança é a última que morre" é a maior balela do mundo. A esperança, na verdade, não dura muito. Ela é mais ou menos como a bateria do seu celular. O que dura miseravelmente é a saudade. Por isso é que tem gente que morre de saudade. Nunca vi ninguém morrer de esperança.

7 de jan. de 2012

Descubra o seu futuro agora!

Vez por outra leio anúncios como esse. Hoje recebi mais um em minha caixa de mensagens. Não me interessei pelos serviços da vidente (ou da "adivinha" ou da "Mãe Qualquer-Coisa") porque o que realmente interessa a respeito do meu futuro eu já sei. Quer ver?

Sei que terei pela frente vários dias maravilhosos. O chato é que terei também uns dias cinzas, pesados pra caramba, mas vou conseguir encarar todos. Às vezes vou sentir vontade de perder a cabeça mas isso não vai acontecer. "Perder a cabeça" será sempre uma fantasia amarga em minha vida, uma fantasia que jamais se realizará.

Sei que sempre terei ao meu lado pessoas que me querem bem. Provavelmente os personagens mudarão, mas essa verdade permanecerá.  O Amor não vai me abandonar nunca, não interessa com quê cara venha. Vou seguir amar e sendo amada e isso é tudo o que interessa. Se namoro ou desnamoro, se caso ou descaso, se vem príncipe encantado ou príncipe encardido, se muitos amigos ou poucos amigos, o que importa? Um amigo sincero é suficiente para encher meu caminho de graça. Um filho, um neto, uma árvore frondosa no caminho de casa, tudo isso é luz e som na minha vida. E olha que eu tenho mais que isso!

O que importa saber quando vou morrer? Mais cedo ou mais tarde eu vou morrer e esse conhecimento é que faz toda a diferença na minha vida e nas minhas escolhas.  O quê uma vidente pode me revelar de mais importante do que isso? Um dia eu não terei mais qualquer influência física no planeta Terra. Não poderei mais plantar nem colher. Não poderei mais passar as mãos na cabeça de um filho ou consertar um portão quebrado.  Então é melhor fazer tudo isso agora, não é?

Sei que vou morrer mas também sei que não vou deixar de existir. Minha essência é eterna e uma vez livre dessa mochilona que se chama "corpo", minha essência será inexoravelmente atraída (ou capturada) por "outra órbita" em outro lugar - seja qual for seu nome. Nada mais me segurará aqui. Serei como um balão solto, sem amarras e sem vazamento de gás. Não sei muitas coisas sobre esse lugar que "puxa para si" os que se tornaram levinhos. Sei pouco, mas sei de uma coisa: lá eu farei muitas descobertas, de forma que o ato de existir sempre será interessante, aqui ou lá.

Sei que Deus me ama, então tudo sempre vai dar certo para mim. Por mais que dê errado, vai dar certo.  Sei que a frase é esquisita, mas é isso mesmo que eu quis dizer.  Minha vida é como um gato que a gente joga pra cima: ele sempre cai em pé. Tudo isso só porque Ele vai com a minha cara.

Vou ser feliz? Vou. E vou ser infeliz? Também. Serei as duas coisas, com predominância da primeira. O que mais alguém poderia me contar de interessante?

3 de jan. de 2012

Sugestões para 2012


Tudo bem, admito que o texto abaixo é copiado. Mas é que gostei tanto que não resisti e acho que o dono não vai reclamar. Leia o texto completo em http://edrenekivitz.com/blog/2011/12/sugestoes-para-2012/#comment-2797


1- Não assuma compromissos do tipo “vou iniciar uma dieta”... (leia o resto do texto para saber por quê).

2- Não acredite nesse pessoal que diz que “sem meta você não vai a lugar nenhum”... (leia o resto do texto para saber por quê)

 4 - Não faça nada que vá levar você para longe das suas amizades verdadeiras... (leia o resto do texto para saber por quê)

5 - Não fique arrumando desculpas nem explicações para as suas transgressões ... (leia o resto do texto para saber por quê)

6- Não faça nada que cause danos à sua consciência... (leia o resto do texto para saber por quê)

7- Não guarde dinheiro sem saber exatamente para que o está guardando ... (leia o resto do texto para saber por quê)

8- Não deixe de se olhar no espelho antes de dormir ... (leia o resto do texto para saber por quê)

9- Não leve mágoas, ressentimentos e amarguras para o ano novo ... (leia o resto do texto para saber por quê)

10- Não deixe de se perguntar se existe um jeito diferente de viver ... (leia o resto do texto para saber por quê)

11- Não deixe o trabalho e a religião atrapalharem sua vida.... (leia o resto do texto para saber por quê).

12- Não enterre seus talentos. Nem que seu único tempo para usá-los seja da meia noite às seis ... (leia o resto do texto para saber por quê)

13- Não crie caso com a mulher ... (leia o resto do texto para saber por quê)

14- Não jogue fora a utopia ... (leia o resto do texto para saber por quê)

15- Não deixe a monotonia tomar conta do seu pedaço.... (leia o resto do texto para saber por quê)

16- Não deixe de dar bom dia para Deus... (leia o resto do texto para saber por quê)

17- Não negligencie o quarto secreto onde você se encontra com seu eu verdadeiro ... (leia o resto do texto para saber por quê)

18 - Não perca Jesus de vista. ... (leia o resto do texto para saber por quê)

19- Não caia na minha conversa ... (leia o resto do texto para saber por quê)

20- Não fique esperando que sua lista saia do papel. ... (leia o resto do texto para saber por quê).

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