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26 de mar. de 2012

Bem na cara



É um exagero de cores. É pra chocar, pra paralisar mesmo. É Deus jogando uma bola de tinta na nossa cara e dizendo "ACORDA PRA VIDA!" Nada sutil.

22 de mar. de 2012

Sexta Feira - e daí?



(Tô sendo honesta: transcrevi de um vídeo do Maspoxavida, postado no Youtube. Vai lá.)

"... aliás sexta feira é o dia mais superestimado da semana e do mundo. Todo mundo adora a sexta feira... As pessoas dizem "não, porque na sexta feira eu saio da minha rotina de trabalho!" Daí ela entra em outra rotina, que ela vai toda sexta feira! É uma bosta, mano! Ainda que ela mude de emprego ela vai continuar saindo sexta feira. Você muda a m**** do seu ...emprego mas a m**** da sua sexta feira você não muda. Acho que as pessoas se obrigam a sair na sexta feira, aí fica todo mundo na rua, todo mundo fingindo que está se divertindo de verdade. Sexta feira é basicamente um dia que você vai se divertir para os outros saberem que a sua vida não é uma m****, mas a sua vida é uma m****, a gente sabe disso... Mas não se preocupa, tá tudo bem."

Mas não é que é?

Esperança genérica

Canso de ler frases sobre o valor da esperança. A esperança tem mesmo muito valor, mas só se for no genérico.

A esperança tem que ser genérica, ou seja: precisa ser uma postura diante da vida, um tempero que salpicamos generalizadamente sobre tudo o que fazemos, pensamos e sentimos.

Precisamos ser seres esperançosos. Pronto, parou por aí. Porque a esperança específica e imorredoura se transforma em outra coisa. Esse tipo de esperança oponível a tudo se transforma em ILUSÃO.

As pessoas saudáveis são esperançosas no geral. Já a fixação, a dificuldade em mudar de planos, o murro em ponta de faca, é algo doentio.

Dói, mas é absolutamente salutar entendermos que algumas dores não vão passar. Não vão! Teremos que suportá-las para sempre. É dolorido, mas é libertador saber disso.

É horrível esperar por um trem que nunca vai chegar à estação. Melhor voltar para a casa desapontado e desfazer as malas do que envelhecer na estação com o olhar congelado. Quem entende que o trem não vem, pode traçar outros planos, mudar de rota, tomar as rédeas da própria vida.

Prefiro ser senhora da minha dor que ser  serva de uma esperança vazia.

20 de mar. de 2012

A vida alheia - segunda parte


Digam o que disserem, mas nenhum assunto é mais empolgante para a maioria das pessoas do que a vida alheia. Se é assim, por quê criticam tando quem se ocupa desse esporte?

Sabemos que toda investigação anda mais rápido quando há uma equipe raciocinando junto. Sim, mas é aí que nascem as fofocas e é justamente isso o que indigna as vítimas os investigandos.

Fofoca é o subproduto de uma atividade muito instigante e saudável, que é tentar decifrar a vida dos outros. Tentar entender é um exercício mental muito positivo: "o barulho que vem de lá é briga, reforma da sala ou sexo selvagem? A empregada foi embora porque os patrões estão falidos? Bem que eu desconfiei, mas vocês viram o carro que eles compraram?  O adolescente da casa é um maconheiro que vive no mundo da lua ou um nerd, um gênio incompreendido? E é verdade que ele está saindo com a vizinha do 201? Por quê? Onde será que anda aquela namorada sonsa dele?  Sempre achei aquela garota meio estranha..."
Portanto o mal não está em investigar: o mal está em deixar vazar informações sigilosas, principalmente quando não se tem certeza se são reais. A vida alheia é uma investigação em construção, em andamento. O que hoje parece que é, amanhã pode estar fora de cogitação. Quem investiga deve segurar muito firme o impulso de compartilhar com o mundo as suas conclusões. A vida dos outros é uma novela sem fim. Mesmo quando a vítima  pessoa observada morre a investigação tende a continuar inclemente.

Fofocar é algo como estudar uma nova epidemia mas deixar escapar o vírus do laboratório. Terrível!

Então está na hora de sermos justos: enquanto o vírus estiver quietinho no laboratório, não há nada de criminoso em brincar de Big Brother com ele. Reclamar que tem gente que só se importa com a vida dos outros é o mesmo que reclamar porque chove ou faz sol: não muda nada. Ninguém vai abandonar a atividade, ainda mais se você vive oferecendo material para análise.

Viver protestando pela bisbilhotice alheia só piora as coisas. Quanto mais aborrecido você fica, mais digno de observação você se torna.  "O quê será que ele está tentando esconder?" Ou "o vizinho está com raivinha - hi hi hi!"   Resigne-se.

Só há uma maneira de minimizar o interesse dos outros pela sua vida: é expondo-a tranquilamente - que é justamente o que o sujeito discreto não quer fazer. Você tem que escolher: ou sua vida é um Big Brother ou é uma trama a ser desvendada, uma espécie de Medical Detectives.   Se os outos se convencerem de que você é um pobre chato, quadrado e sem sal, logo logo vão te deixar em paz. O problema é que ninguém quer viver uma vida indigna de uma fofoca. É o fundo do poço!

Se sua existência é minimamente interessante e se você nunca dá satisfação dos seus atos pra ninguém, considere-se um prato cheio. Sorry!


Lago



Estar ali, lado a lado, sentindo a beleza da outra, suspirando e fazendo indagações. E o lago logo em frente, oferecendo espelho, tentando explicar que as duas são igualmente belas.

18 de mar. de 2012

Grosserias no Facebook *


Acabei de ler aqui pela "net" um pequeno artigo falando sobre "grosserias no Facebook".  Não gosto de grosseria em lugar algum, por isso li com atenção o texto. E discordei de praticamente tudo.  A escritora parecia pretender que nos sentíssemos culpados por exercer a liberdade e o arbítrio que só a internet nos dá.   Olhe a prosaica lista de "grosserias" enumeradas:

1- Esquecer um dos milhares de aniversários da minha lista.  Ai ai...
2- Compartilhar um link sem "curtir". Ora, se eu compartilhei é porque gostei. Está implícito! Mas para ser "gentil" a pessoa teeeeem que apertar o botãozinho de "curtir"?
3- Não agradecer uma mensagem em meu mural.
4- Não curtir um "link sensacional".  Tá bom, mas e se eu não achar sensacional?
5- Não bater papo com todo mundo que queira bater papo comigo. (Era só o que faltava.)
6- Não aceitar solicitação de amizade de quem não seja "da minha panela". Agora me diga por que tenho que adicionar centenas de pessoas que não considero amigas ou que não desejo como amigas? Qual o problema se eu quiser ficar só com os amigos que já tenho de fato?
7- Excluir uma pessoa "sem justa causa".     Por que não posso? Ha ha ha. Pois se isso é que é bom no Face! Agora se uma pessoa só fala m****, por quê eu tenho que carregar essa cruz?
8- Não querer ouvir "certas verdades" que queiram me dizer. Essa foi demais, ganhou todas. Dispensa comentários.

Será que só eu que penso assim?







15 de mar. de 2012

A vida alheia - primeira parte

Não estou aqui para execrar os que vivem se importando com a vida dos outros. O mundo já tem ódio demais. Que tal tentarmos olhar as coisas por outro ângulo?

Você já parou para pensar que a vizinha curiosa talvez seja uma injustiçada?  O que há de anormal em querer saber o que se passa do outro lado das suas paredes?

Claro que não costuma ser agradável tornar-se alvo da curiosidade alheia. Sofrem os tímidos, os estranhos, os humildes, os agressores de mulheres, os infiéis, os endividados, os que levam vida dupla, os  -  é,  todo mundo sofre.

Todo mundo sofre sendo observado, mas nem por isso temos que esquecer a sacada daqueles que descobriram uma forma de sofrer menos, que é xeretando o sofrimento alheio.

Gente, não há como não olhar com certa ternura para aquele que humildemente retirou os seus interesses da pauta, colocou a trouxinha da sua vida num canto e passou a olhar para você como se você fosse uma celebridade.

Sorria! Você está sendo filmado!

É absolutamente saudável esquecer-se dos próprios problemas!  Só que não é fácil. São necessários acontecimentos fortes, coloridos e empavonados para convencer o indivíduo a tirar os olhos do próprio umbigo e interessar-se por algo mais.

Se você acha que sua vida é mais digna de atenção do que a de todo mundo, você tem úlcera. Pode procurar que tem.

Sair do centro do universo é seguir o conselho de dez entre dez terapeutas e dez entre dez religiosos.  Pra quê ficar velando seus próprios problemas manjados, insolúveis e repetitivos?  Coisa mais chata! Nem tudo tem solução e às vezes só a morte dá jeito em certas coisas.  Pra quê ficar revendo o mesmo filme se é tão simples trocar o canal da televisão e ver outra coisa? 

Admito que largar de mão o noticiário triste para assistir a novela do outro canal não resolve nada.  Não resolve mas pelo menos a pessoa se diverte.

E tem mais!  Bisbilhotar não é só passa-tempo. Bisbilhotar é adquirir sabedoria e vivência. É tentar penetrar nos segredos do mundo para solucionar, mentalmente, intrincadas charadas sociais. É olhando para  a vida dos outros que a gente traça perfis psicológicos, checa se o bem triunfa mesmo sobre o mal e tira a dúvida de quem ri por último: será que ri melhor mesmo?  Esticando o pescoço por cima do muro podemos aprender também qual a melhor equação para calcular por quanto tempo é possível uma pessoa pode viver de aparências sem ser delatada.  Observando é que a gente aprende que a grama do vizinho pode até ser mais verde, mas frequentemente não passa de gramado artificial. Quem olha apenas para a própria vida, vive iludido.

Tentar entender a vida e os segredos dos outros é o mesmo que montar um quebra-cabeças. É instigante como qualquer jogo. É uma forma gostosa de manter o cérebro funcionando a todo vapor. E quem faz isso nunca tem Alzheimer!

Claro que o vizinho poderia exercitar o cérebro construindo um prédio, remendando cuecas ou escrevendo um livro, mas nem todos levam jeito. Cada um tem o seu dom e você tem que entender isso.

Pois é: bisbilhotagem é cultura, é tratamento emocional e exercício espiritual (de humildade). O único porém é que você não gosta, né?  Problema seu.

Agora vou observar melhor a sua vida para saber por quê, afinal de contas, você prefere ficar nas sombras. Porque pra mim isso é muito suspeito!

12 de mar. de 2012

Beije um ateu

Uma das coisas mais bobas do mundo é crente querendo enfiar Deus na cabeça de um ateu. Pra falar a verdade chego a ter pena de quem pensa que está prestando algum tipo de serviço a Deus quando discute com um ateu.

Por quê penso assim:

1) Em primeiro lugar, quem realmente crê em Deus não perde tempo tentando provar nada porque em sua cabeça isso é tão obvio que só de pensar em encarar aquelas discussões compriiiiiidas já dá uma tremenda canseira.

2) Porque tanto a crença quanto a descrença em Deus não habitam o âmbito do cientificamente comprovável. Pelo contrário: é algo profundamente emocional.

3) Desconfio de quem se esfalfa muito para provar a existência de Deus para os outros. Parece que no fundo no fundo a pessoa está tentando provar tudo para si mesmo.

4) Se Deus é Deus, então por quê ele se beneficiaria com a discução de dois chatos?

5) Se Deus existe ele pode se defender. Se não pode se defender, então não pode me defender. Nesse caso, nem Deus ele é.

6) Em outras palavras: se Deus está incomodado com a incredulidade de uns, então ele é que tem que tomar as providências a respeito. A ofensa é contra ele, não contra mim.

7) Duvido muito que Deus esteja "perdendo noites de sono" só porque uns caras não acreditam nele. Se ele é Deus, basta-se a si mesmo.

8) Se alguém tem "vontade de Deus", essa vontade será saciada. Quem busca, encontra. Quem QUER Deus dá de cara com ele mais cedo ou mais tarde. Quem não quer... vai continuar no zero a zero e eu não tenho como mudar isso.

9) Nunca vi ninguém deixar de ser ateu só por conta de argumentos "brilhantes". Por isso prefiro guardar meu brilhantismo para algo mais útil. Para escrever um texto legal no blog, por exemplo.

10) Já vi ateus deixarem de sê-lo por conta de acontecimentos incrivelmente simples para mim, mas contundentes para eles. Do tipo "eu nunca pensei que ele se convenceria com isso!" Ora, se não sei fabricar esses lances inexplicáveis nem para a minha vida, quanto mais para a vida dos outros.

11) Você consegue fazer uma pessoa se apaixonar por outra na base dos argumentos? Não. Pois é.

12) Para discutir com um ateu você primeiro precisa acreditar que ele existe. Eu, por exemplo, não tenho toda essa fé. O que vejo é muita gente revoltada contra as injustiças do mundo cruel. Como eles acham que Deus, mesmo podendo, não está fazendo nada para melhorar as coisas e como não podem dar um soco na cara de Deus, então "se vingam" dizendo que ele não existe. Quando você pergunta para essas pessoas por quê não acreditam em Deus as respostas não são nada filosóficas ou científicas, mas simplórias e emocionais: ela atacam com criancinhas doentes, a fome do mundo, as guerras, enchentes e blá blá blá. Só conseguem imaginar um Deus bom e justo. Se ele não for bom nem justo (segundo elas) então ele "não merece existir".

Isso não me parece razoável. Tá vendo como tudo está no âmbito das emoções, da experiência pessoal e do imponderável? Por isso é que eu digo: não discuta com um ateu: dê um beijo nele! Deus vai curtir muito mais o lance, até porque ele não está precisando de advogado.

10 de mar. de 2012

Decurso de tempo

Quase todo dia lemos frases fofas sobre amizade. Paro pra refletir se a vida é mesmo daquele jeito que as frases fofas dizem que é.   Uma dessas frases diz que não importa a distância; a verdadeira amizade continua intocada. Conversa fiada.  

Vou dizer o que eu penso: o silêncio, a falta de convivência, o distanciamento dos mundos, tudo isso altera completamente a face do que um dia foi uma grande amizade.

O respeito não acaba. O carinho também não acaba nem a admiração.  Mas amizade é muito mais que isso. Tenho carinho, respeito e admiração por pessoas que nem conheço e nem por isso somos amigos. E se nos conhecêssemos talvez eu até perdesse o carinho, o respeito e a admiração.  Amizade pressupõe CONHECIMENTO e COISAS EM COMUM. 

Não sou amiga de quem não conheço. Pela admiração e respeito posso ter um coração disponível para aquela pessoa. Só que um corção aberto à amizade não é amizade: é um embrião de amizade. 

Há um monte de coisas que eu afirmava categoricamente há cinco anos atrás mas hoje digo o contrário. Ou pelo menos acrescento que "não é bem assim". Mudei, não sou mais a mesma pessoa. E se me separei de algum amigo há cinco anos, ele não pode supor que ao me encontrar será tudo do mesmo jeito. Não será. Aquela amizade acabou. Ficaram as lembranças e uma esperançazinha de que um dia possamos retomar do ponto em que paramos.

Muitas vezes a necessidade de reencontrarmos nossos amigos não é a necessidade normal de compartilhar coisas com os amigos, mas a desconfiança instintiva de que aquele vínculo está correndo risco. O coração sabe e sente, então ele tenta desesperadamente fazer de conta que os mundos ainda são os mesmos, que ainda somos próximos e sabemos das mesmas coisas. Muitos reencontros de amigos são uma espécie de "canto do cisne".  São frequentemente um pedido de socorro que não será atendido.

Já reencontrei com amigos numa dessas manobras desesperadas para mantê-los na minha vida, mas saí no final da noite com a sensação de ter ido a uma missa de sétimo dia. Nos reencontramos apenas para constatar que nos perdemos uns dos outros. Não havia nada fresco entre nós, só o prazer melancólico de relembrar como éramos.

Sim, às vezes nos perdemos mesmo quando nos reencontramos, porque um happy hour de seis em seis meses não é capaz de reativar nada.

A distância é cruel e a vida, mais ainda. Todos os dias perdemos coisas e hoje estou super emotiva quanto a isso. Amizade não é para sempre: saudade sim.  Vão-se os amigos, ficam as lembranças. Novos amigos são bem vindos mas são mais ou menos como filhos que nascem depois que outros filhos morreram: são maravilhosos, mas não substituem.

Lembro de uma garota, uma grande amiga, que eu amava muito: a Elaine.   Sabíamos tudo uma da outra. Ela soube quando eu me apaixonei por um menino. Eu soube quando ela se casou. Conversávamos muito. Perdemos contato e hoje nem sei se ela está viva. Se está, lembra de mim? E se nos reencontrássemos seria tudo como antigamente? Claro que não. No máximos tatearíamos procurando reencontrar alguma coisa em comum.

Acho que velhice é isso: quando na balança da vida as saudades pesam mais do que tudo e dominam o ambiente. Quanto mais você vive, mais se despede. Por isso que não quero ser a última da fila.

Hoje não estou disposta a me enganar  pensando que tenho mil amigas. Já tive e quase todos os dias meu coração se aperta por tê-las perdido. Pode ser que um dia nossos caminhos voltem a se cruzar, mas no momento a coisa é simplesmente como é.

8 de mar. de 2012

Dia da Mulher

Mulheres - de 1910 a 1940. Lindas imagens.
Gosto do espírito daquela época. Muito chique e sexy, sem a vulgaridade de hoje.
Socorrei-me, máquina do tempo!




6 de mar. de 2012

Fui cantada: e agora?

Parece simples, mas nem todo mundo sabe direito o que é e o que não é uma cantada.  Não estou aqui para pôr fim à dúvida. Estou aqui para dizer como eu percebo o assunto:

1- Se você é comprometida saiba: receber uma cantada não é estar envolvido em uma situação criminosa. Não seja histérica. Se você estava na sua, a culpa é do outro.

2- Se você não é comprometida saiba: um elogio não é sinal de que você está prestes a se tornar comprometida. Um elogio não quer dizer quase nada, a verdade é essa.

3- Cantada não é problema; problema é jamais ser cantada (he he he).

4- Cantada não é problema; assédio é que é problema. São coisas super diferentes. Assédio é uma espécie de metralhadora psicológica que apontaram contra o seu cérebro. O assédio incomoda, não dá descanso, encosta a pessoa na parede, cria problemas.

5- Mas assédio pode ser interessante quando envolve pessoas livres. Ele pode ser uma espécie de “preliminar psicológica”, uma brincadeirinha sadomasoquista no jogo da sedução.

6- O assédio pode ser recebido também como uma “simpática” declaração de “tô tarado por you”. Cada pessoa é cada pessoa e cada qual é cada qual. Um “assédio bem assediado” poder ser a promessa de momentos muito loucos (em todos os sentidos, infelizmente).

7- Mas por quê estou falando em assédio se o assunto é cantada? Minha mente está poluida...

8- Elogio não é cantada. Repita dez vezes: “elogio não é cantada”, elogio não é cantada”., elogio não é cantada”.... Sério. Até os assexuados elogiam vez por outra só pra desopilar o fígado.

Então elogio é o quê?

8.1 - Elogio pode ser... elogio! Considere essa hipótese como viável. Vai que você seja lindo mesmo!

8.2 - Elogio pode ser (geralmente é) uma preparação de terreno. Alguém pode estar te “amaciando”. Calma! Não encare como um vazamento de petróleo numa área de conservação! (Embora futuramente possa acontecer algo mais ou menos assim - he he he).

9 - “Preparação de terreno” pra quê?

9.1 - Pra te cantar em seguida, ora bolas!
9.2 - Pra te pedir dinheiro emprestado.
9.3 - Pra te pedir um favor ou uma promoção.

10 - Elogio pode ser apenas e tão somente uma deixa: quem está te elogiando está doidinho para ser elogiado de volta. Não seja filha da mãe: retribua!

11 - Elogio é a forma mais eficiente de se tornar simpático , e algumas pessoas sabem disso e usam isso. Elogio é politicamente correto. Elogio é a chave que abre a maioria das portas. Investigue se a pessoa que está te elogiando teria motivos profissionais para procurar ser simpática. Vendedores são altamente suspeitos. Subalternos também. Não desconfie dos amigos pobres porque aí já é demais.

12 - Não seja neurótica. A melhor postura depois de ouvir um elogio é curtir o elogio. Sim, ao invés de ficar procurando chifre em cavalo e pêlo em ovo, curta seu pequeno momento de glória.

11- Se a atitude suspeita persistir, aí sim:

11.1 - Coloque o ego numa caixinha e tranque dentro do armário;
11.2 - Avalie intenções.
11.3 - Fique de orelha em pé.
11.4 - Se toque: você também é suspeito. Não deixe de se perguntar “por quê estou tão preocupado com isso afinal de contas???”

Ah a mente e seus labirintos...

1 de mar. de 2012

Propaganda enganosa

Falam mal das vidas mornas que se conformam apertadinhas em seu mundinho acanhado. Falam mal das pessoas invisíveis, que não aparecem nem atrapalham. Todos pretendem um mundo vasto e colorido, cheio de suspresas e sustos e quinquilharias inúteis que compramos e jogamos fora. Todos falam mal de pessoas e de situações que apenas fazem a alma silenciar.

Estou começando a achar que quem reclama dos chatos, chato é. E que os chatos e suas vidas certinhas são tudo o que os invejosos mais atacam. Estou começando a achar que toda vontade de chocar é babaca, que toda vontade de abalar é fraqueza. Os mais indômitos continuam rijos em suas torres  discretas.

A gente pensa que precisa, mas ninguém precisa de vendavais. Não precisa. Basta por um dia encarar a realidade, mudar o que dá e engolir o que precisa. Basta virar as costas para a propaganda enganosa que é a vida dos outros. Se entendermos que tudo é de mentirinha, bendiremos mil vezes o que temos hoje. Pode ser triste às vezes, mas há um conforto seguro na falta que as pessoas fazem.

Escrever faz bem e eu vou pouco a pouco me libertando dos pudores idiotas de quem pensa que está sendo seguido. Não estou. Por mais que você esteja ao meu lado, por dentro tenho um universo solitário e sem ecos, e na verdade é lá que eu moro. O que você vê de mim é só o meu rosto na janela. Moro sozinha e estou progredindo muito em aprender que é assim, é normal e não tem jeito.

Incompatibilidades

Minha mente pode ser estranha, meus raciocínios podem ser tortuosos ou equivocados, só que isso não é motivo para ocultá-los. Muito pelo contrário: expor idéias é mais ou menos como propôr aos desocupados aquele joguinho dos sete erros. A gente mostra a idéia e quem tiver perspicácia que aponte as falhas.

Muitas afirmativas nossas, se formos analisar, são incompatíveis umas com as outras. Somos tententes à contradição. Contradição não é uma fatalidade do destino humano. Geralmente contradição nada mais é do que preguiça de pensar. Daí a necessidade da filosofia. A filisofia serve para uma coisa absolutamente necessária: ela nos ensina a seguir uma linha de raciocínio. Ela nos ensina a pensar direito, a analisarmos corretamente uma questão. "Nunca na história desse país" a filosofia foi tão necessária. Deveria ser ensinada nas escolas desde o ensino fundamental. Não a filosofia decoreba do tipo "quem disse isso? Em que ano?" mas a arte de pensar.

Tudo isso para contar a vocês que eu assisti a entrega do Oscar. Bla bla blás àparte, uma das amenidades que me chamou a atenção foi a extrema magreza da Angelina Jolie. Para mim ela estava feia, feia demais. Magra ao extremo, osso puro. Até dos famosos beições roubaram metade do enchimento. Se ela estivesse com um shortinho surrado, camiseta rasgada, sem maquiagem e chinelinho de dedo, seria internada. Mas não, ela envergava um magnífico vestido de veludo! E se atreveu a tentar ser sexy mostrando o que outrora fora uma coxa. 

Cabeça e vestido.

Aí é que entra a incompatibilidade: não aceito que alguém chame a Angelina de gostosa e depois chame a Beyonce de gostosa. Não dá. Uma é o oposto da outra. Até admito dizer que ela tenha um rosto bonito (vá lá) mas não dá pra dizer que ela, no todo é bonita. Ou dá pra dizer, mas isso desdiz quem é o oposto dela.

Há outras idéias que eu acho incompatíveis. Tem um monte de gente que se diz católica e espírita ao mesmo tempo. Cara, não dá. No catolicismo se prega que Jesus é Deus encarnado - o espiritismo diz que Jesus foi uma pessoa maravilhosa, iluminada, muito boa, mas não é Deus encarnado coisíssima nenhuma. Se Jesus é Deus, então Maria é "mãe de Deus" para o católico. Se ele não é Deus, então Maria não é nada além de mãe de um cara legal. Não é santa. Santa por quê, se Jesus não é Deus? E por aí vai. Nem tô aqui para dizer quem está certo. O que eu digo é o seguinte: duas verdades opostas não coexistem. Ou é uma coisa, ou outra.

Não dá pra ser ateu e crente ao mesmo tempo. Ou dá: se o sujeito for doido. Doido com um "famoso escritor que esqueci o nome". Ele dizia que era ateu, mas morria de medo de ir para o Inferno quando morresse. Dá pra entender?

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