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29 de nov. de 2014

Serenidade

Relendo textos antigos sou forçada a admitir: a serenidade não faz bem ao meu "eu escritora".

Lembro de tempos atrás, quando estive bem mal "da alma",  noto que eu tinha muito mais inspiração e intensidade no que escrevia. Os textos eram mais criativos. Tenho que concordar com o Vinícius de Moraes quando ele disse que poeta só é bom mesmo se sofrer.

É certo que  já produzi, de lá pra cá, alguns poucos textos que considero muito bons. Depois... Depois veio a calma, o Facebook, a dispersão da mente, a frouxidão no sentir frouxo e um monte de louça pra lavar.

Lamento ou comemoro? E uma voz me responde: "Faça como quiser. Ninguém vai ficar sabendo mesmo! "

25 de nov. de 2014

Remorso & Arrependimento


O remorso é uma dor confusa que pouca gente entende. É muito confundido com o arrependimento. Não deveria ser. Eles são primos, não irmãos gêmeos.

 Enquanto o remorso se veste de névoa e sentimentos conflitantes, o arrependimento é fácil de entender. É uma dor sem mistérios.

Arrependimento dói, mas restaura. Por pior que você tenha sido, quando se arrepende está sinalizando uma mudança para melhor. Quem se arrepende é aceito com maior facilidade.

O arrependimento é a dor de ter feito o que não deveria ter feito.  Essa dor vem colada na certeza de que se a situação se repetir você não agirá da mesma maneira. Essa certeza soma-se à esperança de que se a vida lhe colocar novamente na mesma situação, finalmente você provará a si mesmo e ao mundo que mudou e que a pessoa que fez "aquilo" não é mais você. Seu "eu" passado poderá então ser tratado como se fosse uma outra entidade, um "encosto" do qual já se livrou.   Já o remorso... 

O remorso é a dor sem esperança. Por isso acho que dói mais.

Remorso é a dor dos que se sabem desassistidos pela misericórdia. Ter remorso é saber que fez o que não deveria, mas estar conscientes de que não conseguiria agir de outra forma caso a ocasião se repita.  Se o mundo der mil voltas ainda assim você sabe que fará tudo de novo - não porque ache certo mas porque seu caráter é assim. Talvez você nem goste de fazer, mas sabe que é deformado demais para incorporar outra postura. Complicado, né?

Remorso é o sentimento de quem jamais toma uma atitude.

A constatação de que faríamos tudo de novo é horrível. Por isso o sujeito que sente remorso não gosta de dizer que tem remorso. Prefere fazer de conta que está arrependido. Ele até jura para si mesmo que se arrependeu, mas no fundo sabe a verdade.  Ele não "praticou violência", ele É violento. Ele não mentiu; a vida dele é uma mentira. Ele não falhou em um compromisso: ele É um ser sem palavra e sem caráter. Isso dói mas não garante a mudança.  O que garante mudança é o arrependimento. A dor do remorso é uma dor que só leva à dor e nada mais. Uma dor vazia.

O arrependido sofre pelo que fez. O "remordido" sofre por ser o que é. 

Remorso é a dor de querer ser melhor mas não conseguir. Ou querer ser melhor para a pessoa que ama, mas saber que vai perdê-la porque não mudará. É a dor de não saber onde encontrar ajuda. 

Enquanto o arrependimento traz consigo uma esperança de que a vida lhe trará outra chance,  o remorso traz o medo de que isso aconteça e que a vida só prove que ele não presta mesmo. Se a vida repetir a cena, mais culpado o sujeito se tornará.

Entendeu agora?

23 de nov. de 2014

Limites

Acabei de assistir um video patético onde seguranças empurravam pessoas para dentro de um trem para elas caberem todas, e poderem então seguir viagem. O veiculo estava superlotado. Nao havia respeito ou cuidado algum para com os passageiros, que pareciam gado. Eram tratados como gado. Patético.

Qual o limite para a exploração ou para o desrespeito? Não ha. Quem impõe os limites é a vítima. Se não se rebelam, a tendencia é serem de respeitadas ate descerem abaixo da condição de animais e se tornarem como meros objetos.

O povo brasileiro é super desrespeitado e explorado em varias situações mas jamais aceitaria ser empurrado, socado e amassado daquele jeito para entrar no trem. Se tentassem fazer isso ia dar a maior briga com direiro a quebra quebra e tudo o mais. Ou seja: só não fazem isso com a gente porque sabem que ia dar merda. Mas eles fazem outras coisas inaceitáveis. E por que fazem? Porque SABEM que o povo aceita.

Aquele velho ditado é verdadeiro: "as pessoas só fazem com você o que VOCE DEIXA ELAS FAZEREM.

Nao ha um limite natural para a maldade, exploração ou humilhação do proximo. Sempre é possivel fazermos pior do que ja estamos fazendo. O único limite vem de um lado só: da vitima. Do outro lado a coisa é infinita.

Só quem tem o poder de deter a opressão é o próprio oprimido.

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18 de nov. de 2014

Mudanças

O tempo passou... por isso começamos a achar que:

O conforto fala mais alto que  a beleza;
O silêncio é, decididamente, a melhor "música";
Não ficamos bem na maioria das fotos que tiramos. E isso é fato, não é impressão;
Começamos a fazer exercícios físicos pensando na saúde;
Não nos assustamos mais com nossos cabelos ficando brancos. O susto agora é com os fiapos de cabelos brancos surgindo nos nossos filhos;
Nossos filhos tem mais cultura e informação do que nós;
Pensando bem, pra quê preciso de mais roupas, mais sapatos, mais bolsas?
Pensando bem, pra quê jóias?
Pensando bem, por que não dormir de pijama?
Você não quer dar de cara com um amor avassalador. Você só quer paz.
Ficar em casa é incrivelmente bom.
Comédias românticas não te deixam com inveja ou melancólica; apenas te divertem
E por aí vai.

14 de nov. de 2014

Presos



Incomoda muito ver que estamos todos presos em um ciclo interminável de repetição. A humanidade é um filme manjado.

Todos os nossos erros estão catalogados. Já aconteceram antes! Bastaria termos um pouco de conhecimento para evitar as mesmas cascas de banana. Mas estamos ocupados demais com o emprego, o namoro, a novela, o futebol, os problemas... e não queremos parar para nos inteirar de "assuntos chatos". Somos tão burros que não nos damos conta de que a história funciona como uma espécie de bola de cristal que nos mostra as possibilidades do futuro.

As pessoas não conhecem história então acreditam sempre nas mesmas mentiras dos que manipulam a história. Quem tem um pouquinho mais de conhecimento se aflige sobremaneira porque vê o buraco e não consegue evitar que o ônibus no qual viaja caia nele. Sim, porque ele está no ônibus mas é só um passageiro e não decide nada.

Por que a verdade é tão escorregadia?  O que é a história? O que eu sei? O que eu apenas penso que sei? Estou muito enganada? Ou eles estão?

Tudo que está acontecendo já aconteceu. Será que ninguém vê?  Existe alguma coisa mais aflitiva do que isso? Há um desespero da minha parte quando vejo para onde outros foram e vejo para onde estamos indo. E não há freio onde eu possa meter o pé.

Mas será que estou vendo mesmo o que penso que estou vendo? Ou sou mais uma passageira cega pensando que enxerga?  Será que estou repetindo a história justamente no pior sentido?

Se estou onde penso que estou... Se vejo o que penso que vejo... Que droga não poder mudar nada nem abrir os olhos de ninguém! Mas se é tudo uma ilusão? E se sou burra demais para perceber que meus pensamentos não são meus? E se nada mais sou do que a reles integrante de um povo tonto e cego?   

Como é cansativo procurar a verdade!

12 de nov. de 2014

Castelo e música

Amanhã  estarei fazendo mais um aniversário.  Estou ouvindo uma música que me força a recordar o passado e a pensar na brevidade da vida e no por que, afinal de contas, uma vida tão breve as vezes parece tão longa. 


Toca uma música tão linda e nem sei em quais circunstâncias de dor ou alegria foi composta. Se havia frio ou se a lareira alegremente aquecia a noite. Se os cheiros eram comuns ou se os cheiros antigos tinham alguma peculiaridade. Só sei que essa música me faz lembrar tanto de amores profundos quanto de cemitérios azuis enevoados.

E delicadamente agora alguém toca o teclado derramando mais música nesse texto disperso e meio triste. Sei que a fragilidade inevitavelmente vai vencer meu corpo é um dia não terei mais interferência alguma no mundo dos vivos . Não  consigo imaginar como será meu sentimento quanto a isso. Pasma? Aflita? Revoltada não, mas saudosa? Um dia serei menos do que sou.  Meu único medo é morrer de saudade. 

Um dia talvez verei este meu mundo palpável da mesma forma com que vejo o mundo virtual: uma possibilidade maluca e intangível .

Agora entrou o violoncello, grave e apaixonado, intenso e ininterrupto. E lembro do quanto já fui vibrante, apaixonada e intensa e o quanto  é cansativo ser assim dentro de um cofre. Hoje não sei mais se houve alguma vantagem em ser como eu era. Um dia serei lembrada por quais características? 

Não sei se está faltando alguma coisa na minha vida. Tomara não descobrir nunca.

Entrou um órgão. Órgãos me lembram casamentos , batizados e parentes antigos.

Agora me toca o som gelado do cravo e não penso em outra coisa a não ser nas pedras geladas que formam aqueles antigos castelos europeus. Quanta chuva e neve...quantas histórias e valentias vãs! E quantos amores desperdiçados.  

Esse ano realizei o sonho tão querido e acalentado de entrar em um castelo de verdade. Como uma princesa. Então  me ocorre perguntar se depois da minha morte também vão me achar lúgubre como os castelos ou desperdiçada como as princesas... Tenho alguma semelhança  como aqueles frios e silenciosos castelos que jamais conseguiram nos contar suas verdadeiras histórias?

Verrugas

Gosto de passear no shopping. Esses dias repeti a dose só pra ver as novidades e submeter-me às tentações. Não fui tentada. Por instantes adorei acreditar que evoluí.

Pensei em meu "antigamente": como me agitava frente às vitrines! Queria adquirir, adquirir, adquirir. Era extensa a lista do que eu achava que precisava. E hoje?

Hoje só me pergunto "pra quê?" 

Sonhava com jóias como se fosse possível ser contagiada pela beleza bastando tão somente cercar-me dela.  Desejava jóias. Todas pareciam ter sido feitas para mim. Era tão natural a idéia de que fossem minhas! As joias tem que pertencer a quem as deseja. Se seus olhos não brilham numa joalheria, então você não merece ter jóias.

Ainda gosto de jóias. São bonitas e nada mais. E nas poucas vezes que ainda me detenho diante de uma vitrine não consigo deixar de ouvir aquela voz a perguntar "pra quê?"

Essa perguntinha que desconstrói tem brotado em vários prazeres antigos. É como uma espécie de verruga que brotou em todos os alvos da minha cobiça.  Está tudo "enverrugado".

Pra quê eu gastaria tanto com uma coisa que não vai me deixar mais bonita nem mais magra nem mais jovem nem mais inteligente nem mais querida, só mais enfeitada e com menos dinheiro?

Tempos atrás seria absurdo alguém me desafiar com essa  indagação. A resposta me pareceria tão óbvia! Ora, "pra que sim!"   "É bonito e deixa as pessoas felizes. Isso não é suficiente?"  Pois agora isso não faz mais sentido nenhum para mim.

Vários anéis não deixariam minhas mãos mais delicadas por mais bonitos que sejam. Pra que servem então?  Colares, vestidos, sapatos... Já tenho tantos! Bolsas, coisas de griffes... tudo em cima da mesma carcaça inalterável. E enquanto penso isso me vem à mente uma imagem grotesca de mim mesma. Me sinto mal.

Não abandonei de vez as vaidades. Ainda faço compras só que são bem menos frequentes. Mesmo assim quando chego em casa e olho os pacotes noto em todos eles essa estranha  "verruga" pendurada a lhes tirar todo o charme. Quanto dinheiro jogado fora! A quantos desconhecidos tornei mais ricos! A quantos necessitados ignorei!  Então defendo-me. Saio do meu lugar e corro em direção a mim mesma, para acudir-me do achincalhe. Esse festival de acusação não pode prosperar. Declaro então perante o tribunal que "- Pequenas tolices permitidas deixam nossa vida mais divertida. A quem interessa que a civilização humana se componha de zumbis cinzentos vagando pelo mundo só para trabalhar e esperar o dia da morte? O dinheiro que uso não é roubado, é fruto do meu trabalho honesto. Por que não posso ter prazer em meio a tantos desprazeres? Porque preciso me condenar a viver em preto-e-branco? "

Ótima defesa. Convenceu.  Volto pra casa de cabeça erguida deixando aquele tribunal mofento e carrancudo para trás. Mas enquanto piso duro em retirada não consigo deixar de perguntar a mim mesma se essas mudanças pelas quais estou passando representam crescimento ou baixa auto estima? Crescimento ou culpa vazia e inútil?

O que faço com essas verrugas?

Castelo e música

Amanhã  estarei fazendo mais um aniversário.  Estou ouvindo uma música que me força a recordar o passado e a pensar na brevidade da vida e no por que, afinal de contas, uma vida tão breve as vezes parece tão longa. 


Toca uma música tão linda e nem sei em quais circunstâncias de dor ou alegria foi composta. Se havia frio ou se a lareira alegremente aquecia a noite. Se os cheiros eram comuns ou se os cheiros antigos tinham alguma peculiaridade. Só sei que essa música me faz lembrar tanto de amores profundos quanto de cemitérios azuis enevoados.

E delicadamente agora alguém toca o teclado derramando mais música nesse texto disperso e meio triste. Sei que a fragilidade inevitavelmente vai vencer meu corpo é um dia não terei mais interferência alguma no mundo dos vivos . Não  consigo imaginar como será meu sentimento quanto a isso. Pasma? Aflita? Revoltada não, mas saudosa? Um dia serei menos do que sou.  Meu único medo é morrer de saudade. 

Um dia talvez verei este meu mundo palpável da mesma forma com que vejo o mundo virtual: uma possibilidade maluca e intangível .

Agora entrou o violoncello, grave e apaixonado, intenso e ininterrupto. E lembro do quanto já fui vibrante, apaixonada e intensa e o quanto  é cansativo ser assim dentro de um cofre. Hoje não sei mais se houve alguma vantagem em ser como eu era. Um dia serei lembrada por quais características? 

Não sei se está faltando alguma coisa na minha vida. Tomara não descobrir nunca.

Entrou um órgão. Órgãos me lembram casamentos , batizados e parentes antigos.

Agora me toca o som gelado do cravo e não penso em outra coisa a não ser nas pedras geladas que formam aqueles antigos castelos europeus. Quanta chuva e neve...quantas histórias e valentias vãs! E quantos amores desperdiçados.  

Esse ano realizei o sonho tão querido e acalentado de entrar em um castelo de verdade. Como uma princesa. Então  me ocorre perguntar se depois da minha morte também vão me achar lúgubre como os castelos ou desperdiçada como as princesas... Tenho alguma semelhança  como aqueles frios e silenciosos castelos que jamais conseguiram nos contar suas verdadeiras histórias?

8 de nov. de 2014

Onde está o meu cavalo?

Estou bem, só não posso ouvir histórias tristes  como aquela do filme que vi dia desses: os homens foram todos embora da aldeia, sorrateiramente. As mulheres ficaram perplexas, tristes, profundamente sós e cheias de medo. Os homens todos resolveram aderir à guerra mas não queriam ser impedidos, contraditados ou ouvir lamentos. Achavam que tinham que ir e partir sem alarde seria a maneira menos dolorosa para todos. Então deixaram suas famílias.   Veio a saudade, o medo, o frio, a dúvida se estariam vivos ou mortos, se um dia voltariam ou não. Inimigos chegaram ao vilarejo. Ficaram por lá embora não fossem acintosamente mandões ou intimidadores. Mas um dia alguém matou o cavalo de uma bondosa senhora que, até então, estava conseguindo aguentar toda aquela dor com muita coragem. Tudo o que lhe sobrou era aquele cavalo... então essa última dor foi demais para ela. Não pôde suportar. Entrou então em profunda melancolia e foi definhando. E eu, que a assistia de camarote, fiquei triste também.

A vida sempre consegue descobrir onde a gente esconde o nosso querido cavalo.

Qual a dor última que não poderei suportar? Qual o nome do meu cavalo?

Estou bem sim, mas meu coração se aperta com as dores incuráveis das pessoas que eu amo. Calo, não sei o que dizer, pareço indiferente, mas lá dentro fico perdida como se andasse a esmo pela floresta sem encontrar nem o destino nem o caminho de casa.

Uma música triste, uma criança com medo, um velho de olhar distante, tudo me faz chorar.  Mas estou bem! Isso não quer dizer nada. Só não entendo porque com tanta freqüência e por tão pouco, choro. Por dentro ou por fora choro,  e isso é muito constrangedor.

É possível estar triste e a gente não saber disso? Porque se estou triste, não me avisaram. Só sei que choro.

Agora me ocorre que tudo que há de comovente no mundo não passa de desculpa. A tristeza verdadeira de cada um de nós não reside em nenhuma dessas coisas. Esses fatos da vida são só dispositivos que facilitam a saída das nossas verdadeiras lágrimas aprisionadas.

Nossas lágrimas, todas elas, elas estão lá dentro armazenadas. São lençóis subterrâneos de água.  Só que o volume aumenta gradativamente e o volume precisa ter vazão se não a situação fica crítica.  Só que para haver vazão é preciso conhecimento, abertura para a luz, para fitarmos os fatos que nos levarão a choras.  Mas claro que não queremos isso!   Precisamente por esse motivo nossos rios não correm a céu aberto, mas em lençóis subterrâneos e silenciosos.

Ninguém pode "colecionar água" indefinidamente. Como a natureza é sábia, arruma naturalmente uma forma de fazer esse acúmulo de água vazar:  usa qualquer motivo, razoável ou não, para escoar a reserva excessiva. Qualquer motivo pode servir pra desabafar e depois seguir em frente como se nada tivesse acontecido. "Deixar pra lá" - essa é a essência da vida feliz.  Criança, Brasil, guerra, bolo que não deu certo, o desencontro com a amiga, a desilusão amorosa que não posso curar, o gato doente, a mãe morta, o cemitério distante, o governo, a multa, a mágoa, o erro, a palavra grosseira, a juventude finda... Tudo são só álibis, pequenas dores curadoras que aliviam a pressão daquele mundo subterrâneo e inominável que a gente não mostra nunca.

Ah como precisamos dessas válvulas de escape! Como é bom poder chorar e dar um motivo razoável que não atente contra a nossa imagem! Que não atentem contra a vida perfeita que tanto queremos exibir!

7 de nov. de 2014

Meninas



Hoje pela manhã, quando fui chegando no trabalho, me aconteceu uma coisa bonita-bonita.

Em um colégio ao lado havia um grupo de umas cinco menininhas com idade em torno de cinco anos. Estavam muito seguras, sentadinhas no chão atrás das grades da escola.  Por algum motivo - provavelmente motivo algum - elas riam, riam muito. Estavam felizes. E cantavam! Cantavam e riam, riam e cantavam.

Como a alegre barulheira me chamou a atenção, olhei para elas e vi que algumas acenavam alegremente para mim. Que amor, elas me viram!

Crianças adoram acenar quando estão felizes. Elas fazem questão de interagir e fazer os outros rirem também. Empolgada com a gratuidade daquela alegria eu acenei de volta e ri pra elas. Ri pra elas e continuei sorrindo com uma vontade enorme de voltar àquele portão e puxar assunto, perguntar seus nomes, fazer cócegas, contar uma história ou algo assim.

Hoje tive certeza, certeza mesmo, do poder de um sorriso quando começa o dia. Aquelas menininhas "morrendo de felicidade", cantando e acenando pra mim, foi como um sol particular no meu caminho. Me senti tão especial, tão importante! Me senti - você vai dizer que não tem nada a ver, mas tem - me senti querida por Deus.

Um sorriso de criança faz o mundo parar e todos os problemas parecerem bobagem. Parece que tudo vai dar certo e o mundo ainda tem jeito - mesmo que não tenha.

Estou feliz até agora.

4 de nov. de 2014

Na Europa

Você não precisa ler isso.

Moda na Europa: legging, muito legging. Com blusa, com short, com vestido, com saia curta ou comprida, com qualquer coisa e de qualquer cor. Com botas ou tenis. E cabelo arrepiado.

Uma coisa legal: como no Rio e em São Paulo, na Europa ninguém acha esquisito gente esquisita. Não há olhares curiosos, cutucadas ou risos contidos. Sendo assim, alopre, misture cores, pinte o cabelo de verde. Ninguém está nem aí pra ninguém. Quer viajar e levar consigo um mundo de roupa chique? Tudo bem. Quer viajar só com uma mochila, um par de tênis avacalhados e meia dúzia de camisetas fuleiras? Tá valendo também. Ninguém liga. Isso não é ótimo?

No final das contas concluo: é meio brega "fazer enxoval pra ir pra Europa".
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