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29 de dez. de 2008

Jesus Luz & Madonna - Um conto


Claro que havia expectativas em relação a ela. Se eu dissesse o contrário a mentira seria mais tola do que a verdade de dizer que tive crises de ansiedade no primeiro ensaio que soube que ela estaria presente. Nem precisava porque sequer cheguei perto. De longe ela nada mais é do que o que se vê em fotos e telas. Surpresa nenhuma.
Um dia ela chegou perto e falou comigo. Assim, sem mais nem menos.

Conversamos rapidamente na frente de todo mundo. Depois fui ao seu camarim. Acho que ninguém viu mas também não me demorei.




Como é Madonna de perto? Ela é como eu pensei que fosse. Fisicamente não houve surpresa alguma. A surpresa foi por conta de eu descobrir que jamais havia pensado nela de outra forma que não fosse fisicamente. Não parecia ser nem mais jovem nem mais velha, mais bonita ou menos bonita, gorda ou magra. Era como eu achava que fosse por fora e isso quase me surpreendeu porque de um modo geral os popstar nunca são como pensamos.



Ela há muito passou do tempo de se importar em ser vista sem maquiagem. Estava ali, alvíssima e segura como a lua. O que vi em minha frente? Vi a lua surpreendentemente maternal como jamais pensei que fosse. É assim que ela é: clara e forte, imperturbável ao ser longamente fitada. O olhar permanece azul e profundo e nesse momento balancei.


Tocou em meu braço e dei-me conta de que me perguntava algo sobre a festa, sobre o pós-show. Gostou do meu braço, olhou-me. Tive vontade de abraçá-la e na despedida abracei. Me senti pequeno e aconchegado. Foi rápido mas adorei seu cheiro. Queria sentir mais.

Como um carinha como eu poderia ser enxergado como pessoa por uma mulher como ela? Como chegar naquele coração? Mas... para quê chegar naquele coração?

Nossas vidas são pontilhadas de instantes, alguns muito especiais e todos eles têm a vocação da efemeridade. Conhecedores da sua volatilidade, afligimo-nos. O que é eterno não precisa ser pontuado porque cobre uma vida toda mas os instantes especiais desaparecem como fadas travessas, duendes, aparições. Precisamos segurá-los bem firme e olhar em seus olhos por mais tempo antes que sumam para sempre



Madonna... ela é delicada. E o mais surpreendente: tem um quê de maternal até então impensável. Não sei se é no jeito de falar, de olhar... não sei explicar. Tem um aconchego assim, de mãe mesmo, que chama a gente para o meio dos seios com uma autoridade irresistível. Seu olhos são profundos, quase melosos e contrastam com a figura autoritária que a gente vê no palco. Soube muito de sua vida tão somente olhando dentro deles. Oceano.

Quero levar-lhe alguma coisa hoje a noite. Um pequeno momento eterno. Para ela poderá ser banal mas para mim não.










É cansativo mas as exigências de um mega show, ao contrário do que pensam, me ajudam demais em momentos como esse. Uma separação... Muito melhor não pensar nisso. Essa semana mais do que nunca vou me dedicar aos ensaios, a cada detalhe do que for preciso. Quero dormir exausta sempre. Só preciso dormir bem na véspera da apresentação.



Hoje conheci um rapaz - um modelo. Lindo como tantos outros. Senti que ele não se aproximaria se eu não tomasse a iniciativa. Foi o que fiz. Por que fiz? Porque estou tensa, porque estou cansada, porque posso, porque ele é lindo e jovem e cheio de vontade de crescer.



Conversamos rapidamente em meu camarim. Banalidade: nome, você conhece os EUA? Aceita uma cerveja? Gostei do jeito que me olhou. Geralmente esses meninos colocam-se na posição de mercadoria. Esse apenas me fitava e sorria de um jeito despretensioso, como se estivesse tranquilo com a idéia já certa de que não havia como nascer dali alguma coisa maior, um relacionamento. Olhava-me apenas atento a princípio. Depois, pareceu-me, já com crescente simpatia. Em alguns momentos pareceu-me lamentar que não palmilhássemos as mesmas estradas na vida, só aquele breve cruzamento.



Novo, muito novo para ter notado tão de pronto que jamais me apegaria a ele. E no entanto ele é lindo, tão lindo quanto pode ser uma pantera que escolha livremente deitar em seu tapete e partir para a selva tão logo deseje. Infinitamente mais livre do que eu.



Jovem e quente e duro. Claro que o desejei. Claro que seria meu. E claro, ele iria gostar sim.



Estivemos juntos outras poucas vezes, brevemente, antes de estarmos a sós.

Não é justo olhar um homem como um animal de estimaçao mas eu assim o vi. Mas me redimo porque esse olhar sobre ele não foi gerado no sentido caprichoso do termo mas da melhor maneira que se possa entendê-lo: na paixão que nos desperta a idéia da beleza selvagem capturada e usufruida dia e noite sob os olhos, ao alcance da mão. Quem nunca desejou apanhar um tigre, tê-lo, brincar com ele?

Ele não esperava nada de mim. Gostei disso também. Eu não esperava que ele conseguisse me comover - mas conseguiu.



Quando por fim descansei em seu torax enorme ele me falou, como todos falam, de suas primeiras impressões a meu respeito. Ri de sua ingenuidade ao contar que se surpreendeu ao encontrar em mim um "ar maternal" marcante e bonito. Que homem diria isso a uma mulher mais velha sem pedir desculpas logo em seguida? Mas ele disse, e com tanta graça e sinceridade que comoveu. Ele viu em mim o que penso ter de mais importante, o que mais prezo. Foi o maior elogio que um homem poderia me dar.

Levantou-se e vasculhou os bolsos de seu jeans. Voltou com um minúsculo pacote de presente. Não me entregou. Ele mesmo abriu e de lá tirou uma finíssima corrente de ouro com uma pequena imagem da Madona com a qual circundou meu pescoço. Nesse movimento senti seu hálito novamente. Essa imagem já possuía um significado enorme e lagrimei. Ando especialmente emotiva esses dias.



Estaremos juntos no Ano Novo. Não se trata de um romance. Não se trata de nada que não seja um hoje no qual preciso estar com alguém que não faça planos nem peça "presentes" para estar comigo; que não meça as palavras e que daí acabe dizendo sem querer coisas que me acalente o coração. Alguém que veja em mim a mãe que tanto prezo, que pensei que ninguém mais visse. Por fim, que entenda que preciso descansar minha cabeça em um peito assim... como um barco moreno perdido no oceano azul.



Cristina Faraon







Os Simpsons - PARTE II



Bem, já disse que adoro Os Simpsons. Por quê raios adoro os Simpsons?

Agora já acostumei mas eles são feios, muito feios. Considerei (da primeira vez que vi) horrívelmente desagradável a voz da Margie e desnecessariamente feio o seu cabelo. E etc, etc. Depois fui deixando-me cativar pela crítica ferina que costumam fazer a respeito do modo de vida ocidental. Os diálogos são impregnados de malícia e fel. M
as isso ainda não é motivo suficiente para gostar tanto deles.

Homer por exemplo é o cara mais execrável do mundo!

Talvez agora surja uma interessante discução a respeito da força que a familia empresta ao ser humano; uma espécie de "moldura de dignidade" que o circunda (posso dizer assim?) sem a qual ele não seria nada. Admitamos: o Holmer seria insuportável sem a família dele. Nâo teria a menor graça. Será que foi essa a "mensagem subliminar" que seus idealizadores quiseram passar? Talvez não porque poderia ser considerado piegas demais.

Mas peraí! Qual o problema em ser piegas? Se a onda sempre foi contrariar regras estabelecidas então eles acertaram em cheio no calo dos moderninhos-abaixo-a-família. Aliás estes espécimens ainda existem? Deixa pra lá, continuemos:

Uma família legal... com um pai abaixo da crítica mas pai ainda assim, cercado de gente que está com ele de um jeito ou de outro. Estão juntos e formam alguma coisa talvez não muito exemplar mas que vale a pena ser preservada. Alguma coisa bonita que a gente nem sabe explicar bem o por quê de ser bonita.

Por que gostamos tanto dos Simpsons? Bart e Homer são incorretíssimos e mostram pra todo mundo sem o menor pudor TODAS as nossas vergonhas (aqueles defeitos e pensamentos horríveis que passamos a vida toda tentando enfiar debaixo do tapete). Como podem se sentir tão a vontade dizendo o que dizem? Como um pai aperta o pescoço do filho daquele jeito e a gente ainda ri? E o filho supera tudo! Seria essa a grande resposta? Seria isso o que eles tem de mais atraente?

Provavelmente sim.

Eles podem morrer de inveja, de despeito e desrespeito, pagar o bem com o mal, ser gananciosos, odiosos, vis, vingativos, preguiçosos e tudo o mais e ainda assim continuam tendo uma família, são amados e até têm vizinhos bons. O mundo deles jamais desmorona.

Os Flanders (uns chatos, "certinhos" demais para os padrões Simpsons) são cristãos verdadeiros e os aceitam como são; estão sempre dispostos a ajudá-los e perdoá-los. Você não gostaria que isso existisse?

Eles não são tudo o que gostaríamos de ser mas têm tudo o que gostaríamos de ter, essa é que é a verdade. Não vivem aflitos tentando "conservar o amor incondicional" dos outros; eles simplesmente o têm. E abusam, claro.

Os Simpsons representam a liberdade de exercermos nossa humanidade sem grandes efeitos colaterais. No final sempre dá tudo certo e eles ainda têm milhões de fãs.

Cristina Faraon

Bom e de graça!

Sabe esse lance de que "a felicidade está em aproveitar as coisas simples da vida?" Pois não é que é verdade?

Ontem a noite, depois de dar uma corrida "pela honra da firma" resolvi tomar um banho diferente. Eu já estava ha mais de ano sem usar o chuveirão lá do fundo do meu quintal, então resolvi porque à noite não tem iluminação por lá. Então...

Gente, uma delícia! Eu ali no escuro em "trajes sumaríssimos" (isso é um eufemismo) tomando banho frio nos fundos quintal, lá no cantinho olhando o céu cheinho de estrelas. Vento... silêncio... e o melhor: o gostinho de travessura... Sabe aquele gosto assim de coisa que não deveria ser feita mas é booooooommm?

Ora vejam, algo simples demais e tão prazeiroso. Por que não fiz isso antes, Deus do Céu? E tudo isso aqui à minha disposição noite após noite sendo desperdiçado. E de brinde o prazer de ver minha casa de outro ângulo. Curioso; de lá pra cá ela me pareceu tão mais simpatica, aconchegante e gostosa!

Agora fica a indagação: o que será que tem por aí dentro da categoria "coisas simples da vida" que estou perdendo por simples bobeira ? Por por favor alguém por aí me dê a dica!!!!

28 de dez. de 2008

BlogBlogs.Com.Br

Os Simpsons - PARTE I


PARTE I - O FILME

Estou com uma penca de comentários de filmes "véios". Bem, não ganho dinheiro com isso e vou escrevendo conforme sou impelida pela minha memória recentíssima.

Assisti Os Simpsons no cimema faz tempo mas não deu vontade de escrever só que hoje assisti novamente em DVD. A-do-rei.

Esta postagem nem é tanto uma "crítica de cinema". É uma coisa mais geral sobre Os Simpsons "tipo assim", a razão de ser de gostar deles. Por isso ela está sendo dividida em duas partes. Nessa primeira vou falar rapidinho sobre o filme e na outra, mais sobre eles.


Sobre o filme: Superlegal. Se ainda não assistiu, assista. Só.

Dica: ao pegar o DVD acione o recurso de legendas. Os diálogos da história são ricos, muito interessantes mesmo. Uma palavra, uma simples frase dá o tom da piada. Infelizmente varias vezes não dá pra entender o que o personagem dizem (as coisas acontecem rápido) e perde-se com isso boas risadas. Vá por mim: embora seja "dublado" não dispense as legendas.

Cena marcante: aquela da crise na cidade de Springfield. Eu rio sozinha só de lembrar. A igreja fica em uma esquina e o bar da cidade (a "concorrência") fica do outro lado da rua. No momento da calamidade os crentes desesperaram-se, desistiram de orar e correram para o bar para encher a cara. Todos! O pessoal do bar, com igual desespero, gritando e correndo com as mãos para o alto, socaram-se todos na igreja para ver se conseguiam encher a cara de esperança. Cena hilária e também muito sutil.

Interessante o deboche ao nosso frequente apego a um determinado modo de vida quando sabemos que TUDO é posto à prova na hora do "pega pra capar".


No fundo no fundo sempre desconfiamos que do outro lado da rua pode existir alguma coisa que nos acalente... alguma coisa que talvez seja boa mas que nunca nos interessamos em conhecer mas não queremos admitir isso agora para não dar o braço porque somos orgulhosos, preguiçosos e conservadores. Só que na crise ninguém fica de sapato alto.

Um barato.

(Continua)


The Simpsons Movie
dir. David Silverman
roteiro: James L. Brooks e Matt Groening
eua, 2007
87 min.


27 de dez. de 2008

Lisbon Revisited - Álvaro de Campos

(Esse cara é um barato!)

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!...

( Leia o texto completo)

25 de dez. de 2008

Sex and the City e Sarah Jessica Parker


Claro que vem totalmente atrasada essa minha postagem a respeito do seriado Sex and the City. Acho que ele já até "saiu de linha" mas vá lá. Caiu no gosto popular, fez sucesso e ainda deve estar vendendo DVD´s. Como o blog é meu, vou dizer minha opinião: achei uma droga.

Não assisti a muitos episódios mas os poucos que vi foram suficientes. Fraquíssimos. Personagens extremamentes caricatos, forçados demais. Tem a tarada, a romântica, a batalhadora legal e a protagonista amiga nossa - Carrie. Todas trazem um carimbo na testa.

A "protagonista amiga nossa" (Sarah Jessica Parker) faz a maior força para ser Jennifer Aniston mas não consegue nem chegar perto. Olho para Carrie e não consigo deixar de ver uma coroa pensando que convence como adolescente: suspiros de adolescente, olhares de adolescente, frescurinhas de adolescente, duvidazinhas de adolescente, nervosinha no primeiro encontro, apaixonadinha como se tivesse 13 anos - uma retardada. Cara, não combina! A muié tá passada da casa dos quarenta!

Aquela cara, aquele esforço de produção não evitam o obvio! Aqueles olhares melosos, sorrisinhos tolos, comportamentinho cheio de dúvidas quando conhece um cara legal e vai para um primeiro encontro oh... parece que ela fez quinze anos um dia desses mas com aquela cara de balzaquiana, me poupem!

Claro que não tenho nada contra as balzaquianas. Sou uma delas e conheço o meu potencial. O problema é passar dos quarenta com palpitações e sorrisinhos de Hello Kitty o tempo todo. Irrita.

Sex and the City é assim e Sarah Jessica Parker, pra piorar, faz papel de mulher bonita - o que decididamente ela não é. Baixinha, carente de carnes, bunda zero, pernas finas como espaguete e rosto... E pensa ser encantadora se comportando como ginasiana.

Os episódios trazem histórias saídas de livros de auto ajuda para solteironas. Sabe essas lições requentadas? Pois é. Sinceramente não entendo o motivo deste seriado ter conseguido cativar alguém.

E antes que você pergunte vou logo respondendo: não, eu hoje não estou de mal humor.

Cristina Faraon

24 de dez. de 2008

Gilberto "Knuttz" Soares, os críticos e os amigos

Acabei de ler um artigo de Gilberto "Knuttz" Soares intitulado "Uma horda de chatos" referindo-se aos críticos de cinema.

Nos primeiros parágrafos deu logo vontade de parar de ler. Mas se quero falar mal do cara devo pelo menos ler seu texto até o final.

Achei incrível ele dizer, do filme “O Amante” (começo dos anos 90, um filme francês) que foi chatíssimo. Gente, ele achou aquela obra prima chatíssima! Eu vi e amei. Vi sem ler a crítica. Fui ao cinema por falta do que fazer na época, fui na sorte. Depois é que descobri que estava sendo badaladíssio, elogiadíssimo etc. Filme maravilhoso e esse "poço de sensibilidade" consegue dormir. Mas tenho que respeitar, tenho que respeitar, tenho que respeitar.

Mas dá pra entender: dormindo não dá pra gostar nem de sexo. O senhor Gilberto diz que dormiu no cinema? Tudo bem, o gosto é dele mas será que ele dormiria tendo a Juliana Paes fungando em seu pescoço? Não, peguei pesado. Não deve ser a mesma coisa.

Acho que o rapaz deve mesmo é deve ter sentido falta de umas perseguições de carro, umas explosões, essas coisas. Outro estilo.

Depois de detonar com os críticos, chamá-los de chatos e dizer que os ignora quase que por completo ele resolve remendar um pouco dizendo que "não estou falando que críticos são inúteis, longe disso..." Hum, tá.

Vou falar por mim. Tenho minhas opiniões próprias, claro, mas gosto dos críticos. Eles me são bem úteis. Para o meu gosto não acertam todas, mas a gente concorda lá pela casa dos 85%. Tanto faz se leio a crítica antes ou depois de assistir o filme; quando vou checar, é tiro e queda. Com o tempo fui vendo que dar uma olhadinha no que eles dizem antes de eu sair de casa pode me poupar de contrariedades.

Não me limito a eles, claro. Algumas vezes teimei, fui pelos amigos, pelo trailer, pelo cartaz do filme... e quebrei a cara. Geralmente quebro a cara mas já houve situações sim nas quais eu os ignorei e valeu a pena. Poucas.

Agora, amigo... Amigo é fria quase que na certa. Eu os ouço, mas é perder tempo. Tenho uns amigos que consulto sempre "ao contrário". Se fulano gostou, certamente o filme é uma bosta. A margem de erro entre os amigos fica lá pela casa dos 60%. Prefiro os críticos.

Mas só para não dizer que o Gilberto está de todo errado, vou citar um caso em que a crítica me traiu. Foi em relação ao filme O Piano. Fui assistir pensando que era liiindo! A fotografia era mesmo, mas a história... não vi nada de mais. Mas não cheguei a dormir.

Quanto aos amigos: meus amigos adoraram À Espera de um Milagre. Para mim ess filme não passou de uma sequência de idiotices. Ridículo. E O Pianista? Aquele, do cara narigudo? Um interminável control C + control V de tudo o que é filme de segunda guerra que você já viu. Um requentadão, nada mais.

Voltando a alfinetar Gilberto, ele encerra suas palavras fazendo duas coisas:

1) Dando um conselho: "seja você mesmo seu crítico!" É um conselho de utilidade zero. Preciso de crítico antes de assistir. Depois, todo mundo "é seu próprio crítico", ora! Todo mundo sai do cinema achando alguma coisa. Exceto aqueles que dormiram, claro.

2) Sugerindo que ao invés de críticos, frequentemos sites de aficcionados em cinema. Só que nesses sites eles colocam listas de filmes bons, clássicos, fazem indicações... E tudo isso não deixa de ser crítica, ora bolas!

Já sei do que Gilberto não gosta: ele não gosta de ser flagrado na contamão de um intelectual. Melhor discordar de sites, no genérico, do que de um punhado renomado que diz que tal coisa é boa mas ele não consegue apreciar...


Cristina Faraon

23 de dez. de 2008

Implicando com Paulo Coelho - Postagem inaugural

Dica para 2009: quando você estiver triste, tristinho, mais sem graça que a top model magricela da passarela, visite o site do Paulo Coelho. Não estou ganhando nada com essa propaganda, mas você, leitor assídulo, merece a dica. Ele é tão engraçado, gente! Vale a pena o clique.

Perdeu o emprego? Bateram seu carro? O arroz queimou? Só ganhou presente peba no Natal? Leia o blog do PC. Acreditem: lá ele fala tanta, mas tanta merda que levanta a moral de qualquer um. Exemplo:

A lição "edificante" de hoje é repassada através da história comovente de um cara chamado Chibli. Chibli viu um cão tentando beber água, só que cão era tão babaca mas tão babaca que não conseguia beber porque por várias vezes se assustava com a própria imagem no poço e caía fora. Acho que essa besta deveria era morrer. O mundo nao precisa de cães tão tontos, mas tudo bem. Moral da história? tcham tcham tcham tcham! Ele viu a luz! O cão? Não, o Chibli!

Não entendeu? O episódio fez com que o cão fosse o primeiro mestre de Chibli. Chibli viu a luz! Aleluia! Lindo, né? (ora vá se ...)

O cara é um gênio do humor. Vou implicar com ele de vez em quando.

Cristina Faraon

20 de dez. de 2008

Capitães da Areia - Jorge Amado



A respeito do livro Capitães da Areia escreveu Milton Hatoum que “A meu ver, este romance de Jorge Amado antecipou de um modo lúcido e incisivo a vida das crianças que esmolam nas ruas das cidades brasileiras. E essa é uma das mensagens mais poderosas de Capitães da Areia. Hoje a violência urbana tem uma relação estreita com o tráfico de drogas, enquanto os meninos desta obra de ficção furtam para sobreviver. Mas , até certo ponto, as raízes do problema são as mesmas...”

Certo. Na minha opinião esta obra bem pode ser traduzida em uma única frase: “EU NÃO DISSE?”

É um livro profético; o que era terror naquela época hoje é visto como fichinha. Ele previu e acertou e esse é o grande mérito do livro e só por essa via pode ser chamado de “atual”. Mas cá pra nós, acho que ele acertou sem querer.

Também disse Milton Hatoum (no posfácio) que esta obra fora censurada e queimada em 1937 em Salvador. Deve ser pelo tanto que Jorge Amado chama violência, roubo e toda a sorte de crime de “atos de heroísmo”. Leia o livro e você verá que não estou exagerando.

Todos os crimes são tratados como atos heróicos, uma coisa a ser admirada e louvada. Dora, a garota de 13 anos que ingressou no grupo e fez questão de assaltar e fazer o diabo igual aos meninos foi quase que canonizada, “virou estrela no firmamento”! Volta Seca ingressou no grupo de Lampião, matou trocentos e ganhou na história uma moral tão grande que nem Tiradentes lhe faria sombra.

Prefiro Cidade de Deus, que mostra as coisas como são, cada um é o que é e ninguém aparece como santo. É mais real admitir que ninguém sabe onde estão as respostas.

Mas Jorge Amado não quis profetizar, quis escrever um romance. Quis inovar para a época e talvez isso significasse surpreender o leitor fazendo-o sentir ternura por quem seria impensável sentir ternura. Para isso percorreu o caminho da aflição: por um lado tinha a tarefa de nos convencer de que os meninos eram muito, mas muito malvados (se não o fizesse, a história perderia a base). Por outro lado, se a gente pegasse muita raiva dos moleques o autor perderia também o fio da sua grande idéia (que era justamente nos levar a gostar deles). E o que ele fez? Oscilou o tempo todo.

Os crimes mais violentos foram descritos geralmente através de figurantes (não na crueza do presente); as vezes eram contados seguindo-se de grande admiração pelo ato de “heroísmo”. Ou então os meninos apenas estavam reagindo a uma violência gratuita contra eles. Em suma: sempre havia uma justificativa.

Não existe possibilidade alguma de olharmos os delinqüentes de hoje e reconhecermos neles um Professor, um Gato, Sem Pernas ou Dora. Sinceramente. A gente tem que ler o livro e imaginar que a história se passou em outro planeta.

Se Jorge Amado queria nos mostrar que nem sempre os bandidos são tão maus quanto a mídia quer nos fazer crer, acho que o enfoque poderia ser outro (lembra do Lúcio Flávio?). A história poderia pender para outro lado; Amado poderia mostrar que suas contravenções foram aumentadas por puro preconceito e interesses escusos de uma imprensa tendenciosa e manipuladora etc etc etc . Tudo bem mas ele não foi por aí. Preferiu repetir mil vezes que os Capitães da Areia eram o Satanás, o cão-chupando-manga, temidos, renomados, um terror e tal e tal e ao mesmo tempo uns bebês fofinhos. Demorava-se em descrever crianças unidas por fortes laços de amizade e lealdade dormindo juntas, irmanadas sob estrelas num cenário inebriante, comovedor, ninadas pelas ondas do mar, ora na chuva, ora no sol... E de repente, como que para não nos deixar esquecer de que estamos tratando de delinqüentes terríveis, menciona algum crime dos Capitães da Areia assim, só para refrescar a memória.

O chato disso tudo é que ele fala não como um narrador mas como um admirador o tempo todo. Os espertos, valentes e destemidos Capitães da Areia. Os "batutas". Aí entram mais uns criminhos de nada, e tal... e eles voltam para o cais e entra de novo a música triste, a amizade, lealdade e bondade celestial que existe entre eles. “Eles não conhecem o pecado.”

Só mais essa, para eu passar para a outra parte da minha opinião: Pedro Bala, chefe da gangue, certa vez "estupra" uma garota. Tudo bem, até aí nada de mais, ele foi até legal porque deixou a garota virgem; doeu, machucou mas, a pedidos, foi por trás. Gente fina, né? Em outra ocasião ele tem nova oportunidade com outra garota mas segura seus instinto (e o de seus companheiros) porque esta nova vítima “não passava de uma menina” e garante a ela que ninguém ali lhe faria mal algum.

Ora, todos ali eram meninos! E as meninas (a estuprada e a poupada) eram quase da mesma idade. Tudo bem, a preservada era loira e a outra uma “negrinha”. Tá explicado.

MAS...

Sim, o livro tem seus grandes momentos. Tirante tudo o que foi acima exposto, tocou-me profundamente o drama psicológico dos personagens. Nisso Jorge Amado foi magnífico. O sofrimento sincero, a confusão dolorida do pobre padre José Pedro, a culpa lancinante e a vontade louca que Pirulito acalentava de ver a luz, servir a Deus, fazer o bem... o desespero lancinante de Sem Pernas ao se ver na iminência de abandonar aquilo que mais desejou na sua vida. Ele estava tão feliz que era de cortar o coração. A felicidade dele doía na gente. Seu desespero e desmoronamento foram as cenas mais fortes para mim.

Estes foram alguns dos momentos verdadeiros e muito bem escritos da história. Foram dramas reais, próprios de gente de carne e osso. Agora sim pude me sentir um deles, pude entendê-los e reconhecer a cara de um por um e acreditar que existiam. Porque não há nessa vida quem não se embaralhe na floresta da verdade, quem não sofra entre duas decisões “acertadas e conflitantes” e nem enlouqueça de dor sozinho no mundo. Nisso Jorge Amado arrasou. Cada personagem sozinho, como sozinhos somos todos nós, teve que debater-se em suas questões, ter seu peito dilacerado e por fim corajosamente seguiram em frente.

Os que tiveram chance seguiram em frente. Esse sim foi o verdadeiro ato heróico dos personagens e a lição preciosa do livro.

Cristina Faraon

18 de dez. de 2008

A Natura e seus mistérios


Estive lendo dia desses um folheto da Natura. Na descrição dos batons, além dos cremosos e dos de efeito aveludado (que prefiro mil vezes) podemos encontrar, caras amigas, os cintilantes, os extrabrilho e até - vejam vocês! - os magníficos "brilho extracintilante". Que coisa! Fiquei deveras impressionada. E confusa.
Adoro imaginar o que leio e minha mente como que travou quando não consegui visualizar nada descrito assim pelo folheto que pudesse ser usado fora de um circo.

Alguém aí pode me explicar qual a diferença entre um batom cintilante, um extrabrilho (que teoricamente deveria cintilar) e o tal super-hiper "brilho extracintilante"? Por precaução acho que deveriam colocar um rótulo com o clássico aviso "mantenha fora do alcance das crianças" porque é possível que o troço dê choque.

Seria seguro usa-lo na chuva? E com o secador de cabelos ligado haveria problema?

Se o tal batom tem mesmo as propriedades que o nome sugere, deveria ser usado com grande proveito pelos guardas de trânsito durante a noite.

Lembrando de minhas amigas, não me vem à lembrança nenhuma que tenha surgido alguma vez na minha frente com uma boca assim tão "translumbrante". Hmmm... Acho que não vou comprar não. Talvez não seja elegante sair assim, fosforecendo pelo mundo.
Entre um bico seco e um bico espantoso, fico com a primeira opção.
Cristina Faraon

17 de dez. de 2008

Pro Quinan


Que o ano não feche suas portas
Sem que, com zêlo cuidemos
De nossa pequena horta.

Que Jesus, travessamente
Lasque um beijo em tua barba
E percebas de repente
Bem mais leve a tua carga

E até olhes com candura
As breguices de Natal
E encontres nova ventura
Em teu mundo opcional.

Não cristão? Mas todo bom
Sem neve? Que tal chocolate?
Poltrona macia e marrom
E alguém... com boca escarlate.

16 de dez. de 2008

Começando a escrever - minhas dicas


Preâmbulo:
Por algum motivo sobre o qual ainda não refleti o suficiente, despertei com o espírito leve. Uma luz sobre mim brilhou e então achei-me em perfeitas condições de dar os seguintes conselhos aos meus leitores, os quais serão valiosos para que ingressarem, uma vez guiados pela Luz, no mundo fabuloso da literatura. É possível que meus conselhos não passem de um breve palito de fósforo diante da longa estrada que cada um de vós tem pela frente... Ou quem sabe valha menos que um fósforo queimado. Vossa sabedoria certamente discernirá. E ao final das contas quem pode garantir que o quê serve para o quê em nossa curta passagem pela terra? Tudo não termina mesmo debaixo de sete palmos? Então vamos lá.

15 de dez. de 2008

Mais frio!


Precisava que a tarde morna
Transmudasse em tarde fria
Pra então justificar
Essa irmã melancolia.

Como eu, está chovendo
Só falta o dia esfriar
Mais um pouco e você chega
Saberei o que falar?

Artrose nas velhas janelas
Estéreis riachos sem peixes
E prédios com mil sentinelas
Cuidando que não me deixes

Poucas cores nas sombrinhas
Pouco tempo pra almoçar
Meu vestido sem florinhas
E um rádio a cochichar

A tarde parece gripada
Encharcada e reticente
Chove grosso, chove fino
E chovem sentenças na gente

Deveria esfriar mais
E nevar a não poder
E sumirem os transeuntes
Até tudo esmaecer

Meu rosto agora sombrio
Riria então pra neblina
Irmanado com o frio

Um véu de camada fina.

Meu corpo seria de inverno
Petulante e transparente
Riacho gelado no ermo
Frio, nu e displicente.

Mas falta chover bem pesado

Com mais frio, até doer
Até que o mundo em meus braços
Eu sentisse esmaecer.

Cristina Faraon

7 de dez. de 2008

A mágica dos sem noção



Pois ali estávamos nós, mais no frio que no calor, mas nada nos incomodava a não ser aquele doce aperto no coração que nos sobrevêm quando estamos muito felizes. Cavalgávamos os quatro sem pressa mas parecia-me que só eu estava consciente da beleza desembestada que eles formavam como trio.

Eles eram leves e despreocupados, jovens e livres dessas noçoes pesadas que incluem a fatal passagem do tempo e da morte até dos tristes cavalos que montam. Divertiam-se, riam muito enquanto eu me esforçava tentando organizar minhas emoções e armazena-las em ordem alfabética para não esquecer nunca mais.


Provavelmente nem se davam conta de que estavam no auge da juventude e da beleza e que aquela era precisamente a estação do amor e da procriação e que por isso e por tudo o mais eles detinham poderes que deixavam cair displicentemente pelo caminho enquanto cavalgavam, como se fossem folhinhas engraçadas mas sem utilidade. Poderiam conquistar o mundo, a afeição de feras e escorpiões e trazer o gosto à vida de pessoas amarguradas. Poderes. Mas tãosdespreocupados estavam que também desconheciam que talvez nunca mais fossem tão adequados à viver e conquistar assim, com a despretensão de quem recebe uma caixa de jóias que nem sabe ainda se quer usar.

Eles entendiam, Deus do Céu, que formavam um quadro dos mais desejáveis da terra? Que eram três jovens felizes, rindo à toa de qualquer besteira, que eram perfeitos, sem sombras atrás de si, sem maldições que os acompanhassem, com corações vigorosos capazes de tudo e que o Amor lhes os apontava o caminho? Notavam que viviam porque queriam, tão-somente, e essa lei se aplicaria ainda para tudo o mais na face da terra? E que ainda por muitos anos poderiam suspirar e fazerem-se obedecer por pernas fortes, braços firmes e percoços altaneiros?


E eu? E eu estava inserida naquela realidade também. Não como num sonho, mas de forma igualmente palpável. Eu estava lá e por isso (sorte minha!) em um momento mágico fui como que puxada por eles - ou pela beleza que vinha disso tudo - sim, fui puxada para um lugar/momento que me pareceu ser... imagine! O Auge da Minha Vida!

Cristina Faraon

3 de dez. de 2008

Jogos Mortais V

(Leia o comentário)

Fantasma inquieto

A verdade verdadeira é que estou em São Paulo e não sei bem onde foi parar aquela vitalidade, aquele espírito inquieto, curioso e jovial. Tudo o que tenho é um espírito murcho e embolorado a me acompanhar dia e noite. Não ressequei. Embolorei - o que é bem mais incômodo, sob a minha avaliação.

Deve ser uma fase. Tem que ser uma fase. Estou me desconhecendo. Dentro de mim continuo sendo como antes e querendo as mesmas coisas mas algo me pesa, algo me prende. É alguma coisa inconclusa. Sabe esses filme nos quais alguém morre mas seu espírito cisma de azucrinar alguém que teve mais sorte e continua no mundo dos vivos? Pois é, vive cobrando coisas e não larga o pé até que determinada coisa seja realizada. Depois que o cara dá o braço a torcer e faz a vontade do fantasma-mala ele arruma a trouxa e vai-se para o além. Pois é mais ou menos assim.

Na tentativa de ressuscitar a Cristina espevitada que sei que ainda dorme dentro de mim, amanhã faremos uma programação mais animada. Encontraremos amigos e deveremos passear no "Simbad Safari". Tomara que seja legal. Desconfio de que seja algo meio infantil mas deve render boas fotos.

Hoje corri e já me sinto um pouco melhor.

Você, que estava morrendo de vontade de saber os pormenores de como me sinto, anote aí as notícias mais frescas.

Cristina

1 de dez. de 2008

Teses de mal humor (isso passa!)



1- O bom de ficar sozinho é que ninguém te enche o saco; o ruim é que ninguém te ajuda.

2- Em qualquer situação o lado ruim sempre suplanta o lado bom.

3- O lado bom é provisório; o ruim é permanente e progressivo.

4- O problema de ajudar os outros é que você está sempre se desajudando.

5- Empreste dinheiro e perca um amigo.

6- Ninguém vai ao médico para ser curado, mas para trocar de doença.

7- Marido não passa de um homem amestrado. Se o seu não é, pode ter certeza de que a amestrada é você.

8- "Seja você mesma" é a frase que desmente todos os truques para fisgar homens.

9- Anote aí: não existe "hora boa" para divorciar. (Só os malvados se divertem.)

Primeira fase: você não quer criar um bebê sozinha, quer?
Segunda fase: Ele precisa da figura do pai. Sabe como é, a sexualidade se formando... Não seja egoísta. Espere mais um pouco.
Terceira fase: ele está se preparando para o vestibular. Você não quer prejudicá-lo e estragar tudo!
Quarta fase: Deixa o menino se formar! Ou ele se forma ou se junta com aquele monte de maconheiros e a culpa vai ser toda sua.
Quinta fase: Ele está estudando para concurso e precisa de serenidade. Você não quer esculhambar com o mundinho dele.
Sexta fase: a criança quer casar... precisa do apoio dos pais. Depois você separa.
Sétima fase: Netinho! Que amor! Vocês tem toda a estrutura para ficar com o bebê enquanto o casalzinho se estabiliza na vida. Eles precisam desse apoio nesse início da vida de casados. Você vai negar?
Oitava fase: Você está um caco e as doenças mútuas tornam impráticável o exercício da liberdade. Divorciar pra quê?

11- O problema de sair de férias é que eu tenho que me levar junto.

12- As maravilhas da amizade:

Amizade é uma flor a ser cultivada. Para te-la sempre viçosa necessário se faz:

Tempo ao telefone (de preferência ao celular $)
Tempo no restaurante ($)
Tempo no barzinho ($)
Final de semana na praia ($$)
Não ingerir o homem alheio por maior que seja o seu jejum
Não fazer charme para o homem alheio por maior que seja sua vaidade
Aceitar (heroicamente!) convites para programas de índio
Fazer convites para programas de índio (vingança: uma lição de vida)
Emprestar roupas e acessórios ($)
Lembrar do aniversário ($) e principalmente e acima de tudo
Disposição para engordar junto sem reclamar ($).

É importante saber que quem quer ser magra fica em casa comendo alface. Magra, reluzente, olhando-se no espelho e sozinha.

Se isso for muito deprimente (e é!) é aconselhável ir para a academia onde só se trocam frases rápidas e sorrisos imperfeitos, mas é preferível à sepultura do seu lar.

Amizade pressupõe quilos extras. Quanto mais amigos você tem, mais gordo você será. Isso é tão certo quanto um dia seguir-se a noite. Se você diz que tem muitos amigos mas não engorda com eles, fique sabendo que está se auto enganando. O que você tem é um monte de conhecidos inúteis, personagens de sonhos e nada mais. Se você morrer talvez eles nem chorem.

Amizade e gordura funciona mais ou menos com a proporcionalidade de sucesso econômico e o carrão. Pode não corresponder 100% mas tem alguma coisa a ver sim. Na questão da balança a genética pode influenciar assim como na questão "sucesso financeiro" várias outras questões podem influenciar (mau gosto, humildade, endividamento etc) mas repito: tem a ver.

Exceto as pequenas exceções que pousam sobre todo assunto por mais bem abordado que tenha sido, o que eu acabo de dizer nessa minha estranha postagem é a mais absoluta verdade. Nada que um mal humorado diga é passível de discordância!

Quando eu melhorar escreverei coisas mais simpáticas.

Cristina Faraon

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