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22 de ago. de 2017

As falhas mais comuns do pensamento - Segunda parte: Falácia do jogador




Começamos com a "pareidolia", agora vamos à "Falácia do jogador" 

(http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-falhas-mais-comuns-do-pensamento/)



"Falácia do jogador" é mais um erro de raciocínio.  Todos nós sabemos que não sabemos o que vai acontecer, só que a gente nunca se conformou com isso.  Então admitimos que não sabemos o que vai acontecer, mas só de teimosia a gente cisma que sabe o que não vai acontecer. 


É assim: choveu no sábado retrasado, choveu no sábado passado e choveu nesse sábado. Daí concluímos que podemos planejar um passeio à praia para o próximo sábado porque "não é possível" que vá chover de novo.  


Muita gente se lasca por causa disso:   "Semana passada comprei uma empada estragada então não é possível que essa também esteja estragada. Seria muito azar." Engano. Não tem nada a ver com azar mas com probabilidade e a probabilidade de que essa empada também esteja estragada é a mesma: 50%.


No fundo no fundo todos acreditamos que temos uma bola de cristal. Nunca nos conformamos com as surpresinhas do futuro. Coisa mais chata ser sempre pego de surpresa! Não existe uma bóia nesse mar, então a gente inventa uma.


Vou dizer uma coisa:  eu prefiro acreditar que o raio não vai cair aqui de novo do que viver com medo de que o raio tenha toda essa liberdade de escolha. Mesmo que ele tenha.

Claro que existe o outro lado: algumas pessoas optam por ter certeza ao contrário: "Se encontrei o João duas vezes nesse vôo, então é grande a chance de encontrar com ele de novo." Ou:  "Por duas vezes o cavalo Blublu venceu, então ele deve vencer de novo."  Parece diferente mas é o mesmo raciocínio - errado.  Quem joga sempre vai na fé de que ou não é possível repetir determinado número ou que não é possível que um número que sempre é sorteado não vá ser sorteado de novo. Você diria que então é melhor nem jogar. E eu responderia: exatamente.  

O nome "Falácia do Jogador" é porque quem gosta de jogar costuma se enredar nessa ilusão. A questão é que nossa vida é uma espécie de jogo. Estamos sempre apostando em uma coisa (profissão, relacionamento amoroso...)   então imagine a porcaria que dá quando nos deixamos levar por um erro de raciocínio.  

Acho que esse é um estratagema do nosso cérebro contra o medo do futuro:  ter a ilusão do controle.  Só que como todo remédio, esse remédio contra a insegurança deve ser usado com parcimônia, para não vivermos batendo a cara contra o muro.

Desse erro de raciocínio tiro uma lição: 

Decididamente não adianta tentar fazer a cabeça de ninguém. Qualquer um de nós sabe muito bem que certos motivos que alegamos para embasar determinadas escolhas, não tem pé nem cabeça. Mas nos agarramos a esses motivos assim mesmo.   Aquilo  não resiste a um argumento lógico, não tem firmeza nenhuma, matematicamente não tem probabilidade maior nem menor de acontecer mas ...  Sempre tem um "mas.  A pessoa se apega uma "impressão de saber" assim mesmo porque o ser humano é dado a incoerências pela própria natureza. Sabemos que determinado raciocinio é incorreto mas gostamos de acreditar naquilo. Acreditar é bom porque traz um certo conforto emocional. Muitos preferem não pensar no assunto do que ficar na incerteza. 

Você nunca se viu numa situação dessas?

20 de ago. de 2017

"As seis falhas mais comuns do pensamento" - Primeira parte: Pareidolia

Gostei muito desse artigo da SUPERINTERESSANTE.  O texto explica que o processo de armazenar informações não é perfeito (isso eu já sabia) e que por isso muitas vezes nos comportamos ou cocluimos coisas baseados em um raciocínio totalmente equivocado.

Aqui vão comentários meus em cima da reportagem da Super. Mas se você acha que meus comentários são mais interessantes do que os "deles", então deixe pra lá e fique por aqui mesmo,com os meus pitacos.


1- Pareidolia

Sabe quando alguém cisma que está vendo a imagem de um santo em uma mancha na janela? Pois pareidolia é isso. Nossa mente tem mania de ver padrão em tudo. E quem é que vai dizer que ela está errada? 


Em minha mente esse fenômeno já faz morada. Só que em outro... nível.

Tenho mania de olhar a minha vida, analisar tudo e procurar um padrão que dê sentido à essa sucessão de acontecimentos desenfreados. Vejo coisas que talvez os outros não vêem. 

Certamente a minha pareidolia é do bem. A do mal nos confunde e nos faz ver tanto bobagens inofensivas (ursinhos nas nuvens) quanto "bobagens nocivas" (fantasmas em nosso quarto).

Com minha pareidolia totalmente do bem, olho fixamente para o filme que é a minha vida e vejo claramente coisas boas onde os outros só veriam confusão. Distancio-me no tempo e olho todos os acontecimentos como quem olha as nuvens e enxerga coisas lindas.  "Tudo aquilo" (tanto o bem quanto o "mal") estavam dentro de um controle maior que só depois, no futuro, acaba fazendo sentido. E é sempre um sentido bom. 

Ou seja: a pareidolia, um erro comum do pensamento, é uma bênção na minha cabeça.  E quem irá dizer que não existe razão nas coisas vistas em pareidolia?


(Continua depois de amanhã.)

19 de ago. de 2017

Pessoas

Às vezes acho que se conhecêssemos o coração de cada pessoa, mesmo as más, não as odiaríamos. Acredito que uma pessoa chata já passou por vários infernos até chegar onde chegou. \não foi da noite para o dia.  Às vezes algumas pessoas nos fazem mal porque não sabem direito agir de outra forma. Estão tentando tapar seus buracos interiores, as faltar suas crateras, segurar seus próprios desmoronamentos. Só que o fazem desajeitadamente, piorando tudo, pisando nos jardins dos outros. Há almas que são verdadeiros brutamontes mas não conseguiríamos detestá-las se conhecêssemos o processo por que passaram. Teríamos muita pena. Porque quem faz  os outros sofrerem já sofreu primeiro duas vezes mais. Isso serve como desculpa? Não. Mas é assim que as coisas são. 
Acho que é por isso que Deus nos ama.

15 de ago. de 2017

OBSTINAÇÃO



"Quem é injusto, faça injustiça ainda: 
e quem está sujo, suje-se ainda; 
e quem é justo, faça justiça ainda; 
e quem é santo, santifique-se ainda."

Esse é mais um daqueles textos bíblicos meio "esquisitos".  Parece, a primeira vista, que as pessoas não estão sendo incentivadas a mudar de vida enquanto a finalidade da Bíblia seria exatamente o contrário.  Calma, a coisa não é bem assim.

Deixe-me explicar. Esse texto (de Apocalipse 21) está se referindo "aos últimos dias", àquela reta final da nossa era. Está se referindo a um tempo no qual cada um seguirá o caminho que escolheu. Seguindo-o em linha reta, lá mais adiante ficará bem clara a diferença entre uns e outros. A persistência numa escolha é que mostra a qualidade dessa escolha e a qualidade de quem a escolheu.

Ha pessoas que cometem injustiça e há pessoas que fizeram uma opção de vida pela injustiça. Há pessoas que eventualmente fazem o bem mas há daquelas que fizeram uma opção de vida pelo bem, querem o bem e se afeiçoaram a ele. São coisas bem distintas, pessoas muito diferentes, mas a curto prazo parecem farinha do mesmo saco. Não são. É disso que o texto fala.

Dias virão - diz o profeta - em que a diferença entre uns e outros se tornara cada vez mais evidente. Porque dias virão em que as pessoas terão dificuldade em mudar o caminho escolhido. Isso se chama OBSTINAÇÃO: seguir em frente sempre e sempre e não se desviar nem para a direita nem para a esquerda.

Se você desenhar no papel duas linhas retas e se essas linhas forem curtas você poderá jurar que são perfeitamente paralelas e que "caminharão" em linha reta para sempre, até o infinito, sem se distanciarem ou se cruzarem mais a frente. Se as linhas "não fizeram opção por terem a mesma direção", só muito mais adiante é que descobriremos isso. Porque em algum momento o que as diferencia ficará evidente.

O que o Apocalipse diz é que o justo e o injusto continuarão agindo como tais. Só que ainda que no começo eles pareçam alinhados um com o outro, tal ilusão de ótica se desvanecerá no final dos tempos.  O Apocalipse declara que as linhas não estão perfeitamente alinhadas e com o tempo todos veremos que cada uma estava "olhando" para um alvo diferente. 

As diferenças milimétricas se revelarão imensas se você continuar com o desenho por quilômetros.

A pessoa que optou pelo bem mas as vezes age mal e a pessoa que optou pelo mal mas as vezes age bem... Só mesmo numa primeira olhada são iguais. O tempo mostrará que não são. Por isso "continue o justo fazendo justiça e continue o ímpio praticando impiedades" para que a verdade venha a tona lá muito mais à frente.  O justo continuará na prática da justiça e o injusto continuará na prática da injustiça até que a máscara caia. Seguindo em linha reta no tempo e no espaço essas duas opções de vida se revelarão díspares.

Continuemos em linha reta. Mais adiante vamos ver que toda a semelhança entre justo e injusto é mera coincidência.

11 de ago. de 2017

Alphonsus de Guimarães

Fosse uma chama, crepitaria
sob meus dedos, na solidão.
Nada mais quero, nada queria.
As noites chegam, os dias vão.

Fosse uma chama, breve arderia,
brasa de sonho, na escuridão.
Já nada quero da luz do dia...
Queima uma estrela na minha mão.

Mas nada quero da luz da estrela...
(Chegam as noites, os dias vão.)
Por que sonhá-la, se vais perdê-la,
alma perdida na solidão?

8 de ago. de 2017

A chatice de ser sábio

Por quê ser sábio é uma roubada:
  1. Primeiro porque ser sábio demanda tempo;
  2. Segundo, porque depois de tanto tempo e investimento tudo o que a pessoa consegue é descobrir que não sabe quase nada;
  3. E esse "quasenada" é muito mais do que a maioria das pessoas sabe, o que faz do sábio um ser solitário;
  4. O sábio é um solitário que tem que ouvir o tempo todo que ele não sabe tudo. Isso dito por pessoas que sabem muito menos que ele. Não é um porre?
  5. E mais: 98% desse arsenal leva o sábio a deduzir coisas horríveis para o presente e para o futuro. Logo...
  6. Uma lontra é mais feliz que um sábio.
  7. Saber das coisas não serve como ferramenta para mudar o mundo. Sério. As pessoas que mudaram o mundo não tinham essa pretensão. Foi tudo sem querer.
  8. Saber não muda, mas angustia.
  9. O sábio não tem o poder de obrigar os burros a serem menos burros.
  10. O sábio não tem o poder de impedir os insensatos de fazerem o mal.
  11. O sábio é sempre velho. Velho de fato ou velho precoce.
  12. O sábio nunca é ouvido, só pesquisado - depois que morre.
  13. Para se tornar sábio, o sábio abriu mão de muitas horas de transas deliciosas.
  14. Por generosidade ou sabedoria, o sábio sempre acaba sustentando os filhos dos insensatos (insensatos: aqueles que estavam transando irresponsavelmente enquanto o sábio lia livros).
  15. Ninguém quer saber o que o sábio pensa. Se ele é sábio mesmo, vai acabar dizendo coisas que a população não quer ouvir e se ouvir, não vai entender.
  16.  Ser sábio não é ser esperto. A esperteza é uma falsa sabedoria; é a arte de se beneficiar a curto prazo mesmo por um preço alto. 
  17. Sendo assim, todo mundo prefere ouvir o esperto, não o sábio. Por isso estamos como estamos.
  18. Foi um sábio quem disse que "a união faz a força". Essa constatação deve ter sido a grande angústia da sua vida. Isso porque em seguida ele deve ter também  descoberto que UNIÃO com uma finalidade específica , a união para o bem, é  algo praticamente impossível de acontecer. Somos seres desencontrados, cada um fala uma língua única.   
  19. Quem pensa, passa. Quem não pensa, passa também. 
  20. O importante então não é permanecer, mas "passar bem". Use Passe-Bem.
  Fui.


4 de ago. de 2017

Os livros e o amor

Preciso urgentemente de um livro. Um livro que seja absorvente, encantador, inesquecível.  Preciso de um novo livro como quem precisa de um novo amor e não quer perder para sempre a lembrança do que ele é capaz de fazer por você. Preciso urgentemente de um livro que me engula, me capture, me ponha dentro dele, me torne refém. Que tome as rédeas da minha imaginação me deixando dias sem conseguir pensar em outra coisa.  Quero um livro que seja mágico, que me tire daqui.  Que seja doloroso, talvez.  Seus personagens serão tão reais e bem descritos que eu vou jurar posso reconhece-los na rua. Então quando passarmos um pelo outro pretendo lançar aquele olhar que diz "sei tudo sobre você!"

Já li livros assim. No fim fico de luto, coração pesado.  E vem aquela certeza de que nunca mais vou encontrar outra história igual. 

Quero um livro que me dê saudade, me deixe vazia e sozinha quando terminar. 

Às vezes receio investir tempo e expectativa em outros livros. Temo que o próximo seja chato no início e que eu insista inutilmente na leitura para só tardiamente perceber que perdi meu tempo, que gastei minha alma em vão.

Cada livro fechado é uma proposta tentadora de um novo amor. Estou naquela fase de ter medo de amar, de investir por nada.  Mas continuo precisando urgentemente de um livro.

3 de ago. de 2017

Uma civilização superior

Não sei se existe uma civilização superior. Quer dizer, sei: não existe. Não no planeta Terra. Tambem nao creio em evolução. Estou mais tendência a acreditar em "involução". Estamos piorando enquanto a idéia de evolução nos distrai e acalenta. 

Fico imaginando como era a vida na assustadora época da "caça às bruxas". Será  que evoluídos de lá para cá? Não creio. 

Antes as pessoas tinham medo do Mal e temiam quem se envolvia com ele. Elas tentavam evitar o mal era uma tentativa infrutífera mas pelo menos estavam tentando se livrar do mal por mais ignorantes que fossem.  Hoje as pessoas não tem medo do Mal. Pelo contrário, associam-se a ele abertamente. Ninguém incomoda mais os que fazem sacrifícios de animais ou sacrificios humanos. Sim, isso ainda existe. E deixar para lá não é tolerância, mas decadência .  Não defendo que alguém deva ser queimado na fogueira  mas deveria haver um repúdio natural  a certas práticas ou preferências malignas.  Quando aparece um inocente  para denunciar tais coisas esdrúxulas  ninguém acredita  nele e dizem que "esse cara ta vendo muito filme". 

Evoluímos?  Hoje  admiram quem diz que conseguiu tudo o que quis através de "bruxaria" enquanto persegue quem "quer dar uma de santo". Como se querer dar uma de santa fosse muito mais assustador do que se envolver com poderes obscuros.

Antigamente perseguiam os bruxos, os hereges, os diferentes. Hoje perseguem quem quer fazer a coisa certa, quem é conservador, quem tem apego à ortodoxia.  Hoje quem abre a boca para dizer algo diferente do que se vê na televisão vai ter problema.  Você tem que soletrar na cartilha "deles". Não nos tornamos mais tolerantes,  apenas mudamos o foco da opressão.

De uma forma ou de outra jamais deixou de existir perseguidores e perseguidos no mundo. Só mudaram os personagens.  Hoje quem trabalha e não faz mal a ninguém serve de presa às "classes de cima" e às "classes de baixo". Cada um tira sua fatia do homem de bem. Cada um o rouba à sua maneira: ou com uma arma ou com uma caneta mas de qualquer modo o oprimem. Não, o mundo nao melhorou. 

Talvez tenhamos melhorado um pouco em algumas coisas bem pontuais mas os efeitos colaterais não compensam. Hoje Temos carros aviões vários meios de transporte que não existiam antigamente mas em compensação caminhar pelas ruas da cidade tornou-se atividade de alto risco.  E se você for assaltado ainda vai aparecer um miserável para dizer "mas também, andando pela rua de bobeira, queria o quê?"   Ao sedentário só restam duas opções: matricular-se numa academia ou morrer - de infarto ou em um assalto. Ou infartar durante um assalto.

Antigamente as pessoas morriam de "doenças simples". Parece que temos uma cota de mortes no mundo e se o sujeito não vai por bem, vai por mal.  Muitas doenças simples foram abolidas Mas em compensação morremos por assaltos, por prédios que desabam, por Coca-Cola, sal, açúcar, frituras, acidentes de trânsito, sedentarismo, políticas assassinas... Não tem jeito, a cota tem que ser cumprida.

Antigamente era assim: o corpo começava a não prestar mais, a pessoa morria. Morria dignamente, na hora que a natureza decidia. Não ficava mais 10 anos se arrastando pela vida às custas de  remédios caríssimos com efeitos colaterais horrorosos.  Você conserta o coração, destrói a coluna; conserta a artrose, arrasa o pulmão; conserta a pressão, detona o estômago; controla a depressão mas engorda feito um porco, repõe os hormônios mas ganha um câncer.  O fato é que continuamos morrendo. Não só morremos como ainda passamos para as gerações futuras, miseravelmente,  a nossas falhas genéticas - coisa que não acontecia no passado!   Antiganente os inviáveis eram simplesmente riscados do mundo. E os mais fortes se reproduziam.  A humanidade ficava então cada vez mais forte por causa da seleção natural. Abolimos isso. Criamos então criamos uma geração de doentes, ver pessoas que não conseguiriam sobreviver 10 anos se não fosse os remédios. Essas pessoas vão passar as suas falhas genéticas para os filhos e teremos assim cada vez mais pessoas doentes no mundo e dependentes de drogas caríssimas.  Sei que posso te estar dizendo isso contra mim mesma mas sinceramente não consigo achar que isso tudo foi uma grande conquista.  Somos um bando de fracos  capengando pelo mundo e repassando nossas fraquezas para os nossos bebês.  

Tudo bem,  estamos vivendo mais, mas é desse jeito. Será que isso é melhor?  Parece que nossa "esperteza científica" interferiu de tal maneira na seleção natural que a cada ano que passa temos  mais doenças e mais doentes.   Sei lá...   parece que era mais digno morrer na hora certa.  Porque as pessoas inviáveis de antigamente, que morriam aos cinco anos de idade, hoje vivem - mal - até os quarenta, a tempo de procriar e repassar sua coleção de doenças.  Desde os primórdios a raça humana ia se aperfeiçoando mas isso parou.  Hoje, qualquer criatura inviável tem a chance de ter mais uns dois filhos igualmente inviáveis. No futuro as crianças já sairão da maternidade com uma sacolinha de remédios junto com o leite e as fraldinhas. Na verdade isso já está acontecendo. Remédio será como comida.  Isso não é evolução. Pra mim não é.

Já pensou se os carros se reproduzissem assim como os seres vivos? E já pensou se todo carro com defeito deixasse de ser descartado? Ele repassaria suas características para os filhotes e em 100 anos não teríamos um carro que prestasse. 

Antigamente quando a humanidade era "atrasada" tínhamos mais rios, mais florestas, fauna e flora riquíssimas, morávamos em casas maiores e comíamos melhor.  Agora que "evoluímos" não temos nada disso. Os frangos não passam de hormônios emplumados. Os peixes que ainda temos são um vidrinho de mercúrio com guelras. Melhoramos em quê? Milhares de civilizações viveram muito bem sem as nossas tranqueiras tecnológicas. Usamos essas coisas mas definitivamente não precisamos delas. O telefone e o computador possibilitaram grande agilização nas transações comerciais. Mas e daí? O que é que o trabalhador ganhou com isso?  Mais trabalho. Tem que produzir muito mais.  O que fazíamos em três dias fazemos agora em trinta minhutos mas nem por isso ganhamos mais tempo de folga com a família. O tempo que sobrou  acabou sendo utilizado para produzirmos mais, mais, mais, muito mais. Não adianta facilitarmos os meios de produção se isso não reverter em uma vida mais calma.  

E no tempo da monarquia? Quando dava tudo errado todos nós sabíamos quem era o culpado. Hoje os políticos ganham a vida fazendo m****a e jogando a culpa nos antecessores.

Antes nos preparávamos para trabalhar, hoje nos preparamos para competir e isso desde a mais tenra idade. Depois reclamam das pessoas que querem "subir a qualquer preço". Mas pelo amor de Deus, foi isso que elas aprenderam desde crianças! Sacrificaram amizades, boas leituras, tempo de afetividade com a família, sacrificaram a infância! Estão acostumadas à esse tipo de violência, então por quê não se prostituir ou passar por cima dos outros? Quanto mais cedo elas "chegarem lá", mais cedo poderão finalmente ter paz - é o que pensam. 

Antigamente homem gostava de mulher como elas vinham ao mundo. Conforme evoluímos tivemos que domar os pêlos, tirar as cutículas (que nunca incomodaram os machos do passado), pintar o cabelo, cortar com o corte da moda, criar músculos decorativos, mudar nosso cheiro, esconder a barriga. Se não nossos homens "perdem o apetite". Que inferno.

Antigamente o homem vivia com um décimo do que temos hoje -  e vivia melhor. Civilização superior? Conta outra!

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