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13 de jul. de 2012

Cismas e loucuras

Certamente a loucura se anuncia. Ela adora dizer "eu bem que avisei".

Cada loucura tem seu primeiro passo. A minha, atualmente, já deu as caras. Vejam só: quando eu passo fome sinto-me magra.  Imediatamente. Olho-me no espelho e me vejo realmente mais em forma. Claro que isso não existe, mas fico feliz! E quando eu como sinto-me uns cinco quilos mais gorda na hora. Eu acho que "tufo" antes mesmo que a comida chegue ao andar térreo. Corro então para o espelho e "confirmo" que "de fato" engordei cinco quilos imaginários em quinze minutos.

Não somos tão racionais quanto gostamos de apregoar. São as impressões que comandam nossa vida, não as teorias. Teoria só serve para mantermos amizade com nosso cérebro, para não perdermos o contato, mas eu pergunto: quem leva o cérebro a sério? A vida real se passa no âmbito das impressões não autenticadas pelos cartórios da ciência.

Certa vez li que para um alimento realmente nos engordar, ele leva três dias. Se nossa mente disser que há fantasmas no escuro, então eles estão lá atrás da porta só esperando. Não importa o que os outros dizem. Não importa nem o que nós mesmos dizemos.

Nossas cismas comandam o mundo e elas não precisam de arrazoados com começo, meio e fim. Prescindem de tudo isso e aí é que está seu superpoder. Quem tiver o poder de enfiar uma cisma em nossa cabeça, esse detém o poder de fato. Primeiro porque não precisa de autorização nem de fundamentação. Segundo porque uma vez implantada a cisma não sai mais do lugar. É como uma macha de tinta no sofá branco.

Nossas manias e nossos amores vem de cismas, de ideias não devidamente trabalhadas, mas que permaneceram. Tudo o que somos tem pouco a ver com o que esquematizamos coerentemente. Somos decepcionantes, somos surpreendentes, somos um mistério.

Por isso se quiser ensinar alguma regra ou princípio para uma pessoa, apele para o emocional. Nesse nível todo mundo se entende. Estranhamente.

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