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4 de mai. de 2019




Vem aí mais um Dia das Mães.

Às vezes tenho a incômoda sensação de que essa data funciona como uma espécie de prova: fui uma boa mãe ou uma má mãe?  Dependendo da atitude dos filhos a gente fica sabendo. Ou não? É razoável pensar assim?

Não concordo com isso. Luto contra isso. Cada uma de nós tem sua própria consciência para saber se agiu bem ou agiu mau, se foi atenciosa ou displicente. Não deveríamos nos medir pelas atitudes dos outros até porque cada pessoa carrega em si suas próprias falhas.  Se os filhos forem maus isso não prova que fui má.

Ou prova?

Bem, não gosto de me sentir avaliada.  Obviamente ninguém está me avaliando além de eu mesma. Isso é que mata: sou chata pra caramba, e neurótica.   Antes fossem os outros os avaliadores pois eu poderia contestá-los, discutir, botar o dedo na cara, mas contestar a mim mesma é um exercício mental cansativo.

Se eu me avalio nesta data, preciso urgentemente ser convencida a parar com isso. Chega. Quero curtir meu dia em paz. Mas quem pode me livrar de mim mesma?

Não tenho medo de avaliações, só me cansa esse filme rodando na cabeça. Vem cenas, pequenas injustiças de mãe, vem aquele dia que reclamei, vem o outro, que eu gritei. Vem a palmada a mais, o carinho a menos, a falta de paciência às vezes... Não se trata de medo porque já sei o que sou e o que fui. Mesmo assim me sinto numa "prova dos nove" e não gosto disso.

Quem me livrará de mim mesma? Ninguém. O jeito é encarar.

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