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8 de abr. de 2008

14.04.88 – POTINHOS

(Faz tempo que escrevi isso...)

Meus filhos são como o alimento que o Anjo deu a Eliseu: ele teve força para andar por mais quarenta dias.

Meus filhos são analgésico. São obras de arte. A simples contemplação dá prazer à alma. Acaricia-los é um prazer tão intenso quanto o ser acariciada. São pássaros, são flores, vento, borboletas, anjo, cachoeira, céu estrelado, consolo... potinhos de felicidade.

Eles nem têm consciência disso e essa ignorância singela, bem-aventurada, só lhes aumenta a beleza. Sinto-me abençoada por essa água cristalina.

- “ Eu amo a mamãe”.
- “Fica aqui juntinho de mim, fazendo carinho, conversando...”
- “Tá aqui, mãe, uma flor para a senhora!”
- “Quer carinho?”
- “Deixa eu dormir com a senhora hoje?”
- “Mãe, eu gosto tanto da senhora!”
- “Como mamãe tá bonita!”
- “Vou ficar aqui juntinho prá mamãe não ficar sozinha, tá?”
- "Não vou enjoar da mamãe NUNCA!"
- “Tchau, mãiê!”

É simples amar vocês – descomplicado. É como respirar, como piscar, como o pulsar do coração; a gente faz naturalmente, sem esforço e é tão bonito, tão mágico, que chego a duvidar de que seja algo nascido de mim mesma, com direitos autorais, ou se se trata de algum mistério que se apossou de mim e é grandioso demais, não me restando merecimento algum.

Potinhos de mel...
Deus abençôe vocês.

Cristina Faraon

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