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10 de jan. de 2009

Coisas de guerra


Esses dias re-recebi um e-mail com uma daquelas mensagens glorificando o Brasil. Nada contra. Precisamos mesmo de umas bombadas em nossa auto estima.


Entre as maravilhas de nosso país uma cutucou mais minha atenção. Era a que dizia que em uma pesquisa realizada entre cinquenta cidades de diversos países, o Rio de Janeiro despontava como a mais solidária. Não duvido nem me assusto. Só fiquei triste.


Não estou louca não. Caso você não lembre, as piores catástrofes é que despertam o que o ser humano pode ter de melhor. Quando vai tudo bem costumamos admirar nosso próprio umbigo. Enternecemo-nos pelo nosso próximo quando o barranco desliza ou algo assim. Doamo-nos, arriscamo-nos, podemos fazer loucuras até, mas em situações extremas, duras, comoventes e próximas a nós.


Um exemplo clássico são as guerras. Entre soldados nascem os verdadeiros irmãos. Pessoas que enfrentaram juntas a morte irmanam-se para o resto da vida numa aliança oponível a tudo e a todos. Poucos entendem sua extensão e profundidade. Já ouvi diversas histórias assim, de batalhões onde existiam os verdadeiros irmãos de sangue, ao pé da letra.


Desabamentos, vulcões, guerras civis, companheiros de claustro... Pode perguntar e verá a confirmação: você descobre víboras, é verdade, mas também vê nascer dentro de si e dos outros sentimentos de altruísmo impensáveis e inalcançáveis em outras situações.




Resumo da ópera: eu poderia ficar só com o lado lindo da coisa mas não posso deixar de constatar que


VIVEMOS UMA CATÁSTROFE, ISSO SIM.


Essa é a origem da essa notória solidariedade carioca.
O bicho tá pegando.
Desculpa se estraguei alguma coisa.

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