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24 de mar. de 2013
Objeto desconhecido
Nos primórdios o homem só queria sobreviver, escapar da onça, ter o que comer. Hoje quer se divertir e ser feliz. O homem não se manca.
A gente esquece que felicidade é um luxo dos nossos tempos, é uma mera pose no Face. Na vida real "o buraco é mais embaixo" - como diria a minha avó.
As vezes questiono se esse clamor por felicidade não é, na verdade, uma jogada. Alguém com certeza está lucrando com o nosso corre-corre atrás desse negócio, atrás dessa coisa que ninguém sabe direito o que é.
Você já experimentou procurar pela casa um objeto desconhecido? Não? Então você é normal.
Onde aprendemos a ser tão tolos a ponto de deixar que os outros determinem qual é a nossa necessidade?
E o sexo? A partir de qual momento gozar deixou de ser divertido e passou a ser obrigação? Hoje em dia uma pessoa que diga que jamais teve um orgasmo causa quase tanta pena quanto um tetraplégico. O gozo, assim como a felicidade, são prazeres muito particulares mas de repente parece ter se tornado da conta de todo mundo. Há uma poderosa indústria da felicidade trabalhando a plenos pulmões.
Não critico você nem mais ninguém. Critico a mim mesma porque frequentemente me deixo levar. Só que entre uma estupidez e outra, paro e penso. E às vezes escrevo o que penso. Talvez isso seja um bom sinal.
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