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5 de mai. de 2013

Fronteiras

Há uma maneira segura de sabermos a diferença entre amor extremado e demência? Entre bondade tipo "Madre Teresa" e doença emocional? Entre entregar os bens aos pobres e a  auto desvalorização doentia?

Há uma linha segura que separe o desejo louvável de servir o próximo do sentimento de culpa crônico? Há algo de real em nossos atos de bondade? Onde está a fronteira que separa o amor da fixação? O otimismo da idiotice?

Acho desconfortável ter uma cartela de etiquetas nas mãos mas não conseguir rotular nada com convicção.  A vida sem rótulos é mais difícil. Estou disposta a facilitar as coisas mas... não consigo.

O que é bondade mesmo? Ela não se confunde com o medo religioso de ser mau?  A negação cega dos nossos maus sentimentos não nos leva ao abrigo de falsos guarda-chuvas de virtude?

Pra piorar: qual seria a vantagem de descobrir a verdadeira face dos nossos sentimentos? Qual a utilidade de nos depararmos com uma necessidade patética de auto aceitação onde pensávamos que só existia caridade pura?

Se eu conhecesse a mente de um santo eu continuaria admirando-o ou passaria a ter pena dele? Ele é um ser elevado ou só uma pessoa doente e que sofre?

Acho que as coisas não precisavam ser tão complicadas...

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