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2 de out. de 2013

Não é o que dizem por aí, mas...

Estou cada vez mais convencida de que amor não tem nada a ver com sexo. Sério.

 Quanto mais eu penso sobre isso mais convicta me torno: o amor é espiritual, imaterial, é do outro mundo, de outro nível. Amar é ter a compreensão subterrânea do que jamais entenderemos.

O fato é que ninguém, quando ama, ama o corpo. A gente ama uma coisa que está lá dentro do corpo, escondida. Por isso queremos ficar sempre juntos e acabamos nos comportando como se quiséssemos entrar no outro. É que instintivamente temos a esperança de achar o lugar secreto onde aquilo que amamos está escondido.

É um fogo chamando outro fogo; são duas energias se puxando. O amor ama o amor.

O sexo é o equívoco disso tudo. O sexo só acontece porque o corpo vai junto, de carona, nessa viagem. Acontece quando as almas amantes, ansiando por estarem unidas, se aproximam. Aí os corpos, mesmo não entendendo nada, se inflamam e roubam a cena por alguns minutos.

O sexo vem sem querer. As ânsias do amor são diferentes mas como quer proximidade acaba atiçando o corpo.  Então, claro, os dois corpos se aproximam, porque, mal ou bem, é no corpo que a alma está presa. A alma não tem como não levar o corpo junto. Ele vai, sem entender nada. Aí as pessoas se abraçam ...e os corpos se acordam. Os corpos  não conseguem se comportar de outra forma quando são estimulados.


O amor sobrevive ao sexo. Quando dois velhos se abraçam, o desejo da alma deles é o mesmíssimo da juventude. A alma não fica velha nunca.. Então eles novamente se abraçam, na mesma sede e ânsia, só que agora os corpos não interferem mais nem tentam roubar a cena.

O corpo se gasta e acaba, mas a chama continua intacta Quando o corpo murcha, fica mais evidente ainda que sexo era uma concessão, uma distração, mas não tinha nada a ver com a história.

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