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11 de jul. de 2015

Crise

Nariz entupido, joelho doendo. Estou sem correr mas comendo feito uma vaca. Sinto-me patética diante do espelho tentando cobrir com maquiagem as manchas do rosto. Então vou à praia. O dia é lindo mas vejo milhares de pessoas ávidas por nao-sei-bem-o-que. Quem tem bunda se esforça loucamente para colocar a sua em evidência. Quem é bonito enamora-se de si mesmo fazendo poses ridículas diante do celular. As músicas brigam entre si de forma que abaixo do céu turquesa tudo parece ser uma massa disforme, barulhenta e vazia. Como sem ter fome, bebo sem sede e me pergunto onde eu gostaria de estar se não fosse aqui, nesse paraíso. Não me ocorre nenhuma boa idéia. Mergulho pra fazer xixi em paz e aproveito para arriscar uma promessa: se as manchas sumirem do meu rosto eu vendo meu carro e dou todo o dinheiro para caridade. E fico um ano sem me maquiar.
Com essa eu me superei. O que é que Deus ganha com minha cara lavada? Sou patética. Esqueci o creme do cabelo. Até voltar pra casa tenho que conviver com essa fuinha. Não, não quero jantar, não quero passear nem ouvir música.

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