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5 de jun. de 2016

Não é pra entender


Ainda hoje, ainda agora, mesmo nessa idade sinto em mim coisas que não deveriam mais ser encontradas. Há coisas que sempre fui. Venha aqui e testemunhe. Fixe o olhar e me diga se vê o que vejo. Lá está. Testemunhe o que ficou lá dentro.
No telão das possibilidades...
"I don't want to miss a thing"
"Sweet Child O'Mine"
"Knocking on heavens's door"
Em algum lugar incerto, não sabido,
Me perdi, como quem se perde da própria mãe, do pai, do jardim, do jabuti, do canequinho de leite com a beira mordida, do casaquinho de mangas já curtas que não chegam nas mãozinhas geladas. Nunca mais me achei. Não sei onde ela está. Ela falhou. Como um aborto miserável e só volta raramente, quando não é chamada. Como as dores antigas. Enquanto ela canta e corre livre me embaraço nos cipós. Me confundo com os sons e nas coisas duras e espinhentas desse lugar.

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