.

.

4 de ago. de 2016

Feiuras

Não acredito que tudo o que consideramos belo ou feio seja uma construção cultural.  

Já li algumas pesquisas que provam que os bebês se sentem mais atraídos e encantados por certos traços fisionômicos harmônicos. E por favor não me diga que eles, os bebês, também foram doutrinados "pela sociedade de consumo e pelos padrões do poder vigente". Existem parâmetros mínimos. Assim eu creio. Há sim o feio e o bonito. A dificuldade em defini-los não anula a sua existência. 

Mesmo assim parece muito possível que, forçando um pouco a barra, obriguemos as pessoas a professarem adesão aos padrões dos mandões do momento.  Até certo ponto o que é instintivo pode ser arredondado, aparado aqui e acolá. Mas só até certo ponto. Fora isso ainda que há pessoas impermeáveis a esse tipo de forçação de barra. Também é bom lembrar que nem todo ganho é real. Sempre há espaço para a hipocrisia humana, do tipo "ai que lindo! - só não quero pra mim". 

Não sei até que ponto conseguimos reais vitórias na militância por um gosto estético mais democrático. Penso que jamais saberemos.  Lá no fundo, nos nossos porões particularíssimos, somos o que somos e a partir disso fazemos e faremos nossas escolhas. Nada mudará isso.

Nenhum comentário:

Páginas