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27 de out. de 2016

Trégua

Às vezes a gente apenas quer ver umas coisas bonitas para ter alivio. Às vezes a gente precisa apenas lembrar do quanto o mundo pode ser um lugar lindo.
Às vezes nos damos conta de que nossos olhos não estao sendo generosos para conosco. Nossos olhos nem sempre cooperam para nossa felicidade porque nem sempre repousam sobre aquelas coisas que nos fazem bem.
Agora mesmo, da minha janela, vejo que o céu esta azul-calmo com flocos de nuvens.  Pequenas palmeiras ali na rua balançam animadamente. Nada há mais comum e ainda assim é tão bonito!
Quero pensar em coisas boas e lembrar de coisas bonitas. Quero sacodir todas as minhas esperança caso constate que elas estavam mesmo dormindo. Elas não tem esse direito!  Têm se manter alertas!
Gosto do meu quarto, da minha cortina listrada, meu criado-mudo vermelho e dos prédios desbotados cheios de histórias secretas.  Tomara que dentro deles as pessoas vivam em paz e que tenham olhos para as graças cotidianas.
Da minha janela também vejo bandeiras na portaria de um hotel. Bandeiras as vezes remetem a coisas tristes. Não quero ver bandeiras hoje. 
Basta regular a cortina e tudo o que terei é o azul, as nuvens, pássaros e palmeiras: lugares-comuns de todo mal escritor feliz.
Precisamos aprender a usar nossas cortinas.

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