É bem desconfortável quando me dedico a fazer contabilidade da minha vida. Sempre concluo que tal exercício não me leva a nada mas insisto só pra redescobrir que nada do que fiz ou faço tem relevância a não ser para mim mesma. É como se em um imenso corredor todas as portas que eu abrisse estivessem vazias.
Civilizações importantes do passado se empenharam em registrar sua passagem pelo mundo. Eram irrelevantes e não sabiam. Eu mesma não me sinto devedora de coisa alguma aos grandes imperadores do passado.
Admitir nossa irrelevância é um ato de sensatez mas deixar-se vencer por ela talvez seja preguiça. Somos irrelevantes mas temos o dever moral de tentar não ser. Nesse caso os "imperadores eternos" estavam certos e eu errada. Somos reles? Ou só o somos quando nos conformamos em sê-lo?
Todos temos a desculpa perfeita para continuar vivendo egoisticamente já que nada muda nada. Nosso álibi pode ser a própria Humildade; essa virtuosa senhora que esconde em seu manto todos os negligentes do mundo.
Admitir nossa irrelevância é um ato de sensatez mas deixar-se vencer por ela talvez seja preguiça. Somos irrelevantes mas temos o dever moral de tentar não ser. Nesse caso os "imperadores eternos" estavam certos e eu errada. Somos reles? Ou só o somos quando nos conformamos em sê-lo?
Todos temos a desculpa perfeita para continuar vivendo egoisticamente já que nada muda nada. Nosso álibi pode ser a própria Humildade; essa virtuosa senhora que esconde em seu manto todos os negligentes do mundo.
Mas por que alguém deveria se empenhar em ser "relevante" e "fazer a diferença"? Que mania de grandeza é essa? Quem já ultrapassou a si mesmo, afinal? Se todos não passamos de formiguinhas num planeta microscópico, qual a necessidade de nos sobressairmos? Que diferença isso faz? Por que não cumprir tranquilamente apenas minhas funções biológicas e depois morrer em paz?
Nossa vida nós não podemos invocar e nossa morte nós não podemos evitar. Por que achar que entre uma e outra coisa teremos mais controle do que tivemos em seu início ou teremos em seu fim?
Tenho certeza de que filósofos renomados já se detiveram com muito mais elegância e arte diante dessa questão. Não estou sendo nada criativa. Mas a certeza da minha irrelevância me permite caminhar desajeitadamente por essa estrada que já foi tão mais bem frequentada. Posso fazê-lo porque com isso nada mudarei no mundo que me cerca. Não posso causar estrago então lá vou eu. Sim, a irrelevância nos traz conforto emocional.
Tenho certeza de que filósofos renomados já se detiveram com muito mais elegância e arte diante dessa questão. Não estou sendo nada criativa. Mas a certeza da minha irrelevância me permite caminhar desajeitadamente por essa estrada que já foi tão mais bem frequentada. Posso fazê-lo porque com isso nada mudarei no mundo que me cerca. Não posso causar estrago então lá vou eu. Sim, a irrelevância nos traz conforto emocional.
De repente me ocorre que desejar os louros da relevância apaga o brilho de qualquer ato. E que a relevância, se não é um mito ridículo é uma verdade passageira que não gera nada a não ser uma leve bolha no ar que logo espoca.
Não consigo ver importância em nada do que faço - volto ao ponto inicial. Mas é daí? Devo me incomodar com isso? Essa constatação é um bom ou mal sinal?
Quem saberá se meu estado é mesmo de nulidade? E pra quê colocar cada um dos meus dias na balança se no final das contas Deus vai pesar tudo de novo numa balança muito mais exata?
Qual o peso real da minha existência? Qual o peso de saber o peso da minha existência? A quem interessa isso? Toda a beleza da vida está no conjunto de incontáveis coisas irrelevantes, desimportantes, efêmeras. Mas o conjunto todo é magnífico! E se o conjunto é magnífico por que seriam irrelevantes as minúcias que o compõe?
Não cheguei a lugar algum, como era de se esperar. E se há alguma conclusão aqui eu diria que é a seguinte: o amor torna desnecessárias todas as perguntas. O amor faz tudo ter sentido. Sem ele a gente apenas se perde filosofando em círculos. Mas o amor paira acima de tudo e nos faz entender tudo sem que haja explicação para coisa alguma.
Odeio chegar a lugares comuns mas é exatamente nesses lugares que o universo guarda todas as suas verdades e segredos. Não há como fugir disso.
Dia 13 é meu aniversário.
Não cheguei a lugar algum, como era de se esperar. E se há alguma conclusão aqui eu diria que é a seguinte: o amor torna desnecessárias todas as perguntas. O amor faz tudo ter sentido. Sem ele a gente apenas se perde filosofando em círculos. Mas o amor paira acima de tudo e nos faz entender tudo sem que haja explicação para coisa alguma.
Odeio chegar a lugares comuns mas é exatamente nesses lugares que o universo guarda todas as suas verdades e segredos. Não há como fugir disso.
Dia 13 é meu aniversário.
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