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6 de jun. de 2020

Sobre o caso do mendigo com o bebê




Alguém postou no Facebook a foto acima com a seguinte legenda: "Gente, essa foto tem gerado polêmica nas redes sociais, pelo simples fato de um morador de rua ter pedido uma mãe para segurar seu bebê, na sua opinião essa mãe fez certo ou errado? O que vc faria se acontecesse com vc? Deixaria ele pegar seu filho no colo? Dê sua opinião". Algumas pessoas elogiara. "Liiindo!' Outras xingaram por antecipação: quem ousasse criticar essa mãe já recebeu de pronto o rótulo de "preconceituoso miserável". Outro personagem perguntou, com seu coração puro e inocente "mas qual o problema?" Qual o problema? Esse que perguntou deve estar nesse momento com máscara na cara e com as mãos bem meladas de álcool gel. Nunca vi uma geração tão carente de aceitação e aplausos. Bem, eu não deixaria o morador de rua segurar meu bebê.   Disseram  "mas ele é gente!" Claro que é. É gente há dias sem banho e sabe-se lá com qual doença. Mora na rua. Não custa estar com uma pneumonia. 

Esses que aplaudem são os mesmos que, quando chega uma visita em casa não deixam nem olhar para o bebê sem primeiro  lavar as mãos.  Beijar nem em sonho. Ferve tudo, até os pensamentos.   
Sabemos ainda que vários desses moradores de rua são pessoas com problemas psiquiátricos. Tenho uma amiga que foi dar uma sopa para um deles e o sujeito lhe jogou no rosto o copo de sopa quente.  Muitos são seres sofridos, atormentados, doentes. Alguns são agressivos. Vai saber! 

Não estou aqui para jogar pedra nessa mãe.  Se essa mãe já  conhecia o morador de rua,  se ele vivia nas redondezas e ela sabia que ele não era algum tipo de  louco, menos mal. Mas mesmo assim acho errado. 

Sou da opinião de que todo amor que demonstramos deve ser sempre  às nossas custas. Seria melhor então não entregar o bebê mas compensar a negativa dando ela mesma dar um abraço no homem. 

"Ah, ele é humano!" O bebê também é humano e precisa de proteção porque tem poucos anticorpos.

Enfim: eu não deixaria NENHUM ESTRANHO segurar meu bebê mesmo que estivesse cheiroso e engravatado.

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