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9 de abr. de 2007

Toda Órfã



Minha mãe, venho de longe. Minha mãe, venho cansada
Minha mãe, sente e ouça minha vida complicada.
De novo não sei o que quero, de novo quero fugir
De novo insisto em te ver sabendo que não estás aqui.

Tão bonito esse jardim onde teus ossos habitam
Campo de paz, campo santo... Chorei tanto! Chorei tanto!
Queria chorar em teu colo, queria poder sofrer
Longe de olhares curiosos que me perguntam “por quê”.

Cabelos de nuvens de prata – sei que vou ficar assim
Mas voz de suave acalanto? Não tenho voz de jardim
Doces olhos... como os queria olhando de novo pra mim!

Minha mãe das pernas longas e mãos de terna doceira
Minha mãe que já se foi, eu chorei a noite inteira
Essa dor de ter ficado sem haver mãe que me queira.


(Cristina Faraon)

2 comentários:

Unknown disse...

Cristina, simplesmente lindo, pois consegues revelar teus sentimentos, através de palavras simples e verdadeiras.

um beijo!

Priscilla Calandrini disse...

Que lindo Cris!Essa saudade que a vida tenta nos ensinar a guardar é inevitavelmente aguçada ao lermos seu escrito.Saudade de uma presença,de um conselho e tantas características bem peculiares que vc maravilhosamente descreveu.

Um beijão pra vc!

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