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3 de jun. de 2012

A física quântica e as cenouras




Estou assistindo um documentário sobre física quântica (seja lá o que isso seja).

A coisa é tão delirante que fico o tempo todo desconfiada de que ainda vai aparecer alguém na minha frente rindo e dizendo "Te peguei! Haháaa! Como você acreditou nisso, sua vaca véia?!"

Agora estão expondo o beabá dos "universos paralelos". Estão zoando com a minha cara. Não podem estar falando sério. Mas estão. Melhor eu acreditar. 

Fico olhando para a TV . Afirmativas 79% incompreensíveis são apresentadas como se todo mundo estivesse acompanhando o raciocínio. Pesco uma coisa aqui outra lá, muito humildemente. Acho que entendi o básico mas sinto-me incapaz de explicar para o burro mais próximo.  

Ciência se mistura com simples teoria, com delírio, no mesmo liquidificador. Não sabemos separar direito o que é uma coisa e o que é outra. 

De qualquer forma sempre me espanto com a nossa própria infantilidade.  Na miscelânea de tudo o que é dito também explicam a probabilidade (quase 100% !) de que existam mesmo civilizações superiores fora da Terra e que esses seres tenham tentado, por várias vezes, entrar em contato conosco. E que muitos dos nossos avanços científicos se devem à interação dos terráqueos com eles. Pululam evidências e mais evidências. Mostram a cara do Einstein e de outras mentes brilhantes olhando em nossos olhos e perguntando se estamos com eles ou contra eles. Todos estão irmanados na mesma fé exposta pelo documentário. E a gente, que apenas ouve, tem a sensação de que a iluminação nos alcançou, basta prestar atenção direitinho.  

De repente lembro que a Bíblia afirma essas mesmas coisas o tempo todo, só que com "linguagem medieval". Tudo que esses luminares apresentam em documentários impressionantes já foi dito e crido no passado. Estão redescobrindo a roda.

Somos como crianças: odiamos verduras. Como nossa mãe sabe disso, ela disfarça: rala a cenoura, enrola a couve no bolinho de arroz, constroe  olhos de azeitona e bocas de tira de tomate em nosso prato ... e aí engolimos tudo!   
 
Falar em civilizações superiores muitíssimo mais evoluídas é algo bem razoável - desde que não se chame isso de "Céu". Falar que esses serem entraram em contato com os humanos vá lá, desde que a isso não se chame "êxtase de profeta" ou "visão" ou "aparição espiritual".  Falar em seres capazes de se locomover na velocidade da luz tudo bem, desde que seja dito por um gringo de jaleco branco. Mas rotular os ETs de "anjos", "demônios" ou simplesmente de "espíritos", aí já é abusar!!!   

Só pergunto uma coisa: qual a diferença?

Ô povo bobo!

Às vezes tenho a impressão de que se mudarmos a linguagem da Bíblia, até os ateus vão carregá-la com orgulho debaixo do braço para lá e para cá. É só  trocarmos uns termos aqui outros ali e a Bíblia vai virar livro-base para qualquer estudo científico. Claro: desde que a cenoura não apareça.



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