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18 de set. de 2012

Aquela coisinha de luz

Vou contar pra vocês que ontem pensei numa coisa linda, linda de morrer!

Suspirei fuuundo, daquele jeito que  lava e enxágua. Meu peito inflou, prendi o que pude.  Se eu aguentasse mais um pouquinho, voaria.

Ontem pensei numa coisa que de tão linda poderia ser condensada em caquinhos de cristal. Ou poderia virar um elixir mágico que cura todas as dores do mundo.

Essa coisa linda vinha voando distraída, como todo pensamento bom. Vinha borboleteando e me esbarrou sem querer. Fiquei enternecida como se tivessem colocado um bebê no meu colo. Naquele instante parece que fiquei tão pura!

Acho que só mesmo pessoas muito puras tem idéias absurdamente lindas.

Foi uma miragem, um oásis de seda nas areias da vida. Eu brilhava por dentro e aquele formigamento de luz era como um segredo de fadas, algo assim que não se pode contar. Brotou uma lágrima que olhou pela janela, esperou uns minutinhos, voltou em silêncio ao nascedouro e escorregou pela garganta.

Acho que um anjo me tocou e trouxe essa coisa assim, embrulhada em celofane. Aí ela se decompôs em várias outras coisinhas que esvoaçavam como bandeiras, como gargalhadas infantis que são vão pelo corredor.

Às vezes sou tocada por coisas lindas e sem nome. Elas não ficam, só vem de visita. São tão desapegadas de mim!

E o que se segue? O que se segue não é escuridão não. O que vem depois são uns instantes suspensos de lembranças recentes, um entorpecimento... e uma saudade.

Acabou. Foi-se embora aquele suspiro emocionado que ainda há pouco enchera tudo de luz.

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