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9 de jan. de 2014

Filhos da mãe!




Lembram da maldita musiquinha do "Pônei Maldito"?  Pois existem bichos muito mais malditos do que eles.

Lembro de tempos idos... Quando eu era criança ouvia a professora ensinar, com ar de glória, que a dengue era uma doença vencida. A ciência pisou, sapateou e cima e erradicou. Eu ouvia e achava estranhíssima a palavra "dengue". Que nome esquisito para uma doença! Mas o importante era podermos dizer que vencemos aquela coisa esquisita. Poder olhar para nossos antepassados de cima para baixo e constatar que perto de nós eles não passavam de grosseirões, incultos, rudes, atrasados, vítimas de doenças de nomes ridículos. Maravilha poder viver numa época tão "adiantada"!

"O Brasil já esteve livre desse vetor durante anos. Se medidas tivessem sido tomadas no momento da sua reintrodução no país, em 1976, possivelmente não estaríamos hoje diante de epidemias de tamanha gravidade. "

Pois é. Décadas se passaram e qual não foi minha decepção ao descobrir a professora estava enganada! Que mico ensinar que a dengue era uma doença fuleira do Brasil imperial mas agora as novas gerações já podem morrer de coisa mais chique!

Confesso: aquele sentimento de "Brasil varonil" esvaziou-se um bocado.

O que me pergunto é: de onde sairam os dois mosquitinhos libidinosos? Onde estava escondido o casal maldito que continuou procriando? Que maloca foi essa onde o Baygon nao chegou?  Enganaram todo mundo. Ressuscitaram a dengue como quem ressuscita dinossauros a partir de míseras células. "Noé" deveria ser o nome do mosquito sobrevivente.



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