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22 de abr. de 2014

Laguinho



Ontem, na beira do laguinho, me fiz as mesmas perguntas de sempre sobre a vida.

À vista de tanta natureza é impossível não pensar em algumas coisas. Vitorias regias, sapos, peixes e arvores, sapinhos, insetos minúsculos, tudo me olha e vem a mim sugerindo que eu me conforme em ser como eles: um item na paisagem. Por que desejar mais que isso se nada é mais lindo do que simplesmente isso? Pareciam me dizer que nem tudo é para ser dito - que não há necessidade. Nem toda expressão é exata, nenhuma é suficiente.

Eu poderia voltar mil vezes àquela beira de lago e todas as palavras me seriam novamente tiradas. E meu peito iria novamente se encher dessa emoção que não quer ser muda. 

Essa sina, talvez, eu tenha que cumprir: a sina mais difícil, que é a do silêncio. Então me levanto e saio, vou caminhar. Depois pego um livro. São iluminados os escritores. Deve ser tão bom ter o coração desafogado!


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