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16 de out. de 2015

Dinheiro = Poder

Em primeiro lugar: não me xingue.

Li esses dias a seguinte frase: "Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa..." (Karl Marx).  Discordo. Mas posso concordar se em seguida Marx emendar dizendo que todos somos capitalistas. Não são "os capitalistas" que querem encher os bolsos. TODOS queremos. 

Isto posto, tenho a dizer que ninguém quer dinheiro pelo dinheiro em si. Não há graça nenhuma em colecionar milhares de cédulas exatamente iguais. O bom do dinheiro é o poder e sensação de segurança que ele traz.  Todos querem poder e segurança, tanto os "monstruosos capitalistas" quanto os "puros comunistas" . 

Acontece que os que demonizam o capitalismo têm tanta ânsia por poder  quanto os capitalistas tem ânsia por dinheiro. Se considerarmos que dinheiro é poder, vemos o que cada um carrega de hipocrisia.

Não se deve criar nada para o homem  - muito menos as leis - sem levar em conta como o homem realmente é.  As leis não servem para modificar a nossa natureza, mas para impor limites a ela. Lei nenhuma nos tornará em anjos benevolentes. E toda tentativa de transformar os demais em anjos benevolentes transforma em demônio quem está no poder.

Justiça social é maravilhoso mas tem que ser erguida em bases sólidas, não em idéias furadas. Devemos impor limites ao capitalismo? Sim. Para isso serve um governo decente. É possível tirar proveito do empreendedorismo capitalista sem detonar a economia. Não vamos matar o cão de fome; vamos apenas limitar seu quinhão para continuar produzindo mas sem devorar tudo ao seu redor. Repito: para isso servem os governos DECENTES: para regular e tirar proveito do devorador, não para tomar o lugar dele.

Ora, se segurança e poder são desejos comuns a todos os homens, há de se concordar que todos queremos as mesmas coisas independentemente da cor da nossa bandeira.  Como não fica bem proclamar isso em discurso, laça-se mão da malícia de fazer os ouvintes crerem que só os outros têm ambições.

Enquanto o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente (John Emerich Edward Dalberg-Acton).  Todos os que separam a sociedade em "eles" e "nós", se colocam numa posição de superioridade maligna.  

Civilizar (legislar) significa impor limites ao que somos. Somos ambiciosos todos nós, não "eles".  Deveríamos partir daí. Quem não se enxerga, não enxerga mais nada. E quem não enxerga nada, não tem capacidade nem direito de governar.

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