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17 de out. de 2023
"MATOU PARA LIMPAR A HONRA"
9 de jul. de 2023
Sofrimento seco *
Coisas esparsas. Ideias esparsas. É assim que sinto esse momento, onde procuro o fio da meada no meio do escuro, no meio da dispersão causada pelas redes sociais. Estou tateando, me procurando. Às vezes esbarro em mim mesma mas novamente escapo.
Preciso voltar a escrever. E não é o que estou fazendo? Não. Não estou escrevendo. Estou prometendo recomeçar. Estou dizendo que quero.
Escrever é como me achar de novo. Meu Deus, como andei perdida! Saudade da minha versão mais real, que é capaz de ver poesia em pingo d'água.
Estou cansada de ser nada no meio da confusão das redes. Me perdi de mim, diluí minhas emoções, reduzi tudo a poucas frases "estratégicas e bem pensadas" feitas para serem lidas rapidamente por quem não quer ler, absolutamente. Que humilhante reduzir a isso os seus próprios sentimentos, suas próprias percepções! Que humildade abominável reduzir tudo para caber no desinteresse alheio!
Se é para falar sozinha que seja aqui no blog, com o estado de espírito de quem escreve em um diário.
Hoje vi um filme triste, muito triste e romântico. Isso parece ter me acordado de algum sono muito longo. De repente me senti novamente capaz de sentir esse tipo de emoção, de dor suave.
A gente vê tanta maldade política que parece que vamos ressecando, endurecendo junto com os outros. Uma floresta sem folhas, só de galhos secos. Mas uma "boa dor" faz o coração amolecer. É como óleo no cascão de ferida. Um filme romântico me pareceu bem terapêutico.
Vejo isso como um bom presságio: poder ser, sim, que a Cristina escritora esteja voltando, cansada de guerra, cansada da inutilidade de sofrer sem poesia.
Nos filmes a gente sofre nos braços da beleza. Mas lendo os noticiários a gente sofre no seco, muito amargamente e sem graça. É o mais nocivo dos sofrimentos porque, ao invés de amolecer a alma (como fazem os filmes) o sofrimento seco faz o contrário: desidrata a gente. Acordar de um filme triste é se sentir feliz porque, afinal de contas, a sua vida é melhor do que aquela. Mas acordar das más notícias e descobrir que não tem para onde emergir é duro.
Não quero continuar mergulhada, sem ar.
22 de mai. de 2023
Carência versus orgulho *
23 de jan. de 2023
A casa dos meus sonhos
11 de jan. de 2023
Várias coisinhas *
1) Esses dias alguém disse, acertadamente, que as crises são necessárias inclusive para a gente descobrir quem realmente somos. É verdade. Esses dias flagrei em mim uns sentimentos pouco nobres que eu pensava não ser mais capaz de sentir. Ok Deus! Já pode desligar a crise. Já saquei.
24 de out. de 2022
Quem precisa de religião?
18 de out. de 2022
Amor em forma de fogueira *
13 de out. de 2022
VOLTAR A SER CRIANÇA? Não, obrigada *
Se há uma coisa que não tenho a menor vontade de resgatar é "a criança que existe em mim". A ingenuidade total é perigosa, é pesada e é um saco. Sempre tem alguém rindo da sua ingenuidade. Pode reparar.
Não tenho saudade de só poder sair de casa com um adulto a tiracolo segurando minha mão e determinando o ritmo da caminhada. Meu sonho era poder sair sozinha.
Não tenho saudade da minha introversão, da minha dificuldade em entender uma ironia, não tenho saudade de não ter uma resposta na ponta da língua nem de não saber reagir a uma brincadeira de mal gosto. Não tenho saudade de me sentir inofensiva no meio de algumas crianças agressivas. Eram inúmeras as situações em que eu não sabia como agir ou reagir. Isso é muito incômodo!
Minha infância foi feliz sim, cercada de amor e pessoas maravilhosas. Mas meu universo interior não era muito divertido. Era uma casa por arrumar. Era "tudo ainda por fazer".
Não acho que ser criança seja tão divertido. Eu achava a dependência total dos adultos algo detestável (embora eu soubesse que era necessário).
Infância? Chega. Já deu. A vida está melhor agora.