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26 de mai. de 2014

Viagem

O melhor lugar para comentar suas viagens é mesmo em blog. No Facebook parece exibição ou  deslumbramento.

Para mim o deslumbramento só pode vir de alguém apto a ser feliz e ver beleza em tudo mas para outros o deslumbramento é "coisa de pobre" ou de pessoas simplórias. Sim, melhor postar minhas impressões aqui, até porque (aprenda!) ninguém, absolutamente ninguém esta interessado em suas viagens, suas fotos, suas aventuras. Por mais incrível que tenha sido tudo isso, aceite o fato de que ninguém quer saber.

Fale laconicamente de suas viagens como se não quisesse contar nada. Entre em detalhes só se os outros derem uma "deixa".

E como não tem ninguém vendo, aproveito para contar, lembrando já com saudade, que nunca vi nada mais magnifico, suntuoso, rico e impressionante do que a Basilica de São Pedro por dentro. Por fora ninguém da nada mas uma vez que você entre, é pura emoção. É mergulhar na beleza.

Toda obra de arte você vê por fora, totalmente alheio, querendo absorver.  A basílica de São Pedro não: ela te engole vivo! É como entrar em um diamante.

Nenhuma foto lhe faz jus. Você tem que ir lá e  decidido a usar sua cara de bobao .



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Altar todo em bronze, ricamente trabalhado. Enorme. Inacreditável.

25 de mai. de 2014

Linda





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Florença


Indo embora de Florença. Ontem a noite esteve linda, incrível. Muita gente na rua, a cidade super iluminada. Cidade pródiga em esculturas apaixonantes, prédios antigos... Visual romântico e acolhedor.  Aqui há excelentes artesãos, portanto, muita oferta de peças em couro. Bolsas, luvas, casacos, botas... Pirante! Tudo com um excelente acabamento.
A cidade é pequena; uma "mini Roma" que força a gente a andar, andar, andar. Ótimos restaurantes, vinho...
E hoje o dia amanheceu friozinho e ensolarado. Dá assim uma tremenda vontade de VIVER!

Adeus, Firenze!

24 de mai. de 2014

Diario de Viagem

Prometi a mim mesma que faria um diário de viagem. Não fiz nem farei. Primeiro porque não tenho internet em todo lugar. Segundo porque nunca tenho tempo.

 Existem dois tipos de viagem de férias: a primeira é pra descansar, a segunda é pra conhecer. Nunca, mas nunca mesmo, se atreva a viajar com uma pessoa sem antes se certificar de que seus objetivos coincidem.

Na viagem de descanso a gente não faz nada. O uniforme é bermuda, chinelo e acessórios de artesanato. A preguiça é a deusa inspiradora. A gente só sai da cama pra comer e, quando muito, tomar um banho de mar. Volta para a barraca se arrastando como um calango baleado, come porcaria o dia todo, coça o pé, volta exausta para o hotel e dorme pra caramba pra se recuperar "disso tudo". Não sabe o que é sentir culpa. Dentro do coração ha aquela doce certeza de que "eu mereço porque eu trabalho". No fim você volta pra casa feliz, gorda, descansada e com um chapéu de palha.

O segundo tipo é a viagem frenética. A pessoas quer ver coisas, conhecer novos lugares, explorar o mundo e fazer valer o investimento. Contrata passeios para os quais tem que estar de pé as seis da manhã, anda pra caramba, tira centenas de fotos e volta ao trabalho feliz e realizada, mas mais cansada do que antes. Os dias voaram, os pés doem, e num belo dia voce resolve fazer as contas e descobre que gastou boa parte do seu dinheiro em quinquilharias inúteis e ridículas.

 Geralmente escolho o segundo tipo de viagem. Estou tentando desviar dos souvenirs.  Os pés estão detonados.

Adorei conhecer Montmartre.

21 de mai. de 2014

Castelo de Santo Ângelo

Legal lembrar do que foi comentado no livro Código da Vinci. Ali era o cenário. Delícia olhar o Vaticano, a ponte, o "caminho dos anjos" , tudo lá de cima, do Castelo. Vento fresco, céu limpo.












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Noite em Roma...



Vou sentir saudade...

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16 de mai. de 2014

Medo de ser


Já li várias dicas da série "para ter um ano melhor". Uma delas foi "não tenha medo de parecer bobo." Simples, né? Mas me trouxe muita coisa à memória. Lembrei  de algo que me imobilizou por longos anos: o medo de parecer boba.

Quando criança eu era de fato muito boba. Às vezes as pessoas riam de mim (ai que vergonha!).

 Lembro de uma vez que eu estava sendo muito chata então um tio me disse "vai ver se eu estou de paletó lá na esquina!"  Eu não conhecia esse "ditado" e não entendi o que ele queria dizer. Saí, revirei o armário dele, fiquei confusa... e estava me dirigindo à porta para ir "lá na esquina" quando minha mãe achou estranho e perguntou onde eu estava indo. Quando tudo tudo se esclareceu as pessoas riram de mim. Felizmente a mamãe brigou comigo pois conseguiu acreditar que eu estava me fazendo de boba e zoando com o meu tio. Adorei levar aquela bronca.

Sim, houve outras situações semelhantes mas não vou contar. Não é legal para a minha auto estima. Só sei que um dia resolvi que ninguém mais iria rir de mim. Dali pra frente eu ia ser ser durona, incrédula, desconfiada. Não fui muito bem sucedida porque estar sempre com um pé atrás ofende as pessoas.

A vida podia ser mais simples...

A verdade é que as melhores pessoas que conheço são as que não tem esse tipo de pânico. As criaturinhas mais encantadoras do mundo são justamente aquelas que não se acham inadequadas, não se sentem dissonantes e entendem que seus sentimentos são normais, tá tudo bem, e daí? Amam-se.  E se o mundo não as compreende, então o mundo está errado. Acham muito natural acreditar e nada lhes parece mais estranho do que achar isso estranho.

Lembrei das vezes em que bloqueei uma emoção momentânea só porque achava que depois eu ia parecer boba.

Já aconteceu com você de, num dia perfeito tocar a música perfeita e, por acaso, você estar cercado das pessoas maravilhosas?  Já aconteceu de o coração disparar, dar um nó na garganta e você sentir aquela vontade grande de dizer "eu te amo"? Ou algo como  "esse é um momento lindo. Vocês são muito importantes pra mim. Estou feliz. Amo vocês."  Nunca?    Já te veio assim na boca aquela vontade doce de dizer coisas do coração? Eu já. Um monte. Mas resisti.

Talvez essas pessoas de cujo riso temos tanto medo sejam as que mais apreciariam aquele arroubo. Talvez precisassem dele. Talvez tenham sentido a mesma coisa que você.

Acho fofas essas pessoas que choram sem vergonha na frente de todo mundo, não disfarçam e ainda dizem "ah, sou um bobo mesmo, choro a toa!"   aí sorriem, secam as lágrimas e tudo bem. Não é encantador ser tão autêntico? Adoro gente assim.

Disso tudo deduzi que as vezes em que fui mais boba nessa vida foram justamente aquelas em que me esforcei para mostrar que eu não era boba.  

30 de abr. de 2014

Sintomas


Estou percebendo a chegada de uns sintomas alarmantes de velhice:

1- Os homens mais lindos, na minha opinião, foram lindos há uns 40 anos atrás;
2- As melhores músicas que conheço foram composta há mais de vinte anos;
3- Sabe aqueles cantores que eu considerava insuportáveis na minha adolescência? Na verdade são maravilhosos;
4- Não acredito mais que eu possa mudar o mundo;
5- As músicas frenéticas tocadas ininterruptamente nas academias estão começando a me enjoar;
6- Começo a concordar que beleza é bom mas não é tão importante quanto eu imaginava;
7- Olho com muita simpatia para as cadeiras de balanço e decido que quero uma.
8- Não compro mais sapatos desconfortáveis só porque são lindos.
9- Um cruzeiro marítimo já não me parece uma idéia abominável.
10- Minha gaveta já tem permissão para receber algumas calcinhas mais confortáveis;
11- Já me sindo ridícula de mini saia;
12- Uso tranquilamente roupas que há um tempo atrás eu achava "de velha".
13- Os mais jovens já riram de algumas de minhas gírias;
14- A gritaria e risadagem infinita dos adolescentes me cansam a beleza.
15 - Não faço mais exercícios físicos apenas por motivos estéticos.
16- Não tenho mais a menor tesão em sair pulando atrás de um trio elétrico. Na verdade nunca saí, mas antigamente eu tinha vontade.
17- Finalmente descobri que eu não era uma adolescente horrorosa;
18- Aliás, não consigo mais achar nenhum adolescente horroroso;
19- Nunca mais me senti horrorosa;
20- Não fico mais imaginando o que vou ganhar no Natal.
21- Jamais namoraria um hippie


A glória da desimportância

Um dia a gente acaba descobrindo que se dava importância demais. Aconteceu comigo. Foi quando percebi que nada é mais cômico do que levar-se muito a sério.

Um momento de distração e a gente esquece de deixar pra trás as coisas de criança. É como levar para a empresa, na bolsa, uma mamadeira.

As crianças se julgam o centro do mundo. Tudo gira em torno delas. A parte ruim é que quando os pais se separam muitas delas se sentem culpadas (li sobre isso). Estranhamente acreditam que fizeram alguma coisa de errado e por isso os pais brigaram. São tão importantes que a culpa só pode ter sido delas. Pobrezinhas!  Será um alívio quando descobrirem que não têm superpoderes.

Cada um de nós tem um raio de influência sutil e rala.  E só.

No passado estávamos muito ocupados pilotando nossa própria juventude. Quando o trem pára a gente é obrigado a pensar. As questões entram pela nossa janela como aquelas formigas de asas depois da chuva.

Pensar é que muda as coisas. Pra nós, não pro mundo.

A questão hoje é: com a velhice as pessoas vão mesmo perdendo a importância? Ou não é nada disso? Na velhice as pessoas apenas descobrem que nunca tiveram importância coisa nenhuma?

Com o tempo as pessoas vão encolhendo, encolhendo, ficando pequenininhas até desaparecerem dos olhos do mundo? Ou o fato é que nunca fomos mesmo essa Brastemp toda?

Eram os outros que nos davam mais valor do que agora ou nós é que acreditávamos nisso? Realmente fomos o que pensávamos ser? Já sei: a culpa é da mãe! Era ela que fazia com que nos sentíssemos especiais. Perder a mãe é uma coisa que nos joga na vala comum. Ora bolas.

Tragam minhas pantufas!

A glória da desimportância é perceber que quem não tem o poder de salvar o mundo também não pode pôr tudo a perder.  Não sei como é com  você, mas pra mim essa verdade desvendada teve um efeito libertador.  Minha humilde pessoa perdeu uns 100 quilos.

Por mais grave que pareçam os meu erros, não tenho estatura nem estrutura pra parir uma catástrofe. Fiquem tranquilos.

Se nunca fui importante ou se encolhi, o importante é que emoções eu vivi.

O fato é que sou uma coisa que vai ficando mais livre a medida que diminui - ou à medida que se torna consciente da sua real estatura. A tensão no pescoço diminui, os ombros descontraem, a respiração flui.  É bom demais saber que não vou entrar pra história por ter afundado o Titanic ou algo assim. Aliás não vou entrar pra história por motivo algum.

Esse manto de invisibilidade me cai muito bem. Agora me dê licença que eu vou assar uns pãezinhos.

26 de abr. de 2014

Você já ouviu isso

Tenho um certo enjôo de frases batidas. Quem muito as profere se torna chato. Mas quem muito as desafia se torna tolo.

Já falei sobre isso: a verdade grita pelas ruas e pelas praças. Ela é repetitiva mas não para nos chatear. Ela é como a nossa mãe: tudo o que quer é meter um pouco de bom senso em nossas cabeças.

Talvez nenhuma frase seja tão batida  quanto "o coração tem razões que a própria razão desconhece."  É uma verdade estrondosa. Mesmo assim poucos de nós já aprendeu a aceitá-la quando a vemos aplicada à vida real. Adoramos o mundo das idéias. O problema é quando ele tenta invadir nosso mundinho de carne e osso.

Conheço homens e mulheres absolutamente tolos por amor. "Burros", talvez.  Como sofrem! Não sofrem só por amor mas pelo peso das cobranças sociais. Eles são dia e noite condenados por causa de seus perdões, sua fé, sua disposição em continuar a acreditar, em aceitar de volta. Eles deveriam nos encantar, ser uma luz para o mundo! Mas geralmente nos irritam porque nenhuma das suas explicações explicam nada. São todas furadas. Sim, a luz pode irritar.

Por quê não mandar às favas o homem infiel, vadio ou inafetivo? Por que não trocar logo a mulher ingrata e fria por outra que valha a pena? Por quê tentar de novo? Como eles se atrevem a esquecer uma afronta que ainda perdura na memória dos amigos?  Todos se ofendem juntos, todos sentem afetados. A afronta atinge a todos, muda simpatias, interrompe amizades...  Aí a outra parte vai lá e...perdoa! Segue em frente de braços dados sob olhares estarrecidos de todos nós, que não entendemos.

Todos aplaudem o amor em versos mas poucos aplaudem o amor em ação. Isso me leva a perguntar, aflita: de que lado nós estamos afinal?

A gente teima em querer justiça. Como somos bobos com nosso roto senso de justiça! A justiça é muito boa mas não nos abraça antes de dormir nem nos fala do Paraíso. Ela é inflexível e estéril. A justiça, às vezes, se parece com um jardim de flores secas.

Cobramos dos amigos, dos parentes, cobramos de nós mesmos! E temos ainda a ousadia de dizer que é feia, injusta e inaceitável  justamente aquela atitude que nos eleva.

Deveríamos aprender a deixar o amor em paz. Ele não pode se justificar ou explicar. A própria razão lhe desconhece a lógica.

Por fim, deveríamos parar de repetir ditados nos quais não acreditamos.

REALIDADES BRASILEIRAS