Em Belém do Pará é mais fácil, no mês de junho, encontrar o Papai Noel fazendo ponto na Praça da República do que achar um local vendendo guarda-chuva.
Tá certo que não andei na cidade toda mas já fui ao Shopping Castanheira, ao IT Center, Magazan, Belém Importados e outras lojas "avulsas". Nada.
Alguém precisa avisar aos nossos comerciantes que aqui não chove só nos "meses de chuva". Nos meses de "não chuva" cai MUITA água também. Sei que oficialmente estamos no verão mas ninguém avisou isso a São Pedro.
Fica aqui meu protesto.
Aceito doações.
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19 de jun. de 2007
14 de jun. de 2007
Carolina

Carolina pertencia à estirpe rara das mulheres que amam pra sempre.
Ninguém eterniza um amor no peito por querer. Antes de ser virtude, isso é uma fatalidade. Acho que Carolina nem tentou se livrar do inquilino de seu peito. Nunca notei que estivesse incomodada com a dor. Ou sua esperança era invencível ou não tinha noção de muita coisa nessa vida. Não sabia nada sobre juventude, velhice, morte, passar do tempo, novo amor, prazer, aventura, filhos, oportunidade. Nenhuma dessas idéias mudou o rumo de sua vida.
Acho que o que Carolina não possuída era mesmo noção de tempo.
Minha curiosidade levou-me a ouvir as várias histórias que contavam a seu respeito. Todos acreditavam saber quem foi o rapaz que a conquistou tão irremediavelmente e depois sumiu no mundo.
Mencionaram o filho do Dr. Durval - rapaz claro, muito bonito mas franzino e sem vontade própria. Sem cabimento. Também ouvi algo a respeito de seu primo, o qual foi recebido certa vez pela família e passou o período de um ano a se curar de mal do pulmão. Eram como irmãos, dizem. Uma vez curado foi-se embora deixando-a doente de amor. Talvez, talvez. Ouvi até dizer que foi um homem casado, militar, que teria conseguido bem mais que olhares lânguidos da doce Carolina. Falaram também em um padre, um caixeiro viajante... Ninguém sabe ao certo e ela mesma jamais se deu ao trabalho de explicar. Não falava sobre seu amor. Apenas as pessoas o liam em seus olhos, seus gestos calmos e seu quase-sorriso.
Há quem diga que jamais deixou de ser virgem.
Carolina era uma morena clara de jeito cândido. Não falava muito e nunca parecia estar apressada. A expressão de seu rosto era a de uma pessoa que guardava sempre um segredo. Com a convivência essa impressão desvanecia, principalmente porque seu dia-a-dia pacato não deixava margem para fantasiarmos mistérios.
Só lembro do dia em que a conheci, mas não lembro bem de como me aproximei e nos tornamos inseparáveis. Quanto ao meu amor, origem e fim, ainda hoje desconheço.
Não sei muito do passado de Carolina, mas sei de sua alma, seus gestos calmos, do ritmo de seu coração. Éramos amigos e eu a amava. Seu coração, um mistério. Mas ela me sorria, deixava-se amar e isso bastava.
Seus cabelos eram encaracolados castanho escuros com umas mexas douradas que mais claras ficavam sob o sol. Os olhos eram de puro de mel com cílios enormes e densos. Quem a observasse ficaria preso aos seus olhos, sem dúvida. A muito custo escorregaria o olhar para o nariz e boca, os seios pequenos, os quadris de menina.
Não era volúpia, mas uma flor. Não vulcão, mas lampejos alaranjados de sol de fim de tarde, sol morrente, primeiros ventos noturnos.
Fiz de tudo: flores e favores. Promessas mil. Dei-lhe versos, músicas e meu silêncio. Com esse último a cativei. Mas nada a fazia esquecer o que houve. Nada a fazia falar. Carolina - dócil e distante, presente e inalcançável, que no entanto deixava-se abraçar.
Todas as músicas do mundo e todas as flores estavam no cheiro de seus cabelos quando ela recostava a cabeça em meu peito. Eu era capaz de ficar horas, toda uma vida deixando esse cheiro passear dentro de mim e me acariciar por dentro. Nesses momentos todas as palavras se tornavam sacrílegas. Eu era capaz de traze-la nos braços para sempre, suportar seu mistério e olhar perdido apenas para tê-la assim, com a cabeça recostada e sem ouvir meu coração.
Não fomos a mil festas, não dançamos mil quadrilhas nem pulamos mil fogueiras na época de São João. Jamais ela foi Colombina ou bruxinha de Halowen. Seu mundo era o dos sons distantes e das luzes tremeluzindo. Nada que fosse frenético a encantava, pelo contrário.
Contei sozinho as estrelas. Localizei solitário constelações escondidas naquela areia de astros do céu do interior. Cantei e contei histórias não para ela, mas para acalmar meu coração, para dar vazão a esse vulcão de mel dentro de mim - vulcão por ela inaugurado e mantido. Ela nada pedia. O som de minha voz a acalentava independentemente do que eu dissesse. Isso lhe bastava e passou a me bastar também.
A vida passou na janela. Eu vi. Eu estava ao lado de Carolina por todo esse tempo. Ela fechou a janela. Permaneci ao seu lado, ao lado de seu coração mas fora dele.
O tempo também passou, mas ela não reparou. A janela já estava fechada. Eu ouvia sons e tentava despertar sua curiosidade para a vida. Não me parecia que tanto frescor pudesse conter-se por muito mais tempo naquele corpo querido. Mas coube. Depois esvaiu-se para sempre.
Carolina viveu um eterno presente, o que a impediu de sentir seu próprio envelhecimento. Sua alma, sua dor, tudo ficou preso naquele dia sem fim. Falei em amor, falei em luar, em flores. Evoquei todos os lugares-comuns da paixão. Falhei. Deveria também ter-lhe falado no tempo, que só sabe ir.
Em algum lugar ela está agora, ainda presente, como um lindo lago, profundo como a dor do amor. Morri nesse lago. Morri longamente naquele presente eterno de Carolina. Ainda assim não lembro de jamais ter sido tão feliz.
Cristina Faraon
Ninguém eterniza um amor no peito por querer. Antes de ser virtude, isso é uma fatalidade. Acho que Carolina nem tentou se livrar do inquilino de seu peito. Nunca notei que estivesse incomodada com a dor. Ou sua esperança era invencível ou não tinha noção de muita coisa nessa vida. Não sabia nada sobre juventude, velhice, morte, passar do tempo, novo amor, prazer, aventura, filhos, oportunidade. Nenhuma dessas idéias mudou o rumo de sua vida.
Acho que o que Carolina não possuída era mesmo noção de tempo.
Minha curiosidade levou-me a ouvir as várias histórias que contavam a seu respeito. Todos acreditavam saber quem foi o rapaz que a conquistou tão irremediavelmente e depois sumiu no mundo.
Mencionaram o filho do Dr. Durval - rapaz claro, muito bonito mas franzino e sem vontade própria. Sem cabimento. Também ouvi algo a respeito de seu primo, o qual foi recebido certa vez pela família e passou o período de um ano a se curar de mal do pulmão. Eram como irmãos, dizem. Uma vez curado foi-se embora deixando-a doente de amor. Talvez, talvez. Ouvi até dizer que foi um homem casado, militar, que teria conseguido bem mais que olhares lânguidos da doce Carolina. Falaram também em um padre, um caixeiro viajante... Ninguém sabe ao certo e ela mesma jamais se deu ao trabalho de explicar. Não falava sobre seu amor. Apenas as pessoas o liam em seus olhos, seus gestos calmos e seu quase-sorriso.
Há quem diga que jamais deixou de ser virgem.
Carolina era uma morena clara de jeito cândido. Não falava muito e nunca parecia estar apressada. A expressão de seu rosto era a de uma pessoa que guardava sempre um segredo. Com a convivência essa impressão desvanecia, principalmente porque seu dia-a-dia pacato não deixava margem para fantasiarmos mistérios.
Só lembro do dia em que a conheci, mas não lembro bem de como me aproximei e nos tornamos inseparáveis. Quanto ao meu amor, origem e fim, ainda hoje desconheço.
Não sei muito do passado de Carolina, mas sei de sua alma, seus gestos calmos, do ritmo de seu coração. Éramos amigos e eu a amava. Seu coração, um mistério. Mas ela me sorria, deixava-se amar e isso bastava.
Seus cabelos eram encaracolados castanho escuros com umas mexas douradas que mais claras ficavam sob o sol. Os olhos eram de puro de mel com cílios enormes e densos. Quem a observasse ficaria preso aos seus olhos, sem dúvida. A muito custo escorregaria o olhar para o nariz e boca, os seios pequenos, os quadris de menina.
Não era volúpia, mas uma flor. Não vulcão, mas lampejos alaranjados de sol de fim de tarde, sol morrente, primeiros ventos noturnos.
Fiz de tudo: flores e favores. Promessas mil. Dei-lhe versos, músicas e meu silêncio. Com esse último a cativei. Mas nada a fazia esquecer o que houve. Nada a fazia falar. Carolina - dócil e distante, presente e inalcançável, que no entanto deixava-se abraçar.
Todas as músicas do mundo e todas as flores estavam no cheiro de seus cabelos quando ela recostava a cabeça em meu peito. Eu era capaz de ficar horas, toda uma vida deixando esse cheiro passear dentro de mim e me acariciar por dentro. Nesses momentos todas as palavras se tornavam sacrílegas. Eu era capaz de traze-la nos braços para sempre, suportar seu mistério e olhar perdido apenas para tê-la assim, com a cabeça recostada e sem ouvir meu coração.
Não fomos a mil festas, não dançamos mil quadrilhas nem pulamos mil fogueiras na época de São João. Jamais ela foi Colombina ou bruxinha de Halowen. Seu mundo era o dos sons distantes e das luzes tremeluzindo. Nada que fosse frenético a encantava, pelo contrário.
Contei sozinho as estrelas. Localizei solitário constelações escondidas naquela areia de astros do céu do interior. Cantei e contei histórias não para ela, mas para acalmar meu coração, para dar vazão a esse vulcão de mel dentro de mim - vulcão por ela inaugurado e mantido. Ela nada pedia. O som de minha voz a acalentava independentemente do que eu dissesse. Isso lhe bastava e passou a me bastar também.
A vida passou na janela. Eu vi. Eu estava ao lado de Carolina por todo esse tempo. Ela fechou a janela. Permaneci ao seu lado, ao lado de seu coração mas fora dele.
O tempo também passou, mas ela não reparou. A janela já estava fechada. Eu ouvia sons e tentava despertar sua curiosidade para a vida. Não me parecia que tanto frescor pudesse conter-se por muito mais tempo naquele corpo querido. Mas coube. Depois esvaiu-se para sempre.
Carolina viveu um eterno presente, o que a impediu de sentir seu próprio envelhecimento. Sua alma, sua dor, tudo ficou preso naquele dia sem fim. Falei em amor, falei em luar, em flores. Evoquei todos os lugares-comuns da paixão. Falhei. Deveria também ter-lhe falado no tempo, que só sabe ir.
Em algum lugar ela está agora, ainda presente, como um lindo lago, profundo como a dor do amor. Morri nesse lago. Morri longamente naquele presente eterno de Carolina. Ainda assim não lembro de jamais ter sido tão feliz.
Cristina Faraon
4 de jun. de 2007
Vazio

As lojas estão vazias
E as vitrines tristes, tristes.
Cartazes velhos, lâmpadas queimadas
Liquidações envelhecidas
E manequins pálidos
Com braços
Estranhamente retorcidos
E as vitrines tristes, tristes.
Cartazes velhos, lâmpadas queimadas
Liquidações envelhecidas
E manequins pálidos
Com braços
Estranhamente retorcidos
Sentem dor, parece-me.
Lojas cavernosas
Vendedoras deserdadas
Da juventude e dos amores
Nada há. Tudo foi.
Mas eu ainda procuro.
Nem um pedaço de você
Nas lojas!
Nem um fio de seu cabelo,
Um toque ou um suspiro.
Nenhuma jóia que lhe substitua
Nenhum lançamento que compense
Esse universo esvaziado
Lojas cavernosas
Vendedoras deserdadas
Da juventude e dos amores
Nada há. Tudo foi.
Mas eu ainda procuro.
Nem um pedaço de você
Nas lojas!
Nem um fio de seu cabelo,
Um toque ou um suspiro.
Nenhuma jóia que lhe substitua
Nenhum lançamento que compense
Esse universo esvaziado
O nó da vida
Preciso de um lindo presente
Mas o verbo de hoje é ontem
E ainda procuro
E procuro
E ando tanto
Nos labirintos escorregadios
Do shopping
Nos labirintos escorregadios
Do shopping
No lanche frio
Procurei você
Procurei seus restos e sobras
Seus sinais de amor
Voltei a revirar cada vitrine
Nem assim lhe encontrei.
Cristina Faraon
Cristina Faraon
1 de jun. de 2007
Velhinha porreta *

Tenho planos quentes para quando ficar velhinha.
Mal posso esperar para finalmente usar uma saia verde com blusa amarela de florinhas vermelhas. E poder dormir durante as cerimônias chatas sem um fiapo de pudor.
Mal posso esperar para finalmente usar uma saia verde com blusa amarela de florinhas vermelhas. E poder dormir durante as cerimônias chatas sem um fiapo de pudor.
Decidi também que não vou mais carregar peso. Quero ser uma velhinha muito bem tratada e vou cobrar da juventude que pelo menos carreguem meus pacotes. Não que os homens não sejam gentis hoje mas é que já notei que isso depende um bocado do tamanho dos decotes . Acontece que no futuro vou abolir os decotes - para o bem de todos. Sem decotes, o jeito é cobrar mesmo.
Quando eu for uma velhinha tudo vai ser diferente! Homens e mulheres estarão a meu dispor. Abrirão portas, carregarão pacotes, oferecerão assento, buscarão água e ainda vão me abanar quando eu fingir que estiver passando mal. A humanidade será meu séquito E ai daquele que rir do meu chapéu "grená"!
Adeus, manicura! Pra que isso? Só vou ao salão quando quiser colar estrelinhas nas unhas ou pintar os cabelos de azul. Sim, porque tem tudo a ver assistir DVD com cabelos azuis e unhas estreladas.
Vou esfregar minha liberdade na cara do mundo.
Barriguinha? Sim, e daí? Não vou posar pra revista masculina e até lá já enjoei de homem.
Ah, os homens! Vou rir da cara de babão que eles fazem olhando para as mocinhas. Vou tirar foto e postar no Face. E vou rir e fotografar também das garotas querendo parecer sexy para os homens babões.
E nunca mais, mas nunca mais mesmo, vou me apaixonar. Xô, babaquice! Pode anotar aí no caderninho. Ficar querendo, lembrando, imaginando, suspirando, procurando um pretexto para telefonar? Tá me estranhando?
Vai ser legal sair de manhã para andar na praça, contar história para as crianças, comprar flores, conversar com as outras velhinhas, encomendar peças de crochê para presentear as noras, olhar de camarote a moda fazendo todo mundo de palhaço e rir dos “últimos lançamentos” que usei até enjoar quando era nova.
Estarão inapelavelmente abolidos: os saltos altos, o bicos finos, sutiãs com arame, calcinha - especilamente aquelas com renda que espetam, bolsa combinando, roupa apertadinha, camisolas transparentes. Em resumo: tudo o que aperta, espeta e pesa - aí incluídos os homens - desaparecerão desse universo futurista. Sobre as camisolas: serão todas de algodão e bordadas com motivos infantis: coelhinho, carinhas sorridentes, nuvens, carroça de flores, Frajola, Tom e Jerry, borboletas maluquinhas.
Todos poderão rir de mim porque estou decidida que também vou rir de tudo e de todos.
Uma velhinha pode tudo, exceto praticar exercícios de alto impacto - aí incluído o sexo. Mas e quem disse que vou querer?
Ah, a liberdade! Será doce e engraçada. A liberdade será sapeca, sem vícios e sem medo de morrer. Nunca mais irei a algum programa que realmente não deseje ir. Festa chata? Enterro? Inauguração de botique de amiga? Casamentos condenados? Quinze anos mala? Quando eu disser que não vou, não vou e pronto.
Ah, a liberdade! Será doce e engraçada. A liberdade será sapeca, sem vícios e sem medo de morrer. Nunca mais irei a algum programa que realmente não deseje ir. Festa chata? Enterro? Inauguração de botique de amiga? Casamentos condenados? Quinze anos mala? Quando eu disser que não vou, não vou e pronto.
“- Mas vovó, o pessoal vai ficar magoado!”
“- Conversa fiada. Vão até curtir minha ausência.”
“- Mas mãe, eles estão contando com sua presença! Vai ficar chato!”
“- Já disse que não vou! A gente fica velha e todo mundo acha que pode mandar? Eu troquei suas fraldas, seu mijão! Agora é que não vou mesmo, só porque vocês estão querendo mandar em mim.”
“- Mas então o que é que eu digo quando perguntarem pela senhora?”
“- Digam que estou com pressão alta, que gripei, que estou com diarréia. Ou simplesmente falem a verdade: ela não veio porque é uma velhinha pentelha e está cada dia mais teimosa. Pronto.”
- Bora sim, eu levo a senhora
-Se insistirem eu vou, mas só pra dormir e babar. Vão querer?
“- Já disse que não vou! A gente fica velha e todo mundo acha que pode mandar? Eu troquei suas fraldas, seu mijão! Agora é que não vou mesmo, só porque vocês estão querendo mandar em mim.”
“- Mas então o que é que eu digo quando perguntarem pela senhora?”
“- Digam que estou com pressão alta, que gripei, que estou com diarréia. Ou simplesmente falem a verdade: ela não veio porque é uma velhinha pentelha e está cada dia mais teimosa. Pronto.”
- Bora sim, eu levo a senhora
-Se insistirem eu vou, mas só pra dormir e babar. Vão querer?
E quando eu não gostar de algum presente vou falar na lata.
- "Pô, sabonete de novo?!"
- "Fala sério: tá me achando Carmem Miranda pra usar um colar desse?"
- "Minha filha, faz tempo que Deus me libertou dessas calcinhas."
- "Camisola tudo bem, mas mortalha já é de mais!"
- "Tem etiqueta de troca?"
E se me chatearem muito vou usar a clássica frase: “Respeitem meus cabelos brancos!” Sempre tive vontade de atacar com esses dizeres. Quando parar de pintar os cabelos finalmente será possível. Claro, porque você não espera que eu passe o resto da vida refém de tinturas.
Vou também incorporar vários personagens. Chico Anísio que se cuide. Serei uma velhinha doente quando estiver querendo atenção e divertida quando quiser curtir com a cara dos outros e compreensiva ou cheia de dicas quando estiver a fim da companhia dos jovens. E serei religiosa, cozinheira, contadora de histórias, atleta (sério! Só ainda nãoo bolei como) sexóloga (pretendo conservar a memória), sacana (só para variar) dorminhoca, espertinha. Tudo dependerá da posição das marés, da lua, da época do ano, do ciclo das chuvas e, principalmente, do meu fígado. Porque não terei problema de pressão, entendido?
Nem tente traçar meu mapa astral que lhe dou uma bengalada. Claro que vou usar bengala. Não porque vá precisar mas para compor corretamente um dos meus personagens de estimação: a velhinha frágil.
Para um plano perfeito não pode faltar o fecho triunfal: a morte. É quando vou sair de cena e deixar para trás todos os meus cacarecos. Jogue fora se quiser, menos as fotos e as poesias porque aí já é desaforo.
Planejo ser dessas vovozinhas cheias de saúde que fazem o favor de morrer de repente enquanto cochilavam na cadeira de balanço - podem ir comprando a minha. Quero uma com o aro de madeira bem grande de forma que ocupe metade da sala e proporcione um movimento bem amplo. Não me venha com aquelas de mola.
Eu mesma vou bolar a programação para meu funeral. Músicas, flores, tempo de duração etc. Aguardem. Se não todos, pelo menos uma meia dúzia de pessoas espero que chorem, nem que seja um pouquinho. Não é possível que eu só tenha feito merda nessa vida!
Ainda não me mandaram preencher nenhum formulário mas se eu tiver escolha prometo não virar fantasma. Uma vez morta vou cair fora desse mundo com mala e cuia. Ah, esqueci que dessa vida a gente não leva nada... Bem, podem ficar com a cuia. A mala dê para os pobres.
O certo é que pretendo ir para aquele outro mundo onde peito não cai. Mas no caso improvável de ter que virar fantasma e precisar vagar por aqui (ô programa de índio!) juro não aparecer para ninguém a noite nem fazer barulhos estranhos na cozinha. Nem arrastar correntes. O máximo que vou fazer é olhar para todos vocês com ternura e talvez beijar-lhes a testa bem de leve para que não acordem assustados.
Depois é claro: vou para a night que ninguém é de ferro.
Ainda não me mandaram preencher nenhum formulário mas se eu tiver escolha prometo não virar fantasma. Uma vez morta vou cair fora desse mundo com mala e cuia. Ah, esqueci que dessa vida a gente não leva nada... Bem, podem ficar com a cuia. A mala dê para os pobres.
O certo é que pretendo ir para aquele outro mundo onde peito não cai. Mas no caso improvável de ter que virar fantasma e precisar vagar por aqui (ô programa de índio!) juro não aparecer para ninguém a noite nem fazer barulhos estranhos na cozinha. Nem arrastar correntes. O máximo que vou fazer é olhar para todos vocês com ternura e talvez beijar-lhes a testa bem de leve para que não acordem assustados.
Depois é claro: vou para a night que ninguém é de ferro.
Cristina Faraon
26 de mai. de 2007
As despetaladas

Este rosto pelo menos lhe parece familiar?
Trata-se de uma atriz famozézima. Uma ex-gostosa. Você assistiu novelas e filmes estrelados por ela. Você a invejava. Ela era linda, roliça. Tinha coxas grossas que configurava crime serem escondidas em calças compridas. Ela era obrigada por questões morais a usar mini saia. Era rosada e seu sorriso mostrava saúde, vitalidade e muito gás a ser gasto com amor, amor, amor. Era uma garota completamente abraçável, apalpável, apertável e fungável. O problema é que ficou famosa demais e o que se seguiu a isso foi a pressão para jogar as carnes fora. Pois é, a iludida aí trocou a beleza real pela beleza virtual, que só convence em fotos, com muita maquiagem e, de preferência, embrulhada em alta costura.
Eu, hein!
Diversas vezes me surpreendi ao rever atrizes ex-gostosas. Mulheres lindas que viraram esqueleto, envelheceram uns 8 anos, trocaram coxas por cambitos e hoje ainda conseguem sorrir confiantes. Estranho, estranho mesmo! Quando vejo essas mulheres sempre exclamo "-Por que será que ela fez isso consigo mesma? Que lástima! Ela era tão linda!"
Lembra como antigamente a Fernanda Torres era um amor em sua beleza roliça e branca? Um anjo barroco! Ela não era gorda, apenas tinha carne. Que mal havia nisso?
Outra que se detonou e envelheceu uns 10 anos rapidinho foi a Cássia Kiss. Era tão bonita! Mas emagreceu impiedosamente. Dá até agonia de olhar.
Quer mais um exemplo de mulher que estava incomodada com a própria beleza? A Débora Secco. Virou palito. Um palito bem produzido, claro. Mas palito.
Sobre a Giselle... não sei se algum dia já teve bunda, coxas e cintura. Acho que nasceu assim mesmo: rosto e cabelo. Tudo bem, não tem culpa. Mostrou-se até inteligente por ter conseguido tirar proveito da própria carência.
Agora me digam: o que esse povo da moda tem contra as coxas? Principalmente aquele par que transborda em quadris redondos, dançantes e apetitosos? Vai dizer que é feio?
Vou pedir uma coisa: nunca mais elogie uma mulher bonita. Cale-se. Finja que não viu. Elogio hoje em dia funciona como maldição: no mês seguinte a sua deusa pode ter sido transformada em escombro de ossos sorridentes. E o pior: a culpa vai ser sua!
Sendo assim, manifesto aqui meu sincero pesar por todas as antigas flores que se livraram das pétalas e hoje sobrevivem como caules.
12 de mai. de 2007
Com motivo


Tenho bons motivos para postar estas fotos.
Sei que elas estão famosas na internet. Você já deve te-las recebido mais de uma vez em seu e-mail, enviadas sob o título de "Um Minuto Antes da Surra."
Essas fotos não estão aqui apenas por serem engraçadas. A intenção não é fazer rir; é fazer lembrar... Elas estão aqui para nos trazer à memória aquela coisa deliciosa que nunca mais vivemos, nunca voltaremos a provar e que até esquecemos de que um dia existiu.
Falo da alegria pura e despreocupada de fazer travessura. Falo da euforia de criar e se divertir com a própria criação. Falo de ser dono do mundo e poder mudar a utilidade dos objetos sem nem cogitar se isso seria ou não permitido.
Pois é. Essa capacidade é uma das coisas que perdemos inapelavelmente quando ficamos adultos. Não que tenhamos deixado de fazer travessuras. As vezes até fazemos. Mas faça um teste: apronte uma "traquinagem" caprichada e corra para o espelho. Se você flagrar em seus olhos um brilho pelo menos parecido com o dessas crianças eu entrego os pontos dizendo que estou errada.
Olhe bem para elas. Não vem à lembrança o quanto era gostosa essa coisa de simplesmente não conseguirmos pensar no resultado de nossas ações?
Amigo, você perdeu isso. Meus sinceros pêsames. Você pode até fazer m... e sentir certo contentamento momentâneo mas ele logo cede lugar a uma espera torturante: o"resultado".
Mesmo sem o fantasma do resultado, as travessuras adultas não produzem esse mesmo estado de graça que percebemos nessas crianças.
Olhe só o menino da tinta branca como parece feliz! A alegria que ele sentiu produzindo e depois contemplando sua obra de arte é uma coisa maravilhosa que nós adultos simplesmente não temos mais.
Com toda a sinceridade: a foto do menino sujo de tinta me comove mesmo. Dá até um aperto no coração, uma saudade doída, uma imensa ternura por ele.
Que vontade de abraçar o menininho! Que vontade de rir com ele e esquecer o preço de cada coisa que ele estragou!
Confesso: eu queria sentir isso de novo. Sem prever o resultado, sem culpa e sem medo da chinelada.
Já não basta perdermos com o tempo a pele de pêssego, tínhamos que perder isso também? Não me parece justo...

Sei que elas estão famosas na internet. Você já deve te-las recebido mais de uma vez em seu e-mail, enviadas sob o título de "Um Minuto Antes da Surra."
Essas fotos não estão aqui apenas por serem engraçadas. A intenção não é fazer rir; é fazer lembrar... Elas estão aqui para nos trazer à memória aquela coisa deliciosa que nunca mais vivemos, nunca voltaremos a provar e que até esquecemos de que um dia existiu.
Falo da alegria pura e despreocupada de fazer travessura. Falo da euforia de criar e se divertir com a própria criação. Falo de ser dono do mundo e poder mudar a utilidade dos objetos sem nem cogitar se isso seria ou não permitido.
Pois é. Essa capacidade é uma das coisas que perdemos inapelavelmente quando ficamos adultos. Não que tenhamos deixado de fazer travessuras. As vezes até fazemos. Mas faça um teste: apronte uma "traquinagem" caprichada e corra para o espelho. Se você flagrar em seus olhos um brilho pelo menos parecido com o dessas crianças eu entrego os pontos dizendo que estou errada.
Olhe bem para elas. Não vem à lembrança o quanto era gostosa essa coisa de simplesmente não conseguirmos pensar no resultado de nossas ações?
Amigo, você perdeu isso. Meus sinceros pêsames. Você pode até fazer m... e sentir certo contentamento momentâneo mas ele logo cede lugar a uma espera torturante: o"resultado".
Mesmo sem o fantasma do resultado, as travessuras adultas não produzem esse mesmo estado de graça que percebemos nessas crianças.
Olhe só o menino da tinta branca como parece feliz! A alegria que ele sentiu produzindo e depois contemplando sua obra de arte é uma coisa maravilhosa que nós adultos simplesmente não temos mais.
Com toda a sinceridade: a foto do menino sujo de tinta me comove mesmo. Dá até um aperto no coração, uma saudade doída, uma imensa ternura por ele.
Que vontade de abraçar o menininho! Que vontade de rir com ele e esquecer o preço de cada coisa que ele estragou!
Confesso: eu queria sentir isso de novo. Sem prever o resultado, sem culpa e sem medo da chinelada.
Já não basta perdermos com o tempo a pele de pêssego, tínhamos que perder isso também? Não me parece justo...

11 de mai. de 2007
Proponha

"...Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção..." Skank
Hoje apaixone-se.
Ou invente uma paixão. Dê seu jeito.
Nada será falso. Será um delicioso quase-verdade. E afinal de contas o que é verdade nessa nossa vida?
O amor é inventável tanto quanto a história é reinterpretável. Será verdade se você quiser que seja. Se publicar em livros didáticos melhor ainda. De qualquer forma valerá pela fantasia e pelo momento mágico (mágica também é inventável!) com direito a tudo. Eu disse tudo.
Proponha isso a alguém. É bem possível que esse alguém também esteja carente de uma paixão avassaladora (e quem não está?) e tope a brincadeira. Já pensou que esse alguém também possa estar vivendo em preto-e-branco?
Monte um esquema e faça de conta que está morrendo de amores por aquela pessoa pela qual você não morre de amores. Espante os receios garantindo que à meia noite o encantamento acaba e que por isso o risco de sofrimento é mínimo. Taí uma mentira necessária.
Brinque disso mas não se assuste se de repente uma luz fora do script acender-se nesse palco.
Você vai gostar. Monte essa peça teatral só porque é bom e tem a ver com os sonhos de todos os mortais. Mate de inveja os acomodados e diga sim à pirataria.
Creia: uma encenação dessa poderá até atrair bons fluidos! Desperte a curiosidade do Amor. Quem sabe ele se aproxime de vocês só para observar. Quem sabe ele goste, encante-se e deixe-se estar. Essa é a hora: sequestre o Amor!
A idéia de sequestro lhe parece um tanto violenta? Tudo bem, fique com o plano B: finja que não notou a presença do Amor observando por trás do palco, embevecido. Capriche na encenação e espere que ele se comova. Sabe, esse tipo de esforço é mesmo tocante. E quem sabe uma vez comovido o Amor até se esqueça de ir embora.
Cristina Faraon
10 de mai. de 2007
Vai acontecer

Pela primeira vez vai conseguir ouvir todos os sons do mundo, tudo ao mesmo tempo, numa sinfonia alucinante.
Não há mais “barulhos”, mas sons que, estranhamente, convivem com o silêncio. Eles não são mais contrários. É como que se beijassem apaixonadamente. Fizeram as pazes!
O silêncio será quase palpável e cheio de significado. Você distinguirá perfeitamente as duas coisas e isso não lhe parecerá estranho. Aliás, aos poucos tudo vai se “desestranhando” diante de seus olhos, como um enorme novelo que se desembaraça.
Todas as perguntas que lhe inquietavam estarão respondidas de uma só vez. O entendimento total entrou em você como bola de fogo e as questões simplesmente desintegraram-se. Todas.
Tudo é agora tão obvio! Quais eram mesmo as suas angústias? Não importa, não importa mais. O certo é que a verdade está estampada, brilhante como o sol, despida de qualquer dubiedade. Tudo faz sentido.
Que dia é hoje?
Você entende com clareza porque e para quê nasceu, o motivo das guerras, das dores, das alegrias voláteis , galáxias... o escuro, o frio, o sol, a água, a morte, a saudade, o amor, a dor, o ódio, o êxtase, bondade, maldade...
Todas as coisas são apenas os braços sinuosos do mesmo rio - A Verdade.
Claro, claro... não poderia ser de outra forma! A noite segue-se ao dia e o dia à noite e tudo canta em seu próprio ritmo que, no entanto, juntando-se aos demais, forma um “tudo” do qual você é parte integrante e bela.
Agora você nota os bilhões de tons de cores dançando à sua frente. Cores novas e indescritíveis! Nuances deslumbrantes que jamais havia notado - e ainda assim o mundo continua o mesmo. O mesmíssimo mundo onde você nasceu. Tudo parece familiar e novo ao mesmo tempo. Todos os contrários coexistem de maneira inimaginável até pouco tempo atrás.
Como você não reparou nisso antes? É claro que o mar fala. Ele canta em tons graves - agora é possível ouvir. Tudo tem som.
Há som nas pedras e no orvalho, no arrastar sedoso das nuvens, no apodrecimento da fruta no chão, na ovulação das mulheres, no momento do enamoramento, na formação dos cristais, na dança dos vermes, nas decomposições, nas carnes mortas despregando dos ossos, na pétala que se desabraça da flor.
Algumas coisas falam, outras gritam e várias outras cantam. O fato é que tudo é som, luz e vibração. É possível ver e até contar todas as formas de vida que cabem em uma gota de água. Basta aproximar os olhos e tudo fica nítido, perfeitamente visível. É ´só aproximar os olhos e fixa-los em qualquer ponto, que toda a constituição do que você estiver olhando se descortina como um livro que se abre ao vento.
Por algum motivo essa beleza toda não oprime seu coração, não se transforma em nó na garganta, em pele arrepiada, tremor ou lágrima. Pela primeira vez você conheceu a beleza em estado bruto e mesmo assim não é possível perceber em si mesmo manifestação física alguma.
A princípio tudo isso é muito instigante. Impossível dizer quanto tempo você passa discernindo todas as combinações que compõe o universo ou deslumbrando-se diante de todas as formas de vida.
Tudo é forma de vida.
Aos poucos... uma sensação nova: uma saciedade jamais experimentada até então: saciedade de vida e de conhecimento. Tudo foi visto, rebuscado, percebido, analisado, entendido, decifrado. Um vento cálido passa ... através de você. E você entende o que ele diz, o que sem pressa lhe propõe.
Você é chamado a algo mais. Uma inquietação semelhante a uma nova curiosidade lhe impele a seguir adiante. Você ainda não sabe onde fica o "adiante" mas não há pressa - só pendor.
Então, saciado, você novamente olha em volta. Por algum motivo percebe e sente e sabe e vê que não faz mais parte. Precisa seguir. É inevitável seguir. Há um tipo diferente de magnetismo doce e irresistível. Você vibra pelo que, de alguma forma, sabe que vai acontecer. Sabe que é bom e está além, muito além.
Aos poucos você é tomado pela convicção de que o mundo todo se repete ... repete... repete... e assim será para sempre.
Alguma coisa mudou?
Você está destoando; não faz mais parte dessas coisas! Você precisa mesmo ir, quer muito, a ponto de começar a se inquietar.
De fato você se levantou rápido demais, leve demais...
Cristina Faraon
8 de mai. de 2007
Theodora e Victoria *

Doce, doce Theodora! Moreninha tão faceira
Que não se contém em seu mundo e invade nossa praça
Mas o faz tão lindamente e de forma tão certeira
Que tudo é seu num segundo e seu encanto não passa.
Seus olhos são estrelinhas com tanta vida contida
Que quisera fosse minha – filha ou melhor amiga.
Tem a beleza do cisne e a agitação da formiga.
Outro encanto é a Victória, bem princesa em seu jeito
De rio manso de águas claras morando em calmo leito
E deixa tantos sorrisos que ficam pra sempre no peito.
Lindo rio é a Victória de águas claras e puras
De sombras morenas nas margens e folhinhas na cintura
Beleza bem natural, tu serás sempre feliz
Por ter aura de pureza e meiguice até a raiz.
Desse jeito elas são hoje, mas não será sempre assim
Vão crescer, ficar mais belas e talvez esquecer de mim.
Então eu fiz esses versos pensando muito em vocês
Quem me dera, com as duas, me juntar e formar três!
Cristina Faraon
(Para duas menininhas lindas que conheci)
6 de mai. de 2007
Sereia

Estranha mistura! Mundos desiguais
Balanço macio de curta marola
Você foi pescado na beira do cais
Balanço macio de curta marola
Você foi pescado na beira do cais
Esquece os receios que eu tenho os meios
De tornar real o que vens a sonhar
E o mais que quiseres terás em meus seios
Conhece os segredos do fundo do mar
Conhece o segredo da tua sereia
Na malha que prende mas vai te embalar
E deita com ela, é clara a areia
Gentil purpurina no corpo a arfar
Veredas ocultas... estreito canal...
Esqueça, não busques de novo tua nau
Conhece os segredos do fundo do mar
Conhece o segredo da tua sereia
E fecha teus olhos quando ela cantar
Ah, as cores brilhantes de escamas fininhas
E os outros detalhes da tua formosa
Ah, rende-te às ondas de suas anquinhas
E agora sem medo, e agora sem culpa
Já nem te perguntas se é perigosa?
Tão bom ritual em molhada garupa
Quem manda ou obedece não dá pra saber
Em algas e ais te mantém geniosa
A deusa do mar com grilhão de mulher
Sê presa bem mansa e depois de me amar
Cativo descansa que vou te acolher
Na concha de escamas no fundo do mar
Oculto, onde o tempo tu vais esquecer.
Cristina Faraon
1 de mai. de 2007
O Que Eu Também Não Entendo

Se você é solteiro, não adianta explicar.
Se você é casado, nem precisa.
Jota Quest
Composição: Fernanda Mello e Rogério Flausino
Composição: Fernanda Mello e Rogério Flausino
O Que Eu Também Não Entendo
Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo
Amar não é ter que ter sempre certeza
É aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo e não precisar fingir
É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir
Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito mas com você eu posso ser
Até eu mesmo que você vai entender
Posso brincar de descobrir desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você eu tô tranquilo, tranquilo
Agora o que vamos fazer, eu também não sei
Afinal, será que amar é mesmo tudo?
Se isso não é amor, o que mais pode ser?
Estou aprendendo também
Já pensei em te largar, já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser até eu mesmo
Que você vai entender
Posso brincar de descobrir desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você eu tô tranquilo, tranquilo
Agora o que vamos fazer? Eu também não sei
Afinal, será que amar é mesmo tudo?
Se isso não é amor, o que mais pode ser?
Estou aprendendo também.
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