Esses dias eu estava ouvindo uma reportagem a respeito da proibição de dar armas ao pessoal da Guarda Municipal principalmente em cidades com menos de cinquenta mil habitantes. Juízes liberavam, Exército dizia que era ilegal e que teriam que recolher as que fossem compradas.
Uma das pessoas que estavam argumentando diziam que a Guarda Municipal não precisa de armas, que eles estão ali para proteger o patrimônio só "no papo". Rodrigo Pimentel ambém pensa assim (http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=128711).
Tenho a dizer que se o nosso povo é tão educado e respeitador a ponto de a Guarda Municipal não precisar de armas, então de fato esse povo educado e respeitador nem precisa de Guarda Municipal. Mandem os rapazes para casa.
Só fico pensando que em um país como o nosso, onde não se respeita nem polícia armada... Se o Guarda olhar feio para um pixador ele (o Guarda) é capaz de apanhar.
Essa ideia ser revista.
Tudo bem, a culpa não é de linguém a não ser dos políticos. De lá vem as leis que infernizam as nossas vidas.
Leia também:
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/uso-de-arma-por-guarda-municipal-deve-ser-revisto/n1237618923067.html
Marcadores
Coisas de e-mail
(1)
Comentando notícias
(27)
Contos
(16)
Críticas
(6)
Crônicas
(61)
Curtinhas
(40)
Discuções manjadas
(14)
Famosos
(14)
Filmes - comentários
(8)
Generalidades
(148)
Implicando com Paulo Coelho
(4)
Memórias
(23)
Música
(7)
O QUE EU PENSO SOBRE:
(5)
Opinião
(106)
Pensamento do dia
(4)
Poemas
(52)
Polêmica
(42)
Reflexões
(231)
Textos poéticos
(67)
Vi por aí
(16)
Vídeos
(1)
.

29 de nov. de 2011
Evitando assaltos
Esses dias dei uma sugestão legal sobre como conter rebeliões em presídios. Agora ataco novamente.
Você já deve ter notado que em praticamente todos os assaltos a estabelecimentos comerciais ou condomínios os assaltantes estão usando bonés ou capacete de moto. Se eles usam é porque isso os ajuda. A solução é a mais simples possível: é só proibir a entrada de pessoas usando chapéus, bonés ou qualquer outro adereço que dificulte sua identificação.
"- Está usando boné? Tire por favor, deixe aqui na portaria. Não quer? Então não entra, sinto muito. Medida de segurança. "
E não me venha falar em lei, que não existe "Lei do Boné." Na maioria dos estabelecimentos estão criando caso até com a entrada de policiais! Vemos um monte de gente "acima da Lei" que está dificultando a entrada de policiais armados em certos estabelecimentos. Isso já deu muita briga. O policial vem montado em uma Lei, tem porte de arma, está identificado e ainda assim um guarda qualquer se acha com autoridade de ignorar a lei e tentar impedir sua entrada. Então qual seria o problema de começarmos a barrar bonés e capacetes de moto?
Eu, por exemplo, não consigo mais entrar em um banco nem com moedas! Chaves e bijouterias então são tratadas como armas de guerra! Então por quê um rapaz não pode ser impedido de entrar de boné se isso significa mais segurança para todos?
Isso é simples e fácil de executar e tenho certeza de que é uma medida válida e eficaz. Não vai acabar com os assaltos, mas vai dificultar a vida dos assaltantes e facilitar a vida da polícia. Não é o que se quer?
O melhor é que dessa vez a galera dos Direitos Humanos não vai ter por quê frescar. Eu acho.
Você já deve ter notado que em praticamente todos os assaltos a estabelecimentos comerciais ou condomínios os assaltantes estão usando bonés ou capacete de moto. Se eles usam é porque isso os ajuda. A solução é a mais simples possível: é só proibir a entrada de pessoas usando chapéus, bonés ou qualquer outro adereço que dificulte sua identificação.
"- Está usando boné? Tire por favor, deixe aqui na portaria. Não quer? Então não entra, sinto muito. Medida de segurança. "
E não me venha falar em lei, que não existe "Lei do Boné." Na maioria dos estabelecimentos estão criando caso até com a entrada de policiais! Vemos um monte de gente "acima da Lei" que está dificultando a entrada de policiais armados em certos estabelecimentos. Isso já deu muita briga. O policial vem montado em uma Lei, tem porte de arma, está identificado e ainda assim um guarda qualquer se acha com autoridade de ignorar a lei e tentar impedir sua entrada. Então qual seria o problema de começarmos a barrar bonés e capacetes de moto?
Eu, por exemplo, não consigo mais entrar em um banco nem com moedas! Chaves e bijouterias então são tratadas como armas de guerra! Então por quê um rapaz não pode ser impedido de entrar de boné se isso significa mais segurança para todos?
Isso é simples e fácil de executar e tenho certeza de que é uma medida válida e eficaz. Não vai acabar com os assaltos, mas vai dificultar a vida dos assaltantes e facilitar a vida da polícia. Não é o que se quer?
O melhor é que dessa vez a galera dos Direitos Humanos não vai ter por quê frescar. Eu acho.
28 de nov. de 2011
A grande maioria

De vez em quando ouço pessoas criticando a expressão "grande maioria" como se ela fosse incorreta, uma redundância. Dizem: "se é maioria, já é grande! Então não tem sentido dizer "grande maioria".
Tem sentido sim.
Pra começar: você já deveria ter notado que nem toda a maioria é grande. Uma maioria de 55% é uma maioria pequena, inexpressiva. Pode significar o fim uma disputa, mas jamais significará a glória. Já uma maioria de 99% é uma grande maioria. E não me venha dizer que 55% é igual a 99% pelo amor de Deus.
Uma pequena maioria jamais expressa a vontade de quase todos. Uma pequena maioria é quase empate. Então se você faz uma enquete e o resultado dá 80, 90% ou mais, isso quer dizer que quase todo mundo tem a mesma opinião. Se uma pequena maioria ganhou, isso quer dizer que existem muitos discordantes.
Receber votos de uma grande maioria é a consagração. Agora ser eleito por uma pequena margem de votos a mais é um lance bem chocho. Só a derrota é pior.
Portanto, agora que já está tudo explicadinho, PARE DE IMPLICAR com a grande maioria. Certo?
26 de nov. de 2011
Comédias, romances & baratas
Depois de muito detonar e falar mal acabei assistindo todo aquele seriado Sex and the City. Tenho mil críticas mas não é exatamente sobre isso que quero falar agora. Quero raciocinar com vocês sobre sua classificação.
Dando uma olhadinha na embalagem dos DVDs observei, surpresa, que está classificado como "comédia." Como assim? Pensei que fosse drama... ou auto ajuda... ou romance.
Se a percepção "deles" está certa e a minha errada, então devo ter me equivocado muitas vezes na vida sem perceber. O desdobramento dessa conclusão é... catastrófico.
Certo, estou sendo dramática.
Onde eu quero chegar: nós sempre rotulamos as cenas das nossas vidas. A questão é: estamos rotulando corretamente?
Imagine confundir aventura com romance. Ou romance com comédia! Ou drama com documentário. Ou - pior de todos - ficção científica com reportagem!
Pulando para um outro ponto: estou refletindo agora sobre o quanto a classificação "romance" pode estar próxima da classificação "comédia". Acho que por isso existem as tais "comédias românticas". A princípio parece um tanto desrespeitoso misturar esses dois gêneros mas pensando bem... pode ter tudo a ver.
Essa questão deve significar alguma coisa se pensarmos em como temos interpretado os fatos da vida...
Talvez meu erro de percepção em relação a Sex And The City não tenha sido tão grosseiro assim.
1- Vai ver que NÃO EXISTE essa divisão que eu acreditava existir, a qual coloca "comédia" como uma categoria àparte de "romance".
2- Ao contrário: provavelmente a comédia permeie TODOS os estilos de vida. Assim com as baratas estão em todos os lugares, rindo de nós, dos nossos sustos e da nossa mania de limpeza.
3- É... Vai ver que tudo é comédia. A gente é que é lerdo para perceber.
Depois de muito detonar e falar mal acabei assistindo todo aquele seriado Sex and the City. Tenho mil críticas mas não é exatamente sobre isso que quero falar agora. Quero raciocinar com vocês sobre sua classificação.
Dando uma olhadinha na embalagem dos DVDs observei, surpresa, que está classificado como "comédia." Como assim? Pensei que fosse drama... ou auto ajuda... ou romance.
Se a percepção "deles" está certa e a minha errada, então devo ter me equivocado muitas vezes na vida sem perceber. O desdobramento dessa conclusão é... catastrófico.
Certo, estou sendo dramática.
Onde eu quero chegar: nós sempre rotulamos as cenas das nossas vidas. A questão é: estamos rotulando corretamente?
Imagine confundir aventura com romance. Ou romance com comédia! Ou drama com documentário. Ou - pior de todos - ficção científica com reportagem!
Pulando para um outro ponto: estou refletindo agora sobre o quanto a classificação "romance" pode estar próxima da classificação "comédia". Acho que por isso existem as tais "comédias românticas". A princípio parece um tanto desrespeitoso misturar esses dois gêneros mas pensando bem... pode ter tudo a ver.
Essa questão deve significar alguma coisa se pensarmos em como temos interpretado os fatos da vida...
Talvez meu erro de percepção em relação a Sex And The City não tenha sido tão grosseiro assim.
1- Vai ver que NÃO EXISTE essa divisão que eu acreditava existir, a qual coloca "comédia" como uma categoria àparte de "romance".
2- Ao contrário: provavelmente a comédia permeie TODOS os estilos de vida. Assim com as baratas estão em todos os lugares, rindo de nós, dos nossos sustos e da nossa mania de limpeza.
3- É... Vai ver que tudo é comédia. A gente é que é lerdo para perceber.
23 de nov. de 2011
São Paulo
Estive novamente em São Paulo. Conferi: São Paulo continua feia. Continua cada dia mais lotada de carros. São Paulo é uma cidade que vive correndo mas, contraditoriamente, tem o trânsito parado.
São Paulo tem de tudo mas você não vai atrás de nada porque não vale a pena o aborrecimento. São Paulo é uma cidade que se acha "civilizada" mas que espanca homossexuais e odeia nordestinos. Detalhe: o que não é Sul nem Sudeste é, obrigatoriamente, nordeste - não importa o que os livros didáticos digam.
O fecho desse pequeno texto é "nenhum". Escrevi por escrever. Que bom estar de volta!
São Paulo tem de tudo mas você não vai atrás de nada porque não vale a pena o aborrecimento. São Paulo é uma cidade que se acha "civilizada" mas que espanca homossexuais e odeia nordestinos. Detalhe: o que não é Sul nem Sudeste é, obrigatoriamente, nordeste - não importa o que os livros didáticos digam.
O fecho desse pequeno texto é "nenhum". Escrevi por escrever. Que bom estar de volta!
Nelson Rodrigues - um delicioso texto
"Entro na redação e vejo uma estagiária (...) Quando eu entrei a primeira vez numa redação, acabava de fazer 10 anos. Com a trágica inocência das calças curtas, tive a sensação de que entrava numa outra realidade. As pessoas, as mesas, as cadeiras e até as palavras tinham um halo intenso e lívido. Era, sim, uma paisagem tão fascinante e espectral como se redatores, mesas, cadeiras e contínuos fossem seres submarinos.
Com o tempo, houve uma progressiva acomodação óptica entre mim e os vários jornais onde trabalhei. E as coisas passaram a ter a luz exata. Sempre restou em mim, porém, um mínimo de deslumbramento inicial. Até hoje, os seres da redação ainda me parecem de um certo dramatismo e têm não sei que toque alucinatório. (...) Nós, de jornal, estamos meio-tom acima da rígida normalidade.
E, ontem, ao entrar na redação e ao ver a estagiária, imaginei que também ela é um ser admirável. Sua dessemelhança do resto da redação é escandalosa. Por exemplo – meu caso. Trabalho na imprensa desde os treze anos. Depois de 43 de atividade, tenho uma euforia profissional bem escassa, (...) Ao passo que a estagiária, com seu delicioso odor da PUC, desliza entre as mesas e as cadeiras com a leveza irreal , a agilidade incorpórea das sílfides.
Mas o que me assombra, na estagiária, não é sua graça pessoal (...). O que me assombra são as suas perguntas. O leitor há de imaginar que exagero. Nem tanto, nem tanto. Mas uma dessas meninas irreais de redação é bem capaz de atropelar um presidente, um rajá, um gangster, um santo e perguntar: -- “Que me diz o senhor, ou a senhora, de Jesus Cristo, do Nada Absoluto, do Todo Universal ou da pilula ?”.
Chego à redação e vejo a estagiária.
Ela pergunta, numa satisfação absurda : — Deus está superado? A princípio não liguei as duas coisas, isto é, a pergunta à minha crônica de ontem. Não sei se vocês leram. Mas contei na minha última crônica, que Domingo passado, em Belo Horizonte, um jovem padre fez esta declaração: — Depois da Apolo-8 [foi a segunda missão tripulada do projeto Apolo da NASA que decolou em 1968 e os tripulantes não pousaram na lua] não se pode mas acreditar num Deus superado!
A igreja transbordava de católicos. E ninguém insinuou o mais vago protesto, nem se ouviu um platônico muxoxo. Pelo contrário. Os presentes se entreolhavam como se dissessem. É mesmo ! É mesmo !. O jovem padre de passeata sentiu o sucesso e o agarrou pelos cabelos. Com a Apolo-8 morrera um Deus e nascera outro Deus. De um momento para outro os valores da véspera se tornaram caducos. O sacerdote estava propondo, como réplica à Apolo-8, um Deus-8. E, quando viesse a Apolo-9, a Igreja providenciaria um Deus-9. O nosso padre de passeata era nítido e era profundo: — A Igreja não pode ficar insensível à tecnologia !
Eu ia responder, quando ela se ergueu:— Volto já, volto já.
Volta a estagiária. Esquecida da primeira pergunta, fez uma outra: — Pra que serve a tecnologia? Digo, cauteloso: — Depende. A estagiária não me deixou prosseguir. Achou que o "depende" era uma resposta total e de uma clarividente originalidade. Passou à outra pergunta:— Você não achou muito cara a Apolo-8?. Fui quase agressivo:— Baratíssima!. Protestou: — Mais de 1 bilhão de dólares! ...
E, então com paciência, tentei explicar-lhe o meu ponto de vista. O comandante da nave rezara a 380 mil quilômetros da Terra. A simples oração justificava qualquer orçamento.
Eu bem sabia que a Apolo-8 fizera dez voltas em torno da Lua. Isso foi o de menos. O importante era o gesto de amor, ou seja, a oração.
Se, lá em cima, alguém pediu por nós, pediu pelo amor entre os homens. E pediu que cada qual amasse do próximo como a si mesmo, a Apolo-8 está salva e os milhões de dólares são um preço de liquidação da 25 de março.
(O Reacionário – Memórias e Confissões, da obra de Nelson Rodrigues – Cia. das Letras – 2002 – Seleção Ruy Castro- com adaptações de Sidney C.)
tras – 2002 – Seleção Ruy Castro- com adaptações de Sidney C.)
21 de nov. de 2011
A loucura nossa de cada dia
Dizem que "olhando de perto ninguém é normal". Taí uma verdade que a gente sempre esquece. Frequentemente nos sentimos solitários em nossa lucidez ou solitários em nossa loucura.
De fato a loucura é solitária embora não seja exclusividade de ninguém.
Penso que a melhor forma de fomentarmos a união de todos os loucos é confessando nossas loucuras uns aos outros. Assim todo mundo fica consciente de que viver é assim mesmo e está todo mundo no mesmo orifício. Para dar o exemplo vou começar me expondo:
Toda vez que entro no carro, principalmente à noite, me vem à mente a fantasia de que há um assassino no banco de trás esperando com uma faca na mão para cortar o meu pescoço ou me estrangular com um fio. Não que eu acredite nisso, mas simplesmente a imagem me vem. Por isso costumo olhar rapidinho para o banco de trás quando entro no carro. Ultimamente acho que estou melhorando porque nem sempre olho para trás. Já estou me acostumando com o assassino. Isso é uma evolução!
Essa sensação recorrente não me causa problemas, só uma pequena "coceira mental". Nada grave. Deve ter sido algum filme que assisti.
Outra loucura que tive, menos estranha, foi passar décadas alimentando a fantasia de que meu pai não morrera. Foram décadas acreditando, no fundo no fundo, que ele entraria pela porta de casa dizendo algo como "não morri, voltei pra vocês!" Ou que um dia eu seria chamada para conversar com um senhor velhinho e ele diria ao final que era meu pai, que me amava muito e seríamos felizes para sempre. Nada razoável, né? Um dia, depois de uma crise de choro fora de hora (eu tinha já uns trinta e poucos anos) me livrei dessa dor. Ô luto longo! Não pode ser normal.
Não há nada tão estranho nessas duas confissões mas ambas nos remetem aos portadores de delírios dolorosos, medos incuráveis, fixações persistentes. Claro que há os loucos felizes, que pensam que são Napoleão, que são Jesus Cristo ou que são bonitos. Mas há os loucos que sofrem, que ouvem vozes, que não têm paz. As vezes penso muito nessa prisão, que é de dentro pra fora. Deve ser muito difícil viver assim.
É só isso que eu queria dizer hoje. Só um texto de solidariedade.
De fato a loucura é solitária embora não seja exclusividade de ninguém.
Penso que a melhor forma de fomentarmos a união de todos os loucos é confessando nossas loucuras uns aos outros. Assim todo mundo fica consciente de que viver é assim mesmo e está todo mundo no mesmo orifício. Para dar o exemplo vou começar me expondo:
Toda vez que entro no carro, principalmente à noite, me vem à mente a fantasia de que há um assassino no banco de trás esperando com uma faca na mão para cortar o meu pescoço ou me estrangular com um fio. Não que eu acredite nisso, mas simplesmente a imagem me vem. Por isso costumo olhar rapidinho para o banco de trás quando entro no carro. Ultimamente acho que estou melhorando porque nem sempre olho para trás. Já estou me acostumando com o assassino. Isso é uma evolução!
Essa sensação recorrente não me causa problemas, só uma pequena "coceira mental". Nada grave. Deve ter sido algum filme que assisti.
Outra loucura que tive, menos estranha, foi passar décadas alimentando a fantasia de que meu pai não morrera. Foram décadas acreditando, no fundo no fundo, que ele entraria pela porta de casa dizendo algo como "não morri, voltei pra vocês!" Ou que um dia eu seria chamada para conversar com um senhor velhinho e ele diria ao final que era meu pai, que me amava muito e seríamos felizes para sempre. Nada razoável, né? Um dia, depois de uma crise de choro fora de hora (eu tinha já uns trinta e poucos anos) me livrei dessa dor. Ô luto longo! Não pode ser normal.
Não há nada tão estranho nessas duas confissões mas ambas nos remetem aos portadores de delírios dolorosos, medos incuráveis, fixações persistentes. Claro que há os loucos felizes, que pensam que são Napoleão, que são Jesus Cristo ou que são bonitos. Mas há os loucos que sofrem, que ouvem vozes, que não têm paz. As vezes penso muito nessa prisão, que é de dentro pra fora. Deve ser muito difícil viver assim.
É só isso que eu queria dizer hoje. Só um texto de solidariedade.
17 de nov. de 2011
Prostituicao emocional
Esse sentimento deve ter outro nome mas não me ocorre agora: refiro-me àquela coisa de expor comercialmente as coisas mais sagradas que a gente traz no peito. Isso pode ser feito de várias maneiras, mas hoje o que me vem à mente são as coisas sagradas de uma nação.
Pra encurtar: nenhuma raça de gente está mais disposta a vilipendiar as preciosidades emocionais dos outros do que os turistas. Não sei como uma mochila e uma máquina fotográfica pode nos transformar, magicamente, em pessoas tão superficiais. Para um grupo de turistas parece que nada é sagado. Ninguém quer degustar a história dos anfitriões, só tirar fotos. Nada é sentido, nada é aprofundado. Seja o que for que tenha acontecido em um passado glorioso, tudo se transforma em quinquilharia, em souvenir de 1,99. Os sofrimentos, as lutas, a alma, as dores, os bairros esculpidos por décadas, tudo isso vira curiosidade que se desfaz em uma olhadela, em um click.
Os turistam pisoteiam com seus tênis importados quilômetros de flores, ruas e ruas de história. É estranho isso. Nao sei como fica na cabeca dos outros, mas na minha resta sempre um incômodo. Uma história sangrenta precisa ser repassada em frases rapidíssimas de um guia turístico. São as "explicacoes fast food" que resumirão fatos que terminaram em decapitações, conquistas, glórias ou derrotas.
Não era para ser assim. No meu caso, gosto de sentir o espírito de uma época e de um povo. Sinto-me uma herege quando piso um lugar especial às pressas, entre risos e ruídos de sacolinhas plásticas. Não que eu nunca faça isso. Faço, vou na onda, mas me incomoda por dentro. A gente tenta se adaptar mas o que gosto mesmo é de degustar a história imaginando-me dentro dela, de adivinhar os gestos e os suores dos personagens. Aprecio essa coisa de construir mentalmente os sentimentos dos protagonistas, de imaginar como se sentiram os condenados à morte. Geralmente não há tempo para isso, não há clima.
Possivelmente você se sente como eu. Talvez isso seja comum à maioria das pessoas, não sei. Só sei que um grupo de turistas é algo como uma revoada de pássaros sem alma incapazes de entrar no espírito do tango, ou da revolução, da independência, da época da escravidão, das lutas sociais ou dos grandes e célebres romances. Alguma coisa de nós se perde na ponte aérea ou fica rodando para sempre na esteira das bagagens.
Expor a propria historia para um grupo desinteressado é como... é como expor a própria mae à avaliação crítica e seca de homens à procura de diversão.
Algumas coisas são sagradas. Algumas coisas não deveriam ser comercializadas. Alguns pontos turisticos deveriam ser encarados como uma espécie de santuário; se voce nao está no clima, procure o bar mais próximo.
Pra encurtar: nenhuma raça de gente está mais disposta a vilipendiar as preciosidades emocionais dos outros do que os turistas. Não sei como uma mochila e uma máquina fotográfica pode nos transformar, magicamente, em pessoas tão superficiais. Para um grupo de turistas parece que nada é sagado. Ninguém quer degustar a história dos anfitriões, só tirar fotos. Nada é sentido, nada é aprofundado. Seja o que for que tenha acontecido em um passado glorioso, tudo se transforma em quinquilharia, em souvenir de 1,99. Os sofrimentos, as lutas, a alma, as dores, os bairros esculpidos por décadas, tudo isso vira curiosidade que se desfaz em uma olhadela, em um click.
Os turistam pisoteiam com seus tênis importados quilômetros de flores, ruas e ruas de história. É estranho isso. Nao sei como fica na cabeca dos outros, mas na minha resta sempre um incômodo. Uma história sangrenta precisa ser repassada em frases rapidíssimas de um guia turístico. São as "explicacoes fast food" que resumirão fatos que terminaram em decapitações, conquistas, glórias ou derrotas.
Não era para ser assim. No meu caso, gosto de sentir o espírito de uma época e de um povo. Sinto-me uma herege quando piso um lugar especial às pressas, entre risos e ruídos de sacolinhas plásticas. Não que eu nunca faça isso. Faço, vou na onda, mas me incomoda por dentro. A gente tenta se adaptar mas o que gosto mesmo é de degustar a história imaginando-me dentro dela, de adivinhar os gestos e os suores dos personagens. Aprecio essa coisa de construir mentalmente os sentimentos dos protagonistas, de imaginar como se sentiram os condenados à morte. Geralmente não há tempo para isso, não há clima.
Possivelmente você se sente como eu. Talvez isso seja comum à maioria das pessoas, não sei. Só sei que um grupo de turistas é algo como uma revoada de pássaros sem alma incapazes de entrar no espírito do tango, ou da revolução, da independência, da época da escravidão, das lutas sociais ou dos grandes e célebres romances. Alguma coisa de nós se perde na ponte aérea ou fica rodando para sempre na esteira das bagagens.
Expor a propria historia para um grupo desinteressado é como... é como expor a própria mae à avaliação crítica e seca de homens à procura de diversão.
Algumas coisas são sagradas. Algumas coisas não deveriam ser comercializadas. Alguns pontos turisticos deveriam ser encarados como uma espécie de santuário; se voce nao está no clima, procure o bar mais próximo.
Qual o sentido da vida?
Entenda através dos links:
Sentido da vida 01
Sentido da vida 02
Sentido da vida 03
Sentido da vida 04
Sentido da vida 05
Espero ter lhe ajudado.
Sentido da vida 01
Sentido da vida 02
Sentido da vida 03
Sentido da vida 04
Sentido da vida 05
Espero ter lhe ajudado.
14 de nov. de 2011
Gente estranha, gente esquisita
Hoje eu estava conversando com uma mãe que perdera a filha. Ela me contou que, no funeral, o corpo de sua filha não estava em condições de ser exposto em caixão aberto. Estava feio, degenerando-se rapidamente. Ela então manteve o caixão fechado, obedecendo até mesmo à manifestação de vontade da filha quando ainda estava viva. Esta senhora me disse: "Tive que fechar o caixão, mas muita gente ficou chateada; reclamou porque queria ver... mandei então abrir só um pouquinho..."
Como é que é?
O pessoal ficou chateado porque foi ao funeral mas não pôde matar a curiosidade mórbida. Sentiram-se roubados da oportunidade de fazer comentários a respeito da aparência da morta, sentiram-se subtraídos do prazer do choque. A mãe, então, para agradar os convidados, dá uma palhinha e abre o caixão só para não contrariar, afinal de contas eles são tão solidários!
Meu Deus!
Como é que é?
O pessoal ficou chateado porque foi ao funeral mas não pôde matar a curiosidade mórbida. Sentiram-se roubados da oportunidade de fazer comentários a respeito da aparência da morta, sentiram-se subtraídos do prazer do choque. A mãe, então, para agradar os convidados, dá uma palhinha e abre o caixão só para não contrariar, afinal de contas eles são tão solidários!
Meu Deus!
"Falta você em tudo daqui
Oh meu amor! Oh meu amor!
O que estaremos fazendo daqui a alguns anos?
O que estaremos fazendo uns aos outros?
Pelo que eu aprendi, tenho medo!
Isso eu confesso, verdade.
Antes que o tempo nos leve
Antes que o tempo já tarde..."
Guilherme Arantes.
13 de nov. de 2011
Entrevistando a Cristina
Tudo o que você sempre quis saber sobre mim mas nunca teve coragem de perguntar.
1) Hoje é seu aniversário?
Resposta: Sim. Por quê pergunta?
2) Foi um pretexto para dizer isso pra todo mundo. Qual a sua idade?
Resposta: Não é da sua conta.
3) Tá, tá. Se você pudesse voltar 10 anos no tempo e dizer alguma coisa a você mais jovem, o que seria?
Resposta: Sua mãe tem toda razão.
Resposta: dos crimes.
5) Qual um grande erro dos homens?
Resposta: Não buscar usufruir realmente de tudo o que um relacionamento com uma mulher pode lhe dar. É como comprar um celular caríssimo, cheio de funções incríveis mas usar só para o básico.
6) Qual um grande erro das mulheres?
Resposta: 1: Não se valorizar; 2: Tentar modificar os homens. Não que a causa não seja boa, mas é que simplesmente não adianta.
7) Se você pudesse assistir apenas a um programa de televisão, qual seria?
Resposta: CQC
8) Qual o pior programa de televisão?
Resposta: Domingão do Faustão.
9) O que você considera um "programa de índio"?
Resposta: Ter que comparecer a um evento social onde nenhum dos meus amigos esteja presente.
10) Você se arrepende de alguma coisa em sua vida?
Resposta: sim, de zilhões de coisas.
Resposta: CQC

Resposta: Domingão do Faustão.
9) O que você considera um "programa de índio"?
Resposta: Ter que comparecer a um evento social onde nenhum dos meus amigos esteja presente.
10) Você se arrepende de alguma coisa em sua vida?
Resposta: sim, de zilhões de coisas.
11) Mas elas não te fizeram crescer?
Resposta: fizeram, mas me arrependo assim mesmo.
12) Qual seu pior defeito?
Resposta: a indecisão.

Resposta: se alguém me pede perdão, eu simplesmente perdôo.
14) Quem mente mais: o homem ou a mulher?
Resposta: Ambos mentem mas o homem mente mais para os outros. A mulher mente mais para ela mesma.
15) Qual foi o pior filme que você já assistiu?
Resposta: Federal.
16) E o melhor?
Resposta: Ah, são tantos! Quatro exemplos: A Partida, Adeus Minha Concubina , Matrix I e Kill Bill II.
17) O que te irrita?
Resposta: 1: argumentos furados. 2: essa mania que brasileiro tem de achar que um passado pobre enriquece o currículo.

Resposta: um dia não ter medo de nada.
19) Qual seu maior medo?
Resposta: um dia passar por alguma situação emocionalmente insuportável.
20) O que te deixa feliz?
Resposta: 1: estar com minha família. 2: Demonstrações sinceras de amizade.
21) O que te deixa triste?
Resposta: atos de maldade, principalmente contra crianças.
22) O que te deixa desanimada?
Resposta: a política brasileira.
23) O que te motiva?
Resposta: a causa proposta por Jesus.
24) Sua cor preferida?
Resposta: lilás.
25) Seu filho preferido?
Resposta: todos!

26) Viver é bom?
Resposta: geralmente é.
27) Uma fobia.
Resposta: tomar injeção.
28) Você odeia alguém?
Resposta: não odeio pessoas, odeio idéias.
29) Tem medo de alguém?
Resposta: não tenho medo especificamente de pessoas, mas de categorias de pessoas.
30) Qual a importância deste questionário para o futuro da humanidade?
Resposta: zero.
31) Como você classificaria o seu conteúdo?
Resposta: fraco.
32) Então por quê você se dispôs a respondê-lo?
Resposta: Por falta de assunto.
33) Uma frase para a posteridade.
Resposta: A simplicidade é o caminho da paz.
Assinar:
Postagens (Atom)