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3 de out. de 2008

A importância de um blog em nossas vidas



Descobri que o uso do blog tem uma função social inestimável. Ele nos ajuda, entre outras coisas, a sermos mais palatáveis em nosso meio e, assim, mantermos nossos preciosos amigos.

Trocando em miúdos: a principal função de um blog é poupar os ouvidos dos outros. Um blog nos livra do mico de pulverizarmos pelo mundo as nossas opiniões desnecessárias.

Eu mesma tenho opinião pra praticamente tudo, da existência de vida extraterrestre a legalização do aborto, da importância do trema ao sexo dos anjos. É só me consultar.Lâmpada

Felizmente também tenho auto crítica e penso: será que as pessoas estão mesmo interessadas em saber como foi meu dia ou o que penso a respeito disso ou daquilo? É aí que entra o blog! Sabe, você tem a impressão de estar falando para uma multidão atenta e paciente com todo o tempo do mundo. Não é o sonho de todo orador? Não é o sonho de todo o chato? Não seria o SEU sonho, caro leitor? Dá pra curtir longamente essa fantasia como uma espécie de orgasmo múltiplo. Ao mesmo tempo não lhe pesará a dolorosa desconfiança de estar sendo um mala sem alça. Lê quem quiser - você é inocente.

Ah ... Suave consolo de quem precisa se expressar!

Olho para o meu passado e sinto um certo desconforto. Eu era chatona. Era só alguém "dar mole" que lá vinha eu com minhas idéias. Pior: todas as idéias eram defendidas, não explanadas. Sabe, acho que eu tinha um quê de militante não sei-de-quê. E como todos sabemos, e ninguém aguenta papo de militante.

Em meu achismo irrefreável acho agora que todos os militantes do mundo deveriam ter um blog. Deveriam ser forçados a isso sob pena de serem escurraçados de seu habitat. O lance é terapêutico! Eles despejariam na internet toda a sua indignação ou amargura ou seja-lá-o-que-fosse e aliviariam suas represas emocionais. O que sobraria para os nossos ouvidos seria uma ou outra palavra de ordem perfeitamente digeríveis.

Que bela trégua dariam para os amigos na mesa do bar! Já chegariam ali com a alma lavada e enxaguada. Ninguém teria medo de tocar "naquele" assunto porque saberia que o tal Ser Pensante limitar-se-ia à breve curiosidade do questionador e brindaria a todos com o mínimo necessário em palavras, uma clara e breve explicação para depois escorregar alegremente para outro assunto. Seria assim porque tudo o mais já estaria devidamente publicado no blog. Brilhante!

Mesa de bar e festa de amigo é para falar abobrinha. Até quando o assunto é sério, nessas ocasiões ele precisa ser rapidamente esculhambado se não, não tem graça. E é para ter graça.

Só para você ter uma idéia: se não fosse esse blog eu já teria sucumbido a tentação de ser militante de blog: invadiria festas e bares tentando convencer as pessoas da necessidade de blogarem para não enfadarem nem enfartarem. Como tenho esse espaço, vou salvar o texto e ficar calminha calminha.Não conte para ninguém

Cristina Faraon

30 de set. de 2008

Pedaços

Queria ter a determinação da Madonna
A simpatia da Ivete Sangalo
A beleza da Ana Paula Arósio
No meu próprio coração.

Queria ter a fluência do Maluf
A animação da Hebe
A inesgotável esperança da mamãe
E ainda os meus próprios filhos.

Escrever como Machado de Assis
Ser iluminada como Vinícius de Moraes
Ter a sensibilidade tocante do Chico Buarque
E continuar querendo entender as pessoas.

Queria a capacidade de renúncia de São Francisco de Assis
A força interior de Joana D'Arc
Falar de Jesus como o Pastor Rosivaldo
E ainda ter o mesmo passado de cuidadora de bebês.

Amar como Florbela Espanca
Como Mandela, ainda conseguir sorrir depois de tudo
Ter as mãos benfazejas de uma massagista
Ainda em minha pele morena.

Queria ser tudo o que sou
E mais o que não tenho
Sem com isso deixar de ser
Essa Cristina que você não conhece.


Cristina Faraon


28 de set. de 2008

Lá se foi mais um...

Não ando por aí chamando de bonito qualquer mais-ou-menos que apareça. Quando eu carimbo de lindo - Selo de Qualidade Cristina - é porque é mesmo e não tem discussão. Pois o Paul Newman sempre elevou-se sobre a humanidade como um dos homens mais bonitos que já "conheci". Bonito demais, indiscutivelmente másculo (virtude rara), o charme em pessoa. Tesouro. Deus o tenha.


Veja aqui mais algumas fotos delezinho.
A notícia de sua morte - 01
Notícia de sua morte - 02
Assista uma entrevista.

27 de set. de 2008

Fumando em nome de Deus



Esses dias fui à igreja (não digo o nome nem sob tortura) e ao final do "evento" o grupo musical tocava umas músicas em volume tão alto mas tão alto, que minha vontade era ... era... era fazer e dizer coisas que Cristo não aconselharia. Aquela barulheira me inspirava a agir contra o Evangelho. Era horrível, estressante. Por que não nos inspirar a um momento final mais gostoso? Porque não cooperar com os agradáveis reencontros e conversas com os amigos? Porque inviabilizar isso tudo e tornar nossos últimos minutos na casa de Deus em algo desagradável? Por que nos expulsar daquele jeito?

Tentei inutilmente conversar com algumas pessoas mas foi em vão. Gritei, irritei minha garganta, maltratei meu ouvidos... Conclusão: não tenho vontade de pisar naquele lugar no próximo domingo.

Acho o seguinte: casa de show é casa de show, boate é boate, trio elétrico é trio elétrico, feira é feira e igreja é igreja. E tem mais: "barulhar" no ouvido dos outros não é menos errado do que fumar "no pulmão" dos outros. Ambas as coisas são desagradáveis e prejudiciais à saúde. Não pense que, por o barulho ser feito "em nome de Deus", ele se tornará menos nocivo.

E tenho dito.

Cristina Faraon

20 de set. de 2008

Olhos de Fogo

Acho que esta sou eu com meu vestido amarelo de verão. Foi na década de 30 e nem sei como meu pai permitiu que eu saisse assim, para ser tão demoradamente observada por você.

Debaixo do chapéu meus cabelos negros e limpos não se deixam observar nem serem tocados sequer pelo vento. Pensei que um dia o verias solto em nossa alcova de casados... Naquela manhã ele apenas se enroscava, tranquilo guardião da minha nuca.

Creia que esta fui eu quando tinha a pele alva e preservava cuidadosamente o caminho dos meus olhos. Sim, te olhava vez por outra. Interpretava uma timidez que não tinha e que no entanto era o meu principal adorno.

Posei pra ti em uma rara manhã. As manhãs contigo eram raras. O sol se movia com vigor para o centro do céu. Meu vestido de crepe levou consigo areia quando levantei e o vento cochichou-te o meu perfume.

Essa era eu com minhas pernas fortes e coxas virgens.

Se meu pai permitisse eu posaria pra você mais vezes e em muitas outras cores. O tempo seria sempre eterno como nos quadros, como na mágica dos teus pincéis. Vez por outra verias meus dentes brancos. Deixaria que me olhasses mas não focaria teus olhos de fogo.

Queria ser a esposa que sonhaste, o sague azul, o corpo imaculado guardado em camisolas de algodão, leves como pele de ovo... e em meu quadril perfeito seriam forjados teus filhos e eu não morreria no parto.

Se eu não fosse a mulata que sou, voltaria a ser marfim de 1930. Deixar-me-ia pintar assim, fingindo ser livre e com uma sensualidade vivaz escorrendo pelo sorriso. Em meu silêncio pareceria a ti que ali mesmo poderia se tua se tão somente me tomasses pela mão.

Em algum recanto de mim sou assim. No olhar que não te lanço, no sorriso contido e nas maneiras suaves sinalizo tudo o que pressentimos que sou. Sinalizo para você, Olhos de Fogo, tudo o que nós sabemos que posso te dar se tão somente me tomares pela mão.

Cristina Faraon

12 de set. de 2008

Árdua garimpagem


É louvável descobrir novos talentos. Três vezes louvável e necessário prestar atenção às novas produções artísticas, sob pena de murcharem nossos cérebros e encolherem-se as nossas almas uma vez viciadas em sentimentos velhos e repisados. Os garimpeiros do novo são os que nos livram do ressecamento de nosso senso de beleza.
Boa sorte aos garimpeiros! Mas não esperem muita cooperação de minha parte. Claro: estou assumindo meu egoísmo e preguiça.

O que é mais prazeroso: garimpar dias e meses até conseguir uma ou outra pepita ou visitar a joalheria e deleitar-se com o que indiscutivelmente é belo, é ouro e já vem com certificado de garantia?

Claro que nem tudo o que se vê na vitrine é realmente precioso mas é muito mais fácil encontrar algo de bom ali, nos carpetes vermelhos e prateleiras de cristal do que escavando terra.

Já li algumas obras de Machado de Assis. Sempre lamento que ele não esteja mais vivo para que eu possa beija-lo, alisar-lhe a estranha barba, bajula-lo e tudo o mais. O cara era o máximo! Inteligente, deliciosamente espirituoso, criativo, cativante, profundo. Ler Machado de Assis é ir direto à joalheria e dar de cara com peças raríssimas, caríssimas e lindas. É o gozo.

Este é apenas um exemplo. Existem numerosos outros. Gabriel García Márquez também é um banquete assim como Sheakespeare, Vinícius de Moraes e Fernando Pessoa. Por que eu gastaria meu precioso tempo procurando agulha em palheiro? Posso encontrar agulha em palheiro? Claro que posso, mas dá um trabalho...

Quando sinto comichões no cérebro não costumo logo aventurar-me pelos garimpos enganosos das livrarias. Não! Bem antes disso vou primeiramente (e comodamente) à lista dos grandes escritores, das grandes obras. É como pescar no aquário. Sou o Garfield das letras.

Não sou um exemplo a ser seguido. Mesmo porque se for seguido a primeira prejudicada serei eu mesma. Gosto de escrever, obviamente de ser lida e adoro imaginar que um dia serei descoberta e saudada pela crítica literária. Como torço para que eles não pensem como eu e que pacientemente me procurem, achem e finalmente consagrem. Quanto a mim... continuarei comendo só o filé do filé.

É certo que os resultados desse método de procura não são cem por cento garantidos. Há casos como “Sonhos de Uma Noite de Verão” que pelo amor de Deus! Mas esse é um caso em cem!

Antigamente eu achava que talvez os autores obscuros fossem vítimas de má vontade ou que uma nuvem de azar lhes perseguisse desde o nascimento. Não é bem assim - e note que eu mesma sou obscura! Lendo os grandes mestres noto que a distância entre eles e o comum é tão grande, mas tão grande, que eu (como obscura que sou) sinto vontade de não escrever nunca mais. Claro que essa vontade logo passa. Eu posso ser reles e eles inatingíveis, mas continuo escrevendo assim mesmo porque a final de contas preciso respirar.

Será que cada um de nós não é aquilo que merece ser? É certo que muitos estrelões só foram glorificados bem depois de mortos, apodrecidos e esfarelados pelo tempo. Tudo é tão relativo! Mas continua a pergunta: haveria mesmo um demônio de injustiça dominando os ares?

Cada um de nós é aquilo que consegue ser, e não adianta espernear. Eu estou escondida nas Serras Peladas da vida... mas como aprecio uma joalheria!

Cristina Faraon

4 de set. de 2008

É show!


Vou tomar banho, me perfumar e passar creme no rosto. Amanhã de manhã vai acontecer novamente aquele evento luminoso no qual a estrela sou eu.

Não estou aqui para me gabar mas admita: não é todo mundo que provoca um ajuntamento organizado e sorridente por onde passa. Eu provoco.

Todos os dias o meu percurso pela Almirante Barroso é um a-con-te-ci-men-to. Claro que já me perguntei o motivo. Não sou má pessoa mas também ainda não fiz nada que merecesse essa reação do público. Mas vou reclamar? Claro que não. Um dia entenderei o que me faz parecer tão nobre. Enquanto não entendo, relaxo e gozo.

Ah amigos, é tão bom ser querida e admirada! Digo isso porque o que mais poderia explicar a emocionada saudação que recebo das árvores todas as manhãs quando passo pela Almirante Barroso? Como explicar os aplausos, os acenos emocionados, a discreta agitação que cresce a partir de quando aponto no Entroncamento?

Qualquer um que esteja por perto no momento da minha passagem verá as árvores se perfilarem e me saudarem emocionadas, vestidinhas de verde, com as folhas lustrosas sem nenhuma poeirinha. Quanto carinho! Algumas vem em turma, outras me acenam mais solitárias mas todas acordam cedo para me recepcionar. Cantam, assoviam, fazem chique-chique enquanto agiram lindamente os galhos à minha passagem. Só não pulam mesmo porque não dá.

Que belo momento...

Tento entender os motivos delas só depois. Na hora "agá" não me detenho nessas questões. Por que desconfiar de gestos de amizade? As árvores gostam de mim e pronto. Tudo o que tenho que fazer é não desapontá-las. Quando me acenam e aplaudem diminuo a velociade e retribuo com o sorriso mais simpático que consigo. É o suficiente. Amanhã estarão lá de novo, cheias de vida.

Já reparei que no Tribunal há três dessas simpáticas árvores, uniformizadas. Elas são mais contidas, claro. Não levantam os braços nem fazem barulho mas o leve aceno, sem muito alarde, já me deixa alegre. Não podem fazer mais do que isso provavelmente por estarem de serviço.

Observo também aquelas que nao podem ir para perto da pista, como as outras. Sei lá como é a hierarquia entre elas mas estas também são tão meigas! Não deixam de comparecer por nada desse mundo. Ficam disputando espaço umas com as outras, debruçadas sobre os muros da avenida, apertadas, me esperando passar. Não há espaço nem para me acenar, tadinhas. Elas apenas arregalam um sorriso verde e brilhoso. Claro que gostariam de chegar mais perto mas mesmo de longe noto como me fitam, tão fofas! As do Bosque Rodrigues Alves são assim. Acho engraçada a briga para chegarem perto. Deveriam deixa-las sair de vez em quando...

Não desfazendo das árvores de serviço nem das contidas pelos muros (segundo escalão) registro aqui meu especial apreço àquelas mais expansivas que sorriem festivas, agitam bandeirinhas à minha passagem, jogam folhas e assoviam. São a alma da festa, certamente. Quando vou me aproximando elas cutucam umas às outras avisando "lá vem, lá vem ela!" Sem elas o evento não seria o que é.

Ainda vou descobrir quem organiza essa festa. Sabe, isso me põe pra cima! Até esqueço os problemas. As árvores da Almirante são super alto astral.

Tenho que admitir: existe uns dez por cento delas que são, digamos assim, menos expansivas. São as mais altas e mais e quietas. Não há vento que as animem. Não sei se isso tem a ver com a idade. Geralmente elas se colocam perfiladas próximo à Doutor Freitas. Bonitonas. Parecem - ou querem parecer - mais nobres.

Sabe, não fico ressentida. Temos que respeitar os diferentes temperamentos, não é? O que importa é a atitude: elas estão lá, firmes e fortes. Não fazem auê mas baixam o olhar quando passo, permitem-se um discretíssimo sorriso e pronto. Pra mim é o suficiente. O simples fato de estarem lá já significa muito.

Todos os dias pela manhã é Sete de Setembro e eu, sozinha, sou a Parada.

Vá para lá amanhã, pra me ver passar! Você vai ver que animação. De repente, vendo você comigo pode até ser que elas lhe joguem umas folhinhas também.

Leve máquina.

Cristina Faraon

31 de ago. de 2008

Lago


Saí pra te procurar
E te encontrar
Mas por mais essa vez
Foi inútil.

Juntei cabeça e pernas imaginárias
E beiços e dentes,
Costas e cheiros,
Olhos diversos
Bondosos, perversos...
Mas tua imagem não me veio
Nada coerente se formou

És fugidio como um peixe raro
Como um fantasma recente

Tua imagem não esmaece
Pelo contrário:
Impõe sua existência
Mas treme nas águas...
Treme pouco abaixo
Da superfície do meu lago
E não te fito

Angústia
Minha alma não te olha nos olhos
Por que és assim?

Saí pra te procurar
Saí para interpretar
A imagem trêmula do meu lago morno
Cujo olhar me queima de longe

Tu ainda estás
Num canto obscuro da minha mente
Como um fantasma indeciso
Em tudo o que pulsa
E em todas as chagas
Estás

És tudo o que se anuncia sem se dar
És as horas que não passam
E a mão de névoa
Estendida e intocável.


Cristina Faraon

19 de ago. de 2008

A Morte e a Liberdade


Acho que esses são os temas mais instigantes da vida. O primeiro - a morte - porque vem infalivelmente a nosso encontro mas ninguém sabe como é a sua cara - pelo menos pra fugir quando ela chegar perto. Ela procura sempre pos nós, incansável e lenta. Implacável e silenciosa chega. E só.

O segundo tema é a liberdade. Bem ao contrário da morte, somos nós que a perseguimos e ela sempre a esquivar-se.

Se a liberdade fosse uma pessoa, provavelmente para ela a Morte seríamos nós. Desconfio de que por isso ela tanto nos evita. Ela nos teme. Parecemos tão hostis? Como pintaram nossa imagem? Com chifres e tridentes? Chifres talvez, mas tridentes já é apelação.

Brincadeiras àparte, dizem por aí que os humanos são perigosos, tem mania de colecionar coisas e tudo de belo aprisionam em um vidrinho com formol para exibir aos amigos. Por isso que a Liberdade morre de medo. E foge.

Como chegar nessa moça e explicar que é tudo invenção, crendice, mentira deslavada? Como provar por A + B que não há o que temer em nós e que poderíamos nos dar muito bem? Não, ela não quer conversa. Lamentavelmente. Mas pensando bem como culpá-la? Você deixaria a Morte sentar na beira de sua cama a explicar suas boas intenções?

Talvez tudo o que dizem da Morte seja pura mentira. Há pessoas que na falta do que fazer denigrem a imagem dos outros. Talvez a Morte não nos mate, apenas seja mais bem sucedida na cantada. Somos ruins de papo - aí a Liberdade não tem motivos para se arriscar e acaba escapulindo. Não somos nada sedutores.

Ah mas quando a Morte chega é outra coisa. Ela vem cheia de charme com seu vestido lilaz esvoaçante, perfumada com os melhores odores da terra ... Quando ela vem silenciosa e risonha, calma e senta ao nosso lado para conversar e desfazer o mal entendido... É aí que acontece. Tão convincente e leve, tão irmã e saudosa de nós! Certamente por isso ninguém volte para contar. Claro! Por isso o mal entendido jamais seja desfeito. A pessoa, totalmente seduzida, não quer voltar nunca mais.

Mas por que com a Liberdade somos tão mal sucedidos? Ela nos foge. Pintam-nos tão feios assim? Por que ela não deixa que nos aproximemos com nossos trajes igualmente leves, nossos humanos perfumes e ânsias infantis? Porque ela não nos concede uns poucos minutos no banco da praça e deixa que lhe contemos nossas histórias e lhe ofereçamos uma cantiga de amizade? Talvez a convencêssemos e ela nos seguisse para sempre.

Cristina Faraon

16 de ago. de 2008

Duas luas em agosto

Marquem em suas agendas, deverá ser interessante: duas luas no dia 27 de agosto.
Todo o mundo está aguardando. O planeta Marte será o mais brilhante no início da noite.
Parecerá tão grande quanto a lua cheia. Este fenômeno acontecerá no dia 27 de agosto quando o planeta Marte ficar a 34.65 milhões de milhas da Terra. Olhe o céu no dia 27 de Agosto, às 0:30Pm (meia noite e trinta). Parecerá que a Terra tem 2 luas. A próxima vez que ele ficará tão perto da Terra será em 2287. Partilhe com os seus amigos pois NINGUÉM VIVO HOJE voltará a vê-lo.

Pensando bem, e daí?

9 de ago. de 2008

REALIDADES BRASILEIRAS